THE ACCIDENT {L.S}

QUATORZE

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Harry
8:32

Acordei com o toque irritante do meu celular, meus olhos estavam pesados e meu corpo implorava por mais horas de sono. Peguei meu celular e era o nome do Zayn que brilhava na tela, sabia que poderia ser algo de fato importante então me apressei para atender.

- Alô? - Coloquei o celular na orelha.

- Harry? - Escutei a voz do Liam, e senti o meu corpo gelar, não respondi nada e ele continuou - O Zayn e o Louis conversaram, você tá' bem? - Que pergunta idiota né, to ótimo, só não ta' melhor por que eu infelizmente não morri voltando pra' casa. Foi o que eu pensei, porque o que eu respondi foi

- Normal, não posso falar agora tenho q ir abrir a lojinha. Tchau. - Desliguei a ligação não por pressa, mas sim por não conseguir conversar com o Liam, era doloroso.

Eu não tinha vontade de fazer nada, minha cabeça doía, eu não tinha fome, precisava tomar um banho, Francisco não estava em casa o que dificultava muito as coisas, eu sei que parece drama, mas eu sou uma pessoa sozinha, eu acordo sozinho, durmo sozinho, como sozinho, ando sozinho, vivo sozinho, tudo é sozinho. Eu odeio isso, mas me acostumei, só que as vezes isso ainda machucava. Principalmente quando eu lembrava do Harry de 13 anos que morria de medo de não ter ninguém, e parece que eu decepcionei até ele, uma pessoa que nem existe mais.

Interrompi meus pensamentos por saber que eles iriam apenas piorar minha situação, me levantei e caminhei até o banheiro tirando a minha cueca e entrei embaixo do chuveiro, senti meu cabelo sendo molhado, os cachos batendo em meus ombros e também senti a tristeza, por lembrar das palavras do Louis. Eu entendo porque ele se sente assim, mas dói tanto.

Terminei o banho, penteei meu cabelo, escovei meu dentes e vesti uma roupa qualquer, uma blusa de banda e uma calça preta. Me olhei no espelho para ver se estava bom, estava aceitável, então andei até as escadas e desci os degraus.

Cheguei na floricultura, lá era um ótimo lugar. Nada luxuoso, mas aconchegante. Era um lugar rústico, quando eu comprei não tinha dinheiro para mudar essa estética, então eu mesmo reformei o que dava, coloquei algumas prateleiras de madeira onde ficavam as flores, as luzes não eram fortes, pintei as paredes com um tom claro de verde, fiz um sofá de madeira e coloquei algumas almofadas, ele não era muito usado já que dificilmente as pessoas demoravam na loja.

Comecei a arrumar o ambiente antes de abrir, limpei as prateleiras, tirei algumas flores que já estavam mortas, varri o chão, arrumei o caixa e destranquei a pequena porta verde militar com uma placa na parte de cima que também era de madeira escrito "Blue Garden" e acendi a luz que sinalizava que a lojinha estava aberta.

Me sentei atrás do balcão, esperando o primeiro cliente do dia, minha cabeça ainda estava me matando, mas não podia simplesmente sair pra' comprar um remédio, decidi fazer o pedido pelo celular e esperar a entrega. Me levantei e caminhei até o bebedouro que havia no canto atrás do balcão e escutei o sino que tocava quando a porta era aberta, me virei e e vi um menino loiro, com cabelos cacheados e olhos azuis.

- Bom dia - Disse sorrindo e levei o copo de água até à boca.

- Oi, bom dia - Ele falou de forma gentil enquanto olhava para alguns buquês prontos.

Sai da parte de trás do balcão e andei até próximo dele.

- Posso ajudá-lo?

-Er... eu quero comprar um presente pra' o me... uma pessoa, e queria comprar um buquê, mas não sei qual levar.- Ele falou envergonhado