VINGT

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Harry
13:42

Eu não sei exatamente quanto tempo fiquei daquele jeito, mas em algum momento eu me desvinculei dos braços da Mrs. Vernon e naquele momento eu percebi que não conseguiria participar do enterro.

Eu não conseguiria ver uma das pessoas que eu mais amei naquela situação, então no momento em que eu ouvi que iriam fechar o caixão eu fui até ela, mesmo sabendo que ela não me escutaria.

— Eu te amo, amo tanto que chega a doer, e por isso eu ainda não consigo te perdoar, mas eu sei que um dia isso ira acontecer. — Deixei um beijo casto na pele gelada de sua testa e sai daquela sala, sabendo que nunca mais a veria novamente.

Caminhei para fora daquela sala, e me sentei em um dos bancos e vi o caixão ser fechado e levado para dentro de um carro.

Abaixei meu rosto quando sentia lágrimas molharem meu rosto novamente.

— Harry, Vamos — Escutei Gemma falando depois de algum tempo que eu já estava ali.

— Eu não vou — Respondi quando levantei o rosto e a olhei.

— Como assim? As pessoas vão achar que você não se importa. Eu sei que você não liga pra sua imagem, mas tente manter a imagem da família.— Sua voz era de indignação.

— Gemma, se você não percebeu eu vou te falar. Eu não estou nem aí para o que as pessoas estão achando de mim, eu já me fodi muito durante esses anos que vocês viviam a vida maravilhosa, enquanto as pessoas juravam que eu estava na França fazendo um intercâmbio. — Me levantei para olhá-la e continuei — Vocês nunca se deram ao trabalho de ligar para perguntar se eu estava vivo. A única pessoa da nossa "Família" — fiz aspas com as mãos — que eu confiei me expulsou de casa. Eu tenho que agradecer todos os dias por nossa tia ter me ajudado, porquê se dependesse de vocês eu com certeza não estaria aqui. — Respirei fundo tentando conter minhas lágrimas — Então, Gemma, eu quero te pedir uma coisa finja que quem morreu fui eu, já que você não se importa com a morte dela e quando resolverem as coisas da herança que você tanto quer mande o advogado falar comigo. Eu não quero escutar a sua voz, não quero ver a sua cara, não quero saber de notícias sua. Você é do meu sangue, mas você não é minha família.

Ela não respondeu nada, apenas virou as costas e foi embora.

Me sentei novamente, me sentindo estranho por ter conseguido colocar para fora todas aquelas palavras.

— Harry — Sra. Vernon, falou sentando-se ao meu lado depois de um longo tempo em que eu já estava ali — Você vai pra' onde?

— Eu não sei, acho que voltarei pra Londres. — me virei para ela — Se eu sair agora eu chego por volta das 5h da tarde. Não tenho mais nada pra' fazer aqui, Gemma me falou sobre a reunião com os advogados, mas eu realmente não me importo com isso.

— Oh Hazzy — me abraçou e eu ri.

— Faz tempo me ninguém me chama assim. — me virei para ela.

— Eu posso te levar para estação? — ofereceu.

— Não precisa, é longe — Me levantei — Vou pegar minha mochila.

— Pode ir, eu to esperando.

Encontrei com a senhora que guardou minha mochila, ela devolveu, eu a agradeci e voltei para encontrar a Mrs. Vernon.

— Vamos, Harry. Eu vou levá-lo independente do que você diga.

E assim ela fez, fomos até a estação, ela me pediu para que eu não esquecesse de manter contato com ela, e falou ela iria sempre me mandar mensagens, a agradeci e a abracei e assim nos despedimos.

Consegui comprar uma passagem que chegaria em Londres aproximadamente às 17:40, então estava ótimo. O trem sairia em 20min, achei melhor entrar logo para não perder a viagem por algum descuido.

A viagem foi tranquila, consegui voltar para casa e mesmo com todos os acontecimentos daquele dia uma grande parte de mim se sentia bem, o que restava estava devastado.

Mas a verdade é que a minha mãe não morreu ontem, mas eu morri pra ela, pelo menos um pouco, ela lembrava de mim, ela até se arrependeu do que fez, só que não o suficiente para me procurar.

Eu sofri a morte da minha mãe antes dela partir, por que ela me matou de sua vida e agiu como se eu nunca tivesse existido.

Porém eu sobrevivi e hoje estou aqui reerguendo minha vida.

Decidi que iria visitar Louis, precisava falar com ele e explicar tudo. Sabia que ele já estava pronto e ele poderia receber visitas as 19h, então eu me apressei.

Mesmo estando cansado aquilo precisava ser feito.

Tomei banho e escolhi mais uma vez uma calça jeans preta com uma blusa de botões, prendi meu cabelo em um coque e coloquei meus sapatos.

Peguei o buquê de flores que fiz em homenagem à Louis para o entregar.

Eu estava muito nervoso.

Fechei a floricultura e caminhei até à parada de ônibus, e esperei até que ele chegasse o que não demorou muito.

O caminho foi tranquilo, desci no ônibus e precisei andar um pouco até o hospital.

Quando cheguei já passava das 19h, fui até a recepção informando que iria visitar Louis, precisei mostrar meus documentos e logo depois fui liberado para a visita.

Caminhei até o seu quarto e fiquei um tempo parado em frente a porta até conseguir bater.

— Pode entrar — Escutei a voz de Louis e assim eu fiz

— Oi — Falei quase como um sussurro quando olhei para ele, notando que ele estava sozinho.

— Harry? — Ele olhou para mim surpreso.

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2022 ⏰

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THE ACCIDENT  {L.S}Onde histórias criam vida. Descubra agora