DIX-NEUF

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{Votem e comentem, ajuda muito a autora}
:)

Eu não queria ter demorado tanto para postar, mas eu não estava conseguindo me sentir satisfeita com os capítulos que eu escrevia, e eu não me sentiria bem postando um capítulo ruim. Agora já está tudo certo e conseguirei voltar a postar com a frequência de sempre

Me desculpem <3

Harry

A sensação de ser abandonado é de longe uma das piores coisas que eu já senti na minha vida. Minha mãe me abandonou quando eu tinha 18 anos, meu pai também, só que ele nunca esteve comigo então não me magoou muito, mas saber que ela virou as costas pra' mim no momento que eu mais precisei foi tão doloroso.

A vergonha que ela sentia de me ter como filho foi maior do que o amor.

E agora sentado em um banco de uma capela, com essa carta em mãos, no velório daquela que foi minha mãe. Eu choro, e não sei ao certo a razão das minhas lágrimas.

Tristeza
Raiva
Decepção
Rancor
Saudade, acho que é tudo isso.

Fico ali durante alguns minutos até ouvir alguns passos vindo em minha direção fazendo com que eu vire a cabeça.

— Harry, o velório vai começar — Gemma falou e eu levantei o rosto — E melhora essa cara, tem gente querendo te ver. — Eu não acreditava no que estava escutando, mas assenti para que ela fosse embora e assim ela fez

Continuei ali sentado, não fazia questão de ver aquelas pessoas, elas ao menos se importavam, fiquei sentado apenas olhando para os meus pés, com meus tênis surrados enquanto eu brincava com meus dedos.

— Harry? — Escutei uma voz familiar

— Mrs. Vernon? — Disse quando a olhei. Ela foi minha primeira professora, mas quando cresci ela se tornou uma espécie de amiga. Pena que não pude me despedir quando fui embora.

— Sim, filho — Ela caminhou até o banco que eu estava sentado e se acomodou ali
— Eu sinto muito pelo que aconteceu com sua mãe — ela me deu um abraço caloroso e fez um leve carinho nas minhas costas.

— Obrigado — Eu realmente não sabia o que dizer naquela situação então me limitei.

— Fazia muito tempo que eu não o via. Você gostou do intercâmbio?

— Que intercâmbio? — A questionei

— Você não fez um intercâmbio? Sua mãe me disse que você foi estudar na França, para você seguir seu grande sonho era ser um Chef de cozinha. — Ela falou com convicção me fazendo rir — O que foi, filho? Por que você esta rindo?

— Eu fui pra França, sim, mas não foi pra seguir meu "Grande sonho de ser chef de cozinha" — fiz aspas com as mãos — Eu fui pra França porquê eu sou gay e ELA me expulsou de casa. — Respirei fundo por não acreditar no que estava escutando e senti minhas lágrimas molharem o meu rosto por lembrar do dia que tudo aconteceu.

— C-como assim? — Perguntou nervosa

— Eu namorava com Louis, o garoto de olhos azuis que sempre estava comigo. Ele era o amo da minha vida, mas eu o amo até hoje — ela escutava atentamente — Um dia eu contei pra minha mãe, porque eu conhecia o meu pai e sabia que ele não iria aceitar essa relação, eu achava que conhecia ela, então confiei. O fim da história a senhora já deve imaginar. Passei um tempo na França, graças a minha tia Amélia eu não virei um sem teto, trabalhei na padaria dela, juntei um dinheiro e voltei pra Inglaterra e abri uma pequena floricultura em Londres. — respirei fundo mais uma vez e continuei — Eu não consigo dizer que eu sou feliz, porque eu perdi algo muito importante durante essa caminhada, mas pelo menos eu sou livre.

— Meu Deus, Harry — me abraçou mais uma vez, dessa vez foi um abraço mais forte — Eu sinto tanto por você ter passado por isso, se eu soubesse eu teria te ajudado. Me desculpe, meu bem — desvinculou-se do abraço e depositou um beijo em minha testa —Eu sei que você já é um homem formado, mas saiba que se precisar de qualquer coisa pode contar comigo — disse firme olhando para mim com os olhos marejados. — Quero que você me dê o seu número, porque eu não aceito perder o contato com você novamente.

Ela entregou o seu celular a mim fazendo com que eu anotasse o meu número.

— Vou te mandar uma mensagem quando chegar em casa.

— E eu vou responder — Disse de forma cômica. — Me conte sobre a senhora, como passou esses anos?

— Eu estou bem, continuo sendo professora e espero continuar assim dura te muitos anos, agora eu tenho um cachorrinho que se chama Larry — Ri pela coincidência e ela me olhou confusa

— Liam e Zayn, chamavam eu e o Louis de Larry, era basicamente nosso nome de casal.

— Meu netinho escolheu o nome, ele falou que era por causa da lagosta do desenho bob esponja, aparentemente o nome dele também é Larry — Ri com o comentário dela.

— Harry? — Dessa vez a voz de Gemma foi escutada — Porque você tá demorando tanto? — olhou para Mrs. Vernon — E você quem é?

— Sou a Mrs. Vernon, fui sua professora e do Harry. — Falou se levantando — Sinto muito por sua perda.

— Obrigada — Gemma respondeu com desdém.

— Vamos, Harry, já falei que tem gente que quer falar com você. — Foi embora mais uma vez assim que terminou a frase

— Vamos, Mrs. Vernon, por favor não quero fazer isso sozinho. — ela assentiu e me acompanhou.

As próximas horas foram uma tortura. Falei com inúmeras pessoas que não se importavam, estavam ali apenas por educação, Abraços e palavras falsas foi isso que escutei diversas vezes. Sentia o olhar das pessoas me julgando não sei exatamente o porquê, talvez eles soubessem a verdade, talvez eu fosse 'pobre demais' pra ser filho de Anne, eu realmente não sei.

A verdade é que o que mais doeu foi ver minha mãe deitada em um caixão, com rosas brancas em seu corpo e as mãos cruzadas em sua barriga, olhos fechados, lábios roxos.

Aquilo doeu como o inferno.

Eu chorei, chorei como uma criança abraçado a única pessoa que eu sabia que se importava.

Mrs. Vernon.

DESCULPA A DEMORA MAIS UMA VEZ

Gostaram do cap?

Volto logo, até a próxima

Bjss

-Alaska

THE ACCIDENT  {L.S}Onde histórias criam vida. Descubra agora