Capítulo 14

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   Continuo em silêncio enquanto sinto uma lágrima molhar meu rosto. Milhões de pensamentos me invadem e meu coração acelera. Sinto tudo desabar e eu não sabia o que fazer, fica complicado até de pensar e mesmo Gael sendo um mafioso me deixa preocupada que ele se machuque por minha causa

— Vai para o inferno seu escroto — digo ríspida e desligo a ligação. Meus olhos são domados pelas lágrimas que eu já não conseguia conter.

— Laura... — escuto uma voz falha dentro do carro. Enxugo minhas lágrimas e olho para trás de pressa. Ed apresenta estar bem fraco ele mal consegue falar ou abrir os olhos

— Ed, Gael já vai voltar... — falo preocupada

— Eu ouvi você no telefone, você deve contar para o Gael — diz ele com a voz falha

— Você acha que mudaria alguma coisa? — pergunto

— Laura, nada vai mudar enquanto não conseguirem o chip. Quer saber se você se preocupa tanto com o Gael se entregue ou vão achar ele e vão achar você. Faça o que achar melhor — diz ele. Vejo Gael vir em nossa direção e volto a olhar para frente

— Por que te deixaram vivo? — pergunto. Os machucados de Ed não foram graves mesmo assim ele desmaiou como se tivessem aplicado algo nele. Como e por que deixariam justo o melhor amigo do Gael vivo? Como deixaram um inimigo vivo, mataram muitas pessoas, mas o Ed sobreviveu. Acho isso estranho

— Por quê? Queria que eu tivesse morrido? — pergunta ele

— Não, eu só achei estranho. Tem alguma coisa que você está escondendo? — volto a perguntar

— Não — o mesmo sorri sem graça — Deixa de ser boba e intrometida — diz ele. Gael chega até nós e tira Ed do banco de trás. Ed me olha com um sorriso vitorioso e no caminho para a mansão Gael estava dando apoio e ele estava conseguindo andar perfeitamente, talvez  Gael nem desconfie por causa da confiança que tem no Ed, mas só de ver já fico desconfiada. Como é possível? Agora pouco ele não estava conseguindo nem abrir os olhos

— Bichinho estranho — sussurro para mim mesma. Saio do carro entro na mansão e vou direto tomar um banho. Coloco uma blusa preta de manga e rendada, uma saia rosa e um salto alto preto

 Coloco uma blusa preta de manga e rendada, uma saia rosa e um salto alto preto

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    Não encontrei ninguém na casa e não faço ideia de onde esteja o Gael, Leon e o Ed

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    Não encontrei ninguém na casa e não faço ideia de onde esteja o Gael, Leon e o Ed. Algum tempo depois ele passa por mim, mas não diz nenhuma palavra. Ele é uma pessoa fria e não sei se um dia ele poderia ser melhor. Isso me cansa, me deixa exausta

— Como o Ed está? — pergunto

— Bem — o mesmo responde em um tom seco e da de ombros

— Gael — o chamo

— Eu só quero esconder a verdade eu só quero abrigar você, mas não dá  não há onde te esconder. Não importa o que nós criamos ainda somos feitos de ganância. Qual o fim disso? Minha mente é onde meus demônios se escondem então não se aproxime muito é escuro aqui dentro, então Laura me entenda e me deixa cuidar de você ou apenas fique ao meu lado e pare de fazer milhões de perguntas, só espere tudo isso acabar — diz ele

— Isso não vai acabar, enquanto um de nós não cedermos. Isso não vai acabar até pegarem o chip — concluo.

— Laura, não espere amor de mim — diz ele cabisbaixo — Se eu soubesse que o fogo iria queimar você acha que eu andaria nele primeiro ou deixaria você ir? O que acha que eu faria? Você já sabe que é uma estupidez então não espere nada de mim — o mesmo desabafa

— Quer saber, você espera que eu responda suas perguntas porque nem você sabe a resposta. Você nunca me deixaria andar pelo fogo sozinha, ou seja, você nunca vai me deixar enfrentar perigos ou dificuldades sozinha. Não conheço seu interior, mas fica difícil saber quando nem você sabe — respondo

— Deixa de falar bobeira — diz ele ríspido

— Então deixa de mentir para si mesmo — digo virando as costas. Eu iria agora para qualquer lugar, mas eu não queria ver o Gael por algum tempo eu só queria deitar para dormir e não ter preocupações, eu queria minha paz de volta.
    Gael puxa meu braço e nossos corpos ficaram poucos centímetros de distância um do outro

— E quem eu seria se deixasse você ir agora? — ele pergunta. Estávamos tão perto que eu podia ouvir o batimento do seu coração e sentir sua respiração próxima ao meu rosto

— Gael Torricelli — respondo. Nossos rostos vão ficando cada vez mais perto, nossas testas vão se encontrando até que em um pouco tempo nossos lábios se encostaram, abro espaço para sua língua que junto a minha fazia deslizes satisfatórios e gostosos. Eu queria passar um tempo a mais no conforto dos braços dele, mas ainda temos problemas pendentes. Afasto meu lábio do dele e sinto os olhos dele fixos ao meu

— Vamos? Se demorarmos o Leon pode acabar fugindo — digo e ele pega na minha mão me puxando para frente. Caminhamos até o porão que ficava em baixo da casa e Leon estava amarrado lá.

— Ele não vai falar nada, então não tenha piedade dele pois ele não teria de você — diz Gael cruzando os braços e me aproximo de Leon

— Onde ele está? — pergunto. Ele continua de cabeça baixa. Entrelaço meus dedos em seu cabelo e puxo fazendo o olhar para mim — Responde — digo ríspida e ele começa a rir

— Espero que ele esteja vindo para cá. Nós não baixamos a guarda em momento nenhum e seu pai é um homem muito esperto — diz ele entre risos. — Já se perguntaram onde está a querida, Flower? Ah, ela é uma garota muito maravilhosa eu pagaria o quanto fosse para ficar com ela, mas se eu encontrá-la por aí eu vou levá-la para mim.

    Gael se irrita e da um soco no rosto de Leon e começa a sangrar no mesmo momento. Leon continuava rindo a cada soco que Gael dava na cara dele. Gael se irrita vai até a mesinha que tinha ali ao lado e pega uma faca que no mesmo momento que se aproxima do Leon enfia o canivete em sua perna o que o fez gemer de dor

— Se entregue logo, vagabunda desgraçada — Leon grita entre gemidos de dor

— "Vagabunda, desgraçada" — Gael imita o Leon e vejo ele ficar com raiva. Gael arranca a faca e enfia na outra perna de Leon — Seu dono não vai te ajudar agora então diga logo onde ele está — diz Gael ríspido.

   Subimos as escadas e vamos para sala. Sobre o que Azi falou na ligação ainda vinha átona na minha cabeça e claro eu teria que fazer alguma coisa. Pego um boa noite cinderela que estava na gaveta e coloco no whisky do Gael. Quando entrego para ele ele já bebe um pouco e alguns minutinhos depois começa a esfregar os olhos e força-los a ficarem abertos.

— Laura, o que você colocou na minha bebida? — pergunta ele se levantando do sofá e seu corpo começa a bambear

— Eu vou acabar com os nossos problemas.  De um jeito no Leon e se esforce para ser alguém melhor para si mesmo — digo e ele cai no chão desmaiado. Pareceu até que eu estivesse vendo em câmera lenta os seus olhos se fecharam e seu corpo perdeu totalmente a força, o copo que estava na sua mão cai no chão se quebrando e espirrando cacos minúsculos para todos os lados.

     Gael vai ficar com raiva, mas estou fazendo isso esperando que as coisas melhorem. Eu preciso que ele fique bem e quando Azi conseguir o que quer vai dar paz para o Gael e talvez assim as coisas melhorem. É horrível ver as pessoas se machucarem por minha culpa e eu quero que isso acabe logo.  

      Continua...     

Chefe da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora