Um ano depois
— Sim, mãe, eu prometo que ninguém sabe o que é ainda, você e a Sarah vão descobrir juntas — Natasha apoia o celular entre a orelha e o ombro, enquanto termina de fechar a mala.
Ela deixou escapar na última vez que falou com a mãe que tinha uma surpresa para contá-la, algo que envolvia a ruiva e o namorado. Agora Melina e a sogra dela estavam desesperadas para descobrirem o que é.
— Quantas vezes eu vou ter que repetir, eu não estou grávida! É outra coisa... Preciso terminar de arrumar as malas, Steve foi alugar o carro e vai voltar logo, não tivemos tempo de arrumar as coisas ontem — isso porque eles haviam ficado bem distraídos enquanto comemoravam um ano do dia em que se conheceram, mas com certeza ela não contaria essa parte para a mãe — Também amo você, mama. A gente se vê no natal.
Quando desligou a ligação, ela jogou o aparelho telefone para cima da cama e não demorou para terminar de arrumar as malas dela e de Steve. Seria a primeira festa em que eles se encontrariam após assumirem o relacionamento com as duas famílias completamente reunidas, incluindo todos os parentes dos Rogers. Romanoff observou a neve caindo pela janela e sorriu ao lembrar-se de como sua vida havia dado um giro de 360° no último ano.
Agora, ela finalmente havia enviado um dos seus livros para uma editora grande e faltava muito pouco para conseguir uma resposta positiva. Natasha também havia pedido demissão da revista em que trabalhava a dois meses, resolveu ajudar Steve com a livraria e conseguiram transformar o lugar em uma das maiores da cidade. Foi assim também que conseguiram dinheiro o suficiente para alugarem o apartamento em cima da loja, estavam oficialmente morando juntos e ainda não conseguiam acreditar naquilo.
Algumas caixas ainda estavam espalhadas pelo pequeno apartamento, eles não tinham muita coisa, mas parecia que nunca parava de aparecer pacotes que esqueceram de pôr em seus devidos lugares. Eles ainda não tinham nem um sofá, mas uma árvore de natal enorme? Ah, com certeza.
"Prioridades", foi o que Rogers disse ao ser questionado sobre o assunto pela namorada.
Falando nele, o grito de "estou em casa" fez com que Romanoff fosse até a sala, tentando entender o sorrisinho bobo no rosto do loiro, que derrubava neve no pequeno hall de entrada. O sorriso dele logo cresceu um pouco mais ao vê-la, era sempre assim, não importava se agora estavam morando juntos, ele sempre parecia imensamente feliz quando a via.
— Minha mãe ligou de novo e eu posso jurar que ouvi a voz da sua no fundo — ela reclama, fazendo com que ele gargalhasse.
— Acho que precisamos separar aquelas duas antes que se unam contra a gente — foi o que Steve disse, aproximando-se da namorada e envolvendo a cintura dela com seus braços.
— Mas elas já fazem isso, esqueceu de como foi que isso aqui aconteceu — Natasha indica os dois com o dedo.
— Jamais, mas se me lembro bem teve muito mais a ver com um certo ônibus quebrado e comigo sem conseguir resistir a sua beleza — brincou e inclinou-se para beijar os lábios dela.
— Foram dias memoráveis mesmo — ela falou, escondendo o rosto na curvatura do pescoço dele
— Principalmente quando descobrimos todas as coisas que conseguimos fazer dentro de um carro — Steve sentiu o corpo dela sacudir-se em uma risada deliciosa.
— Por falar em carro, deu tudo certo?
— Mais do que isso, tenho uma surpresa para você.
Steve deixou um beijo na bochecha dela e foi andando novamente para a parte onde ficava a escada que dava acesso para a parte de fora da casa. Ainda desconfiada com o quê ele estava aprontando daquela vez, vestiu o casaco e pegou um gorro antes de sair. Assim que chegou na ponta da escadaria e olhou lá para baixo, identificou o carro que o loiro havia pegado, era o mesmo modelo que eles usaram no ano passado.
Ela desceu as escadas o mais rápido que conseguiu, tentando não escorregar no maldito gelo que já havia conseguido derrubá-la três vezes só nessa semana. Rogers exibia um sorriso orgulhoso diante do veículo, os braços abertos como quem diz "tcharãm" e somente após observar a placa do carro, que percebeu o porquê. Os carros não eram parecidos, aquele era o mesmo automóvel que usaram no ano passado.
— Alugou o mesmo carro? — ela perguntou desacreditada enquanto tirava um pouco da neve que se acumulava em cima do veículo.
— Não, quer dizer, sim é o mesmo carro, mas não aluguei — as íris verdes prederam-se nas azuis, dedicando toda sua atenção para as palavras de Steve — Nós estávamos pensando mesmo em comprar um, então eu meio que dei esse presente de natal para a gente.
— Comprou o carro? — sim "o" carro, porque aquele ali jamais seria um modelo qualquer para os dois.
Foi ali que se conheceram, que apaixonaram-se, permitiram a si mesmos a chance de desenvolverem uma amizade que evoluiu rapidamente para outra coisa. Foi ali que se beijaram pela primeira vez, que se amaram durante a madrugada de natal, enquanto as ruas desertas e o frio do lado de fora eram as únicas testemunhas. Aquele objeto com certeza contava uma parte muito importante da história deles.
— Se você tiver gostado e concordar, sim, eu comprei o carro — ele disse hesitante — Mas se não, ainda dá tempo de desistir e devolver...
Rogers nem ao menos conseguiu terminar a frase, pois a namorada estava jogando-se em seus braços e ele a pegou em um abraço apertado, da mesma forma que haviam feito no karaokê no último ano. Ela afastou-se o suficiente para beijá-lo profunda e demoradamente, algo que Steve não pensou nem duas vezes para retribuir com fervor.
— Eu amei! — diz sorrindo para ele e observando o carro também — E eu amo você, Steve Rogers.
— Eu também amo você, Natasha Romanoff — os dois sorriram e permaneceram em sua pequena bolha por mais alguns minutos, antes de subirem para pegar as malas e finalmente começarem a viagem.
— Acha que elas vão surtar? — Steve perguntou após fechar o porta malas e entrar dentro do automóvel, daquela vez a ruiva quem iria começar dirigindo.
— Ah com certeza — ela desvia o olhar para sua mão direita, onde agora repousava um lindo anel de noivado — Elas vão amar a novidade e tenho certeza que ninguém nos deixará em paz durante esse natal.
— Bem, a sempre a possibilidade de eu te sequestrar depois que a maioria for embora — ele pisca para ela, recebendo uma risada nasalada em resposta.
— Eu já te disse, isso não se qualifica como sequestro, é um resgate — brinca com o noivo e sai com o carro enquanto ele ainda ria, dando início a aventura de natal daquele ano.
Obrigada mais uma vez por me acompanharem em mais uma história.
Até a próxima e feliz natal de novo💜
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Driving Home for Christmas
FanfictionSteve Rogers está tentando chegar em casa a tempo de aproveitar a véspera de natal com a família, sem os ver a mais de seis meses, ele está disposto a realizar o desejo de sua mãe em ter todos reunidos naquele ano. Natasha Romanoff só queria que a m...