Por mais que já tivessem visitado várias cidades bonitas, incluindo a que moravam, Nova York continuava a surpreender Steve e Natasha, quando erguia-se diante deles com toda sua beleza e agitação. Agora que estavam perto de chegar em casa, a realidade começava a bater e percebiam que aqueles eram provavelmente os últimos minutos que aproveitariam juntos totalmente sozinhos, já que com as famílias por perto, ficaria difícil conseguir um tempo livre para conversarem sem um monte de gente encarando ou enchendo-se de expectativas para um possível relacionamento nascer.
Felizmente, o transito da cidade não estava o melhor do mundo, então continuavam prendendo-se ao mundo particular que haviam criado dentro daquele carro, nenhum dos dois realmente desejando partir. Steve ia abrir a boca para falar com ela sobre tudo o que aconteceu no chalé, sobre como desejava continuar a conhece-la, mesmo quando voltassem para Winnipeg, entretanto o celular dela começou a tocar e ele ficou o segurando para que a ruiva não precisasse soltar o volante.
— Oi papa — Natasha respondeu assim que escutou a voz do outro lado da ligação.
Apesar de ocasionalmente mandarem notícias para os seus respectivos parentes durante a viagem, sempre faziam isso por mensagem de texto e não ligação, acabou que nenhum dos dois mencionou o outro. Em resumo, torciam para as mães não começarem a planejar todo um casamento ao perceberem que tinham viajado esse tempo todo juntos.
— Oi princesa — Steve viu como as bochechas dela ficaram levemente coradas por ele ter descoberto como o pai dela costumava chamá-la — Está perto de chegar? Você não manda notícias desde Ohio, ficamos preocupados.
— Eu já estou em Nova York, mas alguns minutos e chegamos aí — o verbo no plural acabou escapando dos lábios dela e óbvio que o homem não deixou passar despercebido.
— Chegamos? — Rogers percebeu que a voz dele já não possuía o mesmo tom carinhoso como quando falava com a filha e ficou levemente preocupado em qual seria a reação dele se chegasse a descobrir a quantidade de vezes que ele desejou ter beijado a ruiva — Achei que estivesse viajando sozinha.
— É uma história engraçada — ela observou Steve com a visão periférica e tentou conter o sorriso ao perceber a forma como ele o encarava — Que eu prometo explicar quando chegar aí.
— Certo... — Alexei hesita por um tempo e então lembra-se de outra coisa — Ah se prepare, sua mãe está planejando seu casamento com Steve Rogers depois que Yelena encontrou as cartas que você costumava escrever para ele no nosso sótão.
— Cartas? — Steve solta sem querer e sabia que o senhor Romanoff tinha o escutado.
— Ok, mal posso esperar por isso — Natasha fala rapidamente, antes que o pai pudesse comentar sobre a voz masculina junto dela — Até daqui a pouco, amo você papa.
Ela falou com uma doçura extremamente exagerada que com certeza não combinava com sua personalidade. Desligou o telefone e apertou o volante com mais força, envergonhada, sem um pingo de coragem para observar a expressão no rosto do homem ao seu lado.
— Escreveu cartas para mim? — a voz dele não passava de um sussurro.
— Você era o único amigo que eu tinha quando éramos crianças e então minha família mudou para a Rússia. Eu fui obrigada a fazer amigos novos, entrar para uma escola nova, mas enquanto não me adaptava costumava escrever para você. Quer dizer, eu lembrava que fazia isso, mas não lembrava quem era o garoto... Nunca enviei as cartas, elas jamais possuíram esse intuito, a ideia era só o sentimento de conforto que me passava, sabe? Era bom acreditar que ainda tinha um amigo, mesmo que nunca mais falasse com ele pessoalmente de novo — já que estava se expondo mesmo, ela resolveu chutar a droga do balde e terminar de confessar o que lembrava da infância dos dois de uma vez — Eu sei que minha irma vai te contar isso, porque aquela loira desgraçada ama me fazer passar vergonha, então vou te contar por conta própria... Eu costumava dizer que ia me casar com você, quando a gente crescesse.
Ela ainda não o encarava, então não pôde ver o sorriso que cresceu no rosto de Steve, ou como ele a observava com tanto fervor e desejo. Naquele momento, Rogers sabia que seria dela, não importava se acabasse saindo fora do planejado, mas percebeu que nunca seria capaz de esquece-la, porque aquela mulher... Jamais existiriam palavras o suficiente no dicionário para descrever Natasha Romanoff.
— Você deveria parar o carro — só faltavam uns três quarteirões para estacionarem em frente ao restaurante dos pais de Steve, que ficava em frente a casa dos Romanoff e a ruiva pensou que toda aquela história dela, havia o chateado de alguma forma — Nat...
Somente quando ele a chamou pelo apelido que as íris verdes moveram-se na direção do outro passageiro. Steve a olhava com tanta devoção que Natasha sentiu seu coração palpitar no peito. Droga, ele não podia fazer esse tipo de coisa e esperar que ela pudesse dizer adeus facilmente depois.
— Você deveria parar o carro — voltou a repetir — Porque eu vou beijá-la e detestaria causar um acidente.
O impacto de suas palavras foi tao grande que Romanoff acionou o freio rápido demais, por sorte a rua estava praticamente deserta. Havia sido pega totalmente de surpresa e ninguém a pegava de surpresa assim, nunca. Apertando o volante com tanta força que os nós de seus dedos ficaram branco, ela voltou a ligar o carro, guiando-o para o acostamento, mas mesmo depois de ter parado, não sabia o que fazer.
Steve percebeu o nervosismo dela, estava adorando vê-la assim, já que sempre quando flertavam ela parecia levar a melhor. Agora ele realmente havia conseguido surpreende-la e mal podia esperar para finalmente descobrir a sensação de beijar aqueles lábios que ele vinha desejando desde que se conheceram. Soltando o próprio cinto, Rogers aproximou-se dela, afastou um pouco a jaqueta preta que cobria seus ombros, deixando alguns leves beijos ali e observou com prazer como a pele branca, coberta por algumas sardas na região, arrepiava-se diante de seu toque.
— Por favor, diga que eu posso te beijar agora — sussurrou na orelha dela, seus rostos tao próximos e ao mesmo tempo ainda não estavam perto o suficiente.
Natasha afastou-se dele, o que realmente o pegou de surpresa, pois podia jurar que ela queria aquilo tanto quanto. Percebendo a forma como o olhar dele perdia um pouco do brilho, a ruiva sorriu minimamente e ele percebeu que na verdade, Romanoff só estava retirando o cinto também. Antes que Steve pudesse formular algum pensamento coerente, as mãos dela já estavam em volta de seu pescoço e suas bocas juntas.
O beijo continuava de forma exasperada, todo o tempo que passaram se controlando havia sido jogado de lado. Não se preocupavam com mais nada, porque o restante do mundo não importava, só queriam saciar esse desejo e essa chama que crescia cada vez mais. A verdade é que não tinham a menor ideia do que os esperavam quando chegassem em casa e muito menos o que os aguardava no futuro, a única certeza que os dois compartilhavam era a de que naquele momento selaram a conexão que parecia cercá-los desde o segundo em que se conheceram.
Era mais do que um encontro entre seus corpos, era uma ligação entre duas almas, que pareciam finalmente estarem um pouco mais próximas da felicidade.
O beijo veio aí!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Driving Home for Christmas
FanficSteve Rogers está tentando chegar em casa a tempo de aproveitar a véspera de natal com a família, sem os ver a mais de seis meses, ele está disposto a realizar o desejo de sua mãe em ter todos reunidos naquele ano. Natasha Romanoff só queria que a m...