Capítulo 03

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Conforme avançavam na estrada, Steve e Natasha iam conversando, conhecendo-se melhor e percebendo que tinham muito mais em comum do que imaginaram, a começar pelo amor à literatura.

A noite aproximava-se, a neve aumentava e Natasha já havia conseguido dormir por tempo o suficiente para sentir-se desperta de novo. Pararam em um posto de gasolina, abastaceram o automóvel e compraram qualquer besteira para comer, sabendo que suas mães vissem aquilo iriam lhes passar o maior sermão, independentemente dos filhos já terem quase 30 anos.

Natasha agora era a motorista da vez, Steve estava exausto e desejava muito dormir, mas também queria aproveitar a companhia da mulher ao seu lado. Ela vinha se mostrando alguém cada vez mais interessante, sabia ser engraçada, sarcástica, mal humorada e ele sentia que podia passar horas ouvindo-a falar sobre as coisas que gostava.

Por outro lado, Romanoff não era a pessoa mais falante do mundo com as pessoas, entretanto parecia que o homem ao seu lado era uma exceção a regra. Ela já havia gargalhado junto com ele, se irritado quando Steve começou a cantar umas músicas de natal irritantes em um tom alto e desafinado que era praticamente um ataque a seus preciosos tímpanos, mas também não conseguia parar se pensar que fazia tempo que não se divertia assim com outra pessoa.

Os dois estavam descobrindo coisas que não costumavam revelar para o mundo, pequenas manias, o que gostavam e o que desgostavam, tudo isso em dez horas de uma viagem nada programada. Essas descobertas estavam sendo feitas por meio de conversas e muita observação, parecia que não conseguiam parar de se atraírem, assim como não conseguiam manter-se distantes. De alguma forma, seus corpos acabavam se tocando, fosse suas mãos enconstando-se levemente ou um encontrão no corredor da loja de conveniência do posto.

Por sinal, esse pequeno acidente estava sendo repassado na mente de Natasha várias vezes. A forma como Steve havia a segurado evitando que ela caísse, as íris azuis dele presas no verde das suas. As mãos deles em sua cintura e o quão próximos ficaram, causavam certas sensações na ruiva que a faziam acreditar que o aquecedor do carro estava funcionando mais do que deveria.

— Por que estamos parando? — Steve questiona, ainda sonolento.

— Porque eu não vou dirigir, nem deixar que você dirija, no meio de toda essa neve agora de noite — fala como se fosse óbvio e só então ele percebe que estavam em um grande chalé, que havia sido transformado em um hotel de beira de estrada — Vamos lá grandão, precisamos tentar comer alguma coisa de verdade e dormir um pouco.

— Mandona — resmungou enquanto tirava o próprio cinto e seguia atrás da ruiva, que já retirava as malas do carro.

Seguiram juntos para a recepção, correndo como puderam pela neve, tentando fugir do frio que os cercava. Já haviam conseguido atravessar a fronteira a algumas horas atrás, mas como também estava nevando bastante em Minessota, provavelmente ainda teriam um dia de viagem à frente até chegarem em Nova York.

— Boa noite, sejam bem-vindos — uma moça simpática disse assim que eles se aproximaram do balcão.

— Boa noite — Steve respondeu sorrindo e Natasha revirou os olhos ao perceber como a moça ficou desconcertada — Nós gostaríamos de saber se vocês possuem quartos vagos.

— Sim, nós temos um quarto de casal disponível — a jovem diz com a voz trêmula e sem aguentar mais aquela palhaçada, a ruiva empurra Steve para atrás dela, ficando de frente para a menina.

— Oi, boa noite, acho que você não entendeu a pergunta porque parece um pouco distraída — as bochechas da recepcionista coraram levemente — Mas não queremos um quarto de casal, queremos dois quartos.

Driving Home for ChristmasOnde histórias criam vida. Descubra agora