Capítulo 1

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A música no piano preenchia o grande salão da mansão dos Bae naquela tarde, juntamente com os gritos de uma mulher perfeccionista raivosa.

- Você nasceu para ser perfeita! como você quer ser perfeita se não consegue nem acertar um fouette direito? - A mulher de idade média exclamava completamente raivosa enquanto caminhava de um lado para o outro.

- Mamãe, eu preciso de água, eu estou com fome. - A pequena Joohyun dizia de cabeça baixa depois dos gritos em que sua mãe insistia em dar.

- Você ganhou peso a mais nessas últimas semanas, talvez seja por isso que você não esteja conseguindo realizar um fouette perfeito. - A senhora Bae dizia rígida olhando para sua filha completamente decepcionada.

- A senhora disse que o fouette é o passo mais difícil do balé, como espera que eu aprenda em um dia? A senhora disse também que existem bailarinas que levam uma vida para conseguir realizar um fouette perfeito, eu só tenho 10 anos, é praticamente impo-

- Me escuta aqui, nada é impossível para um Bae, se um Bae quer, ele consegue, consegue me entender? - Perguntava olhando duramente para sua filha na sua frente. - Postura! Levante a cabeça e olhe diretamente nos meus olhos Joohyun! - Disse rapidamente e a criança obedeceu imediatamente.

Olhando nos olhos da sua filha de somente 10 anos Bae Kwan-suck se abaixou na altura de sua filha.

- Um Bae nunca abaixa a cabeça pra ninguém, um Bae sempre olhe nos olhos da pessoa e nunca pro chão. - Disse séria e tudo o que restava para Joohyun era assentir com a cabeça. Logo Kwan-suck levantou dando mais uma ordem.

- Eu quero um fouette perfeito, continue praticando agora Joohyun. - Bateu uma palma e o instrumental de piano começou a tocar mais uma vez e mais uma vez Joohyun não podia demonstrar nenhuma reação, a não buscar ser perfeita.

- Sim, mamãe.

Suspirou para si mesma cansada então a Joohyun de 10 anos de idade tentou se recompor na sua posição perfeita para conseguir um fouette perfeito.

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- Hoje pela tarde Bae Joohyun será solta após passar 11 anos presa por tentativa de assassinato e por tentativa de sequestro. Durante todos esses anos, Joohyun, mais conhecida como Irene, passou por tratamentos psicólogos. Será que ela realmente se arrependeu do que fez? - A repórter dizia em frente a penitenciária feminina de Seul igual a outros vários repórteres que também esperavam por Irene com câmeras devidamente carregadas e com o cartão de memória vazio, afinal, a única Bae restante estava voltando para o mundo após o pior dos escândalos: cometer um crime.

Irene esperava pacientemente em sua sela apenas esperando o guarda ir chamá-la para pegar as suas coisas e dar o fora dali, pelo menos era o que parecia. Por dentro, Irene sentia medo, pois a sua vida nunca mais seria a mesma. Quando andasse na rua, as pessoas iriam ter medo dela, não querendo nem andar do lado dela, mas a mesma entendia os motivos das pessoas, também pensaria coisas ruins de uma pessoa que já foi presa por cometer atrocidades, ou pelo menos, quase.

- Bae Joohyun, por favor me acompanhe. - O policial chamou a sua atenção enquanto abria a porta da sela.

Irene então se levantou e fez conforme foi mandada. Foi direcionada a uma sala aonde tinha uma peça de roupa sua dobrada e um par de salto alto.

- Se troque aqui e assim que acabar já pode ir embora, bata na porta quando estiver pronta. - Dizia com a voz séria e rígida o policial olhando para Irene que apenas murmurou um "obrigada".

Assim o fez. Irene vestiu o vestido florido que foi deixado para si juntamente com o salto alto preto, penteou o seu cabelo castanho escuro que estava longo. Apesar de anos na cadeia a sua pele estava intacta sem nenhuma mancha ou qualquer defeito se quer, observou que na mesa também tinha um batom vermelho e logo Irene deu um leve sorriso e caminhou em direção ao batom o pegando e passando em seus lábios.

Quando terminou fez o que lhe foi mandado, bateu levemente na porta e o policial abriu, Irene caminhou passando por outras selas enquanto ouvia comentários das outras presidiárias.

- Você perdeu a aposta, pelo visto a madame cumpriu a sentença sem surtar e ficar louca igual nos primeiros meses. - Uma mulher que parecia mais velha comentava enquanto ria para a outra em seu lado.

- Está totalmente diferente de quando entrou, nem parece que tentou matar e sequestrar uma pessoa. - Agora uma mulher que parecia mais nova comentava olhando para Irene de cima a baixo.

- Boa sorte na sua solidão lá fora, grande senhorita Bae. - Sarcasmo era visível na voz dessa presidiária enquanto debochava de Irene, ela sabia disso.

Irene passava no corredor com a postura correta e não demonstrando nenhuma reação aos comentários desagradáveis das outras presidiárias, as mesmas invejavam sua face dura e a sua postura inabalável ao ouvir os comentários pesados ao seu respeito. Estavam enganadas pois por dentro, Irene sentia tudo e não era tão inabalável assim, por dentro sentia cada palavra lhe acertar como facadas.

Suspirou aliviada ao chegar no portão da saída e mesmo do lado de dentro conseguia ouvir o barulho dos flashes e os burburinhos dos repórteres. Teria que passar por outro desafio difícil, a mídia.

Suspirou mais uma vez só que profundamente. Iria fazer uma das coisas que aprendeu na terapia, pensar pelo lado bom e não se deixar levar pelo pensamento ruim.

"Você recebeu mais uma chance de recomeçar, durante esses 11 anos você refletiu e aprendeu com os seus erros. Está na hora de encarar o mundo lá fora e você vai conseguir, porque você é Bae Joohyun, ou para os mais próximos, Irene." Irene disse para si mesma enquanto fechava as suas mãos em punhos e caminhava em direção ao portão.

- Bae Joohyun! - Um repórter exclamou logo chamando a atenção de todos os repórteres e todas as pessoas ali.

O coração de Irene começou a acelerar conforme andava, os flashes brancos seguiam a mulher que queria desesperadamente sumir dali o mais rápido possível. As pessoas cercavam Irene e a mesma começava a sentir falta de ar, microfones em seu rosto lhe impediam de enxergar quase tudo ao seu redor.

- Se arrepende do que fez? - Um homem perguntava.

- Como irá recomeçar a sua vida se você jogou tudo por água a baixo? - Agora era uma mulher quem perguntava.

Irene apenas ignorava as milhares de perguntas que eram feitas pra si. Logo viu um homem em frente a um carro preto, um Rolls-Royce, então sorriu aliviada.

Acelerou mais os passos chegando enfim no carro, abrindo a porta e entrando rapidamente junto com o homem que viu em frente dele.

- Vamos senhor Lee. - Irene dizia aliviada para o homem de aparência mais velha que sorria levemente.

- Seu pedido é uma ordem pequena Bae. - O senhor disse com a voz serena e logo depois deu partida com o carro, obedecendo prontamente a ordem de Irene.

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Oi leitores! Espero que tenham gostado do primeiro capítulo da nova fic. Lembrando que essa fic se passa no mesmo universo que "LIAR", passando pra avisar também que você não precisa ler liar para poder entender essa fanfic. Eu espero de verdade que vocês gostem dessa nova fic!!

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DEPOIS DA TEMPESTADE | SEULRENEOnde histórias criam vida. Descubra agora