Capítulo 16

279 41 22
                                    

Depois de uma longa tempestade durante a madrugada, a calmaria desperta pela manhã, um sol fraco mas ainda sim frio bate no rosto de Irene que antes de abrir os olhos se espreguiça tomando todo o espaço da cama pra si. Mas algo estava errado, só tinha ela na cama então por que ela estava sentindo como se estivesse batendo em alguma coisa?

Irene rapidamente abre os olhos e uma onda de memórias a atinge e no mesmo momento a Bae congela prendendo a sua respiração para não fazer qualquer tipo de barulho que pudesse acordar a mulher que dormia tão calmamente ao seu lado.

Se encolheu por completo na cama e ainda deitada de lado, se permitiu observar Kang Seulgi dormindo. Sua bochecha sendo amassada pelo travesseiro fazia Seulgi ficar com um grande biquinho enquanto dormia, sua respiração leve batia contra o rosto de Irene que nem percebia pois estava tão concentrada no rosto da mais nova que se quer ligava para o mundo a fora. Na mente de Irene, conversava com si mesma, nunca na vida viu alguém que dormisse tão serenamente igual Seulgi, desejou um dia poder dormir assim também.

Irene ainda continuava analisando o rosto da mesma quando Seulgi abriu os olhos calmamente, ainda se acostumando com a claridade invadindo o seu quarto e batendo no seu rosto, a mais velha arregala os olhos e rapidamente fecha os olhos fingindo dormir ainda na esperança que Seulgi não tenha a pego.

Para Irene, tinha dado super certo mas Seulgi percebeu e deu uma risada nasal de leve não falando absolutamente nada e entrando na de Irene.

— Irene-ssi, ainda está dormindo? — Seulgi pergunta com a voz um pouco rouca por conta que acabou de acordar, da forma mais convincente que consegue e logo obtém a sua resposta quando Irene finge acordar se espreguiçando falsamente na cama.

— Bom dia, Kang. — Irene responde Seulgi que rapidamente a responde de volta.

— Bom dia, Irene-ssi. — Seulgi diz com um leve sorriso.

Nenhuma das duas não falaram mais nada, como Irene, Seulgi também se permitiu olhar para a mulher a sua frente. Observou o rosto de Irene que agora estava mais calmo e tranquilo, o cabelo perfeitamente alinhado se fazia presente na mesma parecendo que ela tinha os penteado antes de Seulgi acordar. Irene estava perfeita pela manhã e Seulgi se perguntou como isso era possível. Achava que Irene era algum tipo de divindade ou algo do tipo, porque só tal pra ser assim... tão interessante.

A expressão séria que Irene sempre mantinha despertava a curiosidade da mais nova, só ela não sabia o por que disso, só sabia que gostava.

Tão próximas, nenhuma das duas tinham se movido, dormiram assim, acordaram assim e continuavam assim. Olhando uma para outra com
pequenos centímetros afastando os seus rostos, um silêncio que não era desconfortável pra nenhuma das duas, a distância entre elas não era tão grande, as duas conseguiam sentir a respiração uma da outra batendo contra os seus rostos mas simplesmente tinha algo que as prendiam ali, naquele momento.

Teriam ficado por mais tempo se não fosse o despertador de sino de Seulgi que despertou as exatamente 07:00h da manhã, fazendo ambas acordarem e levantarem rapidamente. Seulgi desligava o despertador se repreendendo mentalmente, se repreendendo de ficar olhando como uma tonta pra Irene, se repreendendo por ter esquecido de desligar o despertador enquanto do outro lado Irene também se repreendia mentalmente.

Decidiu que era hora de ir embora, tinha que sair correndo de lá o mais rápido possível. Não podia ver Seulgi, não podia falar com Seulgi, não podia fazer nada que envolvesse a maldita mulher que se transformou em uma tempestade em sua vida, se transformou e nem deu tempo de perceber pois mal chegou e como uma verdadeira tempestade, já estava começando a se espalhar. Chegou a conclusão que se visse Kang Seulgi novamente, nunca mais sairia da grande nuvem que aquela mulher era.

— Me desculpa, o despertador, eu esqu-queci de desativar... — Seulgi dizia meio atrapalhada.

— É-é, não tem problema. Eu preciso ir. — Irene dizia enquanto reunia as suas coisas no quarto com pressa.

— Fi-fica pra pelo menos pr-pro café... — Seulgi dizia gaguejando ainda se repreendendo mentalmente.

Irene negou com a cabeça e desceu com os seus pertences todos em mãos. Seulgi logo foi atrás da mesma e antes que Irene pudesse abrir a porta a mais nova segurou em seu braço levemente.

— O-o que acon-aconteceu? — Seulgi perguntava muito confusa com toda aquela situação e Irene estava eufórica para sair dali o mais rápido possível, então deu uma resposta breve.

— Acho que confundimos as coisas um pouco demais e não podemos ser assim. — Seulgi soltou Irene que logo abriu a porta e seguiu em direção ao seu carro mas parando na pequena estrada de pedra que tinha e se virando para Seulgi. — Obrigada por me deixar ficar. — Logo Irene se curva em demonstração de respeito e logo continua andando até o seu carro dando a volta e abrindo a porta mas antes de entrar, olhou pelo o que seria uma última vez para Seulgi, logo então entrando por completo e dando partida.

Uma confusão de fazia presente na cabeça das duas mulheres, ambas não sabiam como lidar com isso, uma mistura de sentimentos de fazia presente nelas.

Naquela manhã o céu voltava a fechar, as nuvens cinzas carregadas voltavam juntamente com o barulho de trovões baixos que iriam aumentar.

[>>>]

Seulgi se sentia uma idiota, queria voltar no tempo pra refazer tudo e se possível não conhecer Irene. Desde do dia em que a mesma entrou naquela cafeteria com o seu olhar profundo e um tanto assustado, a pobre Kang já tinha se tornado vítima do olhar de Bae Joohyun.

E Seulgi sabia disso, sabia disso desde do dia em que Irene pisou naquela cafeteria, só que escondia isso de si própria, como se esse tipo de sentimento fosse fácil de esconder.

Já Irene pensava que tinha ido longe demais, enquanto dirigia não conseguia prestar atenção na estrada porque tudo que ocupava a sua mente agora era a Kang Seulgi. Não entendia como ela desviava o olhar mas continuava a ser atraída, Seulgi era diferente, fazia ela rir e isso é difícil. Pensava que mesmo se quisesse, não iria conseguir proporcionar tudo o que Seulgi merecia e mesmo não querendo, isso lhe deixava triste.

No momento se odiou completamente, só queria ser normal, só queria não ter feito besteira, só queria não ter nascido na família que nasceu.

Esse amontoado de sentimentos que Irene guardava em uma caixinha escapou, juntamente com a primeira lágrima que escorria pelo seu rosto e juntamente com a primeira gota de chuva que caía do céu.

[>>>]

IRENE POV'S

Não gosto de dias chuvosos porque não dá pra ver as estrelas no céu a noite, isso é desanimador. Precisava de algo pra ocupar a minha mente, qualquer coisa, literalmente qualquer coisa.

Decido ligar a televisão, assim que o faço, começo a assistir uma reportagem qualquer completamente entediada, completamente perdida. Parece algo da minha cabeça mas ouço batidas na porta, ignoro, ninguém iria bater as plena 19h e pouca da noite aqui. Ouço novamente só que mais forte, e dessa vez tenho certeza que não é algo da minha cabeça, então levanto e vou atender, não gosto de quem eu vejo parada segurando um guarda-chuva roxo.

— Seul-Seulgi... — Congelo e rapidamente entro pra dentro, fechando a porta no mesmo momento.

Está uma chuvarada lá fora e ela ainda estava lá.

— Só vou embora depois que você me escutar, Irene-ssi. — Encostada na porta eu ouvia Seulgi falando.

Minha mente e o meu coração batalhavam nesse momento, e o meu coração venceu, porque quando menos de dou conta eu já estou do lado de fora olhando intensamente para Seulgi.

×______________×_________________×

Não se esqueça de votar. ⭐

DEPOIS DA TEMPESTADE | SEULRENEOnde histórias criam vida. Descubra agora