Capítulo 15

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Seulgi não conseguia dizer uma só palavra depois de ouvir o que Irene tinha dito. Precisava reagir.

— Na-nada disso Irene! — Seulgi exclamou atrapalhada enquanto pegava um travesseiro e uma coberta, logo depois fechando o armário e caminhando até a porta.

Irene cruzou os braços bufando levemente irritada. A mesma foi até Seulgi e segurou em seu pulso, antes que a Kang mais velha saísse completamente do seu quarto.

— Boa noite, Kang. — Irene falou suspirando derrotada.

Seulgi se viu novamente perdida nos olhos de Irene, que para si parecia um labirinto sem fim que no momento em que você entra, nunca mais se vê livre ou encontra o caminho de volta.

— Boa noite, Irene-ssi. — Seulgi volta a sua realidade e então se dirige em direção a sala. — Fecho a porta? — Perguntou e Irene negou com a cabeça.

Assim que Seulgi desceu, Irene se jogou na cama completamente envolvida com os seus pensamentos. Se perguntava quando que começou a se perder em Seulgi. Não perguntava o "por que" porque sabia justamente a resposta tão óbvia para si, só sabia que tinha que parar e afastar qualquer tipo de coisa que envolvia Kang Seulgi de si.

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A tempestade caia com força no lado de fora, pior do que mais cedo, a madrugada se mantinha gelada e os sons de trovões e raios estavam presente constantemente.

Seulgi acordou no meio da madrugada com a bexiga cheia, se repreendeu mentalmente por ter bebido muito refrigerante na hora do filme. Andou em direção ao banheiro com a visão ainda meio embaçada, morrendo de sono fez sua necessidade e quase dormiu ali no vaso mesmo. No caminho de volta para a sala ouviu alguns barulhos, que pareciam vir lá de cima.

Logo levantou uma sobrancelha duvidosa, de início pensou que fosse coisas de sua imaginação por estar com sono mas logo depois se aproximou do início da escada e percebeu que os sons vinham do seu quarto, aonde Irene estava dormindo, logo lembrou que a mesma tinha deixado a porta aberta. Rapidamente os gemidos abafados viraram falas altas, Seulgi no mesmo instante não exitou e subiu correndo as escadas que davam caminho ao seu quarto.

Irene estava paralisada na cama suspirando pesado na tentiva de buscar oxigênio enquanto suava frio, o medo, a angústia se faziam presente em sua expressão. Tentava se mexer descontroladamente mas era totalmente falho, Seulgi logo percebeu que Irene estava tendo uma paralisia do sono.

O coração de Seulgi começou a disparar rapidamente, correu mais rápido ainda até a cama e viu que as lágrimas de Irene escorriam descontroladamente enquanto a mesma falava coisas.

— Mamãe, por favor… eu não aguento mais… — Irene dizia implorando com a voz tremendo. — E-eu sei que n-nunca vou ser amada s-se eu con-continuar assim mas por favor não me abandone. — A mais velha continuava e cada vez mais o coração de Seulgi se partia.

Logo a Kang mais velha com uma de suas mãos segurou o rosto de Irene e começou a chamar por ela.

— Irene-ssi, sou eu, Seulgi, a Kang! — Seulgi exclamava olhando nos olhos de Irene.

Dentro da cabeça de Irene, somente o terror se fazia presente. A mesma desejava sair de lá o mais rápido possível, desejava sair de seu quarto aonde sua mãe lhe dava lições e dizia as coisas mais horríveis do mundo.

Os raios pareciam cair tão perto de si enquanto sua mãe enchia os seus ouvidos dizendo o óbvio, dizendo o que Irene já sabia. Irene só não sabia que doía muito mais ouvir da boca de sua mãe.

— Você nunca será amada Irene, por que ainda insiste? — Sua mãe dizia enquanto rodeava Irene que permanecia presa em sua cama.

— Por favor, para… — Irene implorava.

— Estou tentando evitar o pior minha filha, isso é para o seu bem. — A Sra. Bae dizia em um tom sarcástico enquanto acariciava o rosto de sua filha. Irene conseguia sentir perfeitamente as mãos geladas de sua mãe morta.

A cada trovão e raio do lado de fora, o corpo de Irene vibrava, Seulgi via isso, e queria tirar Irene de onde estava. Logo lembrou que Hyung-sik já teve paralisia do sono uma vez.

Seulgi que estava sentada na beira da cama, segurou calmamente os ombros de Irene e começou a chama-lá.

— Irene-ssi, Irene-ssi. — Disse enquanto balançava os seus ombros. — Volte para cá Irene-ssi, nada disso é real, é só um pesadelo. Um pesadelo. — Se aproximou dos ouvidos de Irene e disse claramente.

Logo Seulgi se afastou e continuou balançando Irene.

— Irene! — Srta. Bae! — Exclamou enquanto balançava um pouco mais forte dessa vez e no mesmo instante Irene acordou, levantando rapidamente e ficando sentada de frente para Seulgi.

Seulgi logo respirou aliviada e Irene agora acordada pra valer, buscava oxigênio enquanto sua mente voltava para o lugar. Agora a mente de Irene dava espaço as lágrimas desesperadas que caiam em conjunto com a tempestade do lado de fora, desejou sumir, se sentiu péssima. Seulgi não disse nada e só abraçou Irene, que rapidamente retrebuiu o abraço, apertando fortemente a sua cintura com o rosto apoiado no ombro da Kang enquanto suas lágrimas molhavam o seu pijama, Seulgi pouco se importava, Seulgi só queria que Irene se sentisse melhor.

— Calma Irene-ssi, eu estou aqui agora. —  Seulgi tentava tranquilizar Irene, fazia um leve carinho no topo de sua cabeça, descendo pela extensão de seu cabelo.

As mulheres ficaram alguns minutos daquele mesmo jeito, até que Irene se afastou e começou a olhar para Seulgi. Seulgi nunca tinha visto o lado frágil de Irene, mesmo que não se conhecessem a muito tempo, aquela cena tinha partido completamente o coração da Kang.

Irene estava pronta para explicar, mas rapidamente Seulgi tratou de impedi-la.

— Vamos esquecer isso por enquanto, podemos conversar outra hora. — Seulgi dizia calmamente enquanto acariciava o rosto de Irene. A mais velha assentiu aliviada, não queria conversar sobre isso, não agora.

Seulgi se levantou e botou Irene deitada, logo a cobrindo. Aos olhos de Seulgi naquele momento, Irene parecia tão vulnerável, frágil, que queria protegê-la da forma que pudesse.

— Bem… estou indo agora, qualquer coisa pode me gritar, venho correndo. — Seulgi dizia deoois de ajeitar o edredom sobre Irene.

Quando Seulgi ia se afastar, foi impedida por Irene, que segurou os seus pulsos não deixando Seulgi ir embora.

— Fica aqui comigo. — Irene não perguntou, Irene pediu, e se esforçou para que não saísse desesperadamente mesmo que fosse desesperadamente.

Nem passou pela cabeça de Seulgi recusar então prontamente a mesma foi até a porta e fechou, logo depois pegando mais um travesseiro no armário e colocando ao lado do travesseiro de Irene. Então Seulgi se deitou e Irene prontamente se aconchegou nos braços da mais nova.

Irene deitou em cima do braço de Seulgi e a mesma sentiu a respiração quente e agora controlodada da mais velha do seu pescoço, com a mão que estava livre, fez cafuné no topo da cabeça de Irene que abraçava a cintura fina da Kang mais nova por debaixo do edredom quente.

Com o barulho dos raios e trovões indo embora, restou apenas o barulho da chuva, que fez as mulheres deitadas tão confortavelmente, adormecerem na companhia uma da outra.

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