1: Bem vinda!

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Algumas das pessoas da ilha estão passeando pelos bosques, enquanto outras abrem o comércio local. O ar congelante da manhã sopra os fios loiros do meu cabelo e causa leves ferimentos na minha pele branca.

Quanto escuto o barulho ensurdecedor de uma aeronave pousando, me afasto do meu carro e entro para o aeroporto. Cumprimento alguns colegas que trabalham no comércio interno e vou para a área de desembarque, procuro nas minhas mensagens a foto da mulher com quem eu devia me encontrar. Quando acho a foto, vejo ela passando por mim.

— Emma Leoni.

A mulher se virou para mim e sua beleza é admirável, os cabelos loiros estão presos em um rabo de cavalo e seus lábios estão pintados de vermelho, seus olhos são azuis como o mar da ilha.

— Sim? — Ela parou e apoiou as quatro rodas da mala no piso de mármore.

— Luther Basile, serei seu guia pela ilha e sou o dono do chalé onde ficará hospedada. —  Estico a minha mão em direção a mala. — Posso levar para a senhorita?

— Não se preocupe com isso, só preciso descansar.

— Infelizmente, o chalé onde iria se hospedar foi danificado pela forte tempestade de ontem. Por isso você ficará na parte superior da minha casa, não fico muito em casa, então terá total privacidade.

— Não posso tirar a sua privacidade.

— Não se importe com isso, eu e os meus funcionários estamos reformando os chalés. Um dia antes do domingo de Páscoa.

Abri a porta do meu carro para que Emma pudesse entrar. Coloquei a sua mala no porta-malas da BMW e entrei no carro, quando liguei o motor, Copines começou a tocar pelas caixas de som do automóvel.

— Posso deligar o som se quiser.

— Não. Gosto de escutar músicas, aproveito delas para me incentivar no meu trabalho.

Seu cabelo tingidos de loiro voam para todo os lados, com a capota aberta. As palmeiras altas, a grama verde e o lindo mar azul, fazem com que as minhas propriedades sejam umas das mais caras da ilha. O modo como os chalés e a minha casa foram construídas fazem com que os hóspedes se sintam em uma praia paradisíaca, como realmente a ilha é.

Paro o carro na entrada da grande casa, suas paredes de doze metros de altura são feitas das melhores madeiras da região e cada janela possui dois metros de largura e dois metros de comprimento.

— Bem-vinda a minha humilde casa. — Abro a porta do passageiro para que Emma descesse do automóvel.

— Acredito que você seja o humilde aqui, por chamar esta linda e grandiosa casa de humilde.

— Foram dez longos anos para construir todo esse paraíso que chamo de casa.

Retiro a sua mala do carro e acompanho Emma até a entrada da minha casa. Faço uma despedida rápida, a deixo na porta e sigo para onde os meus funcionários consertam os chalés danificados.

Sinto um olhar pesar sobre mim, olho em todas as direções, procurando quem está me vigiando. Deixo esse sentimento de lado pegando as minhas luvas de construção.

 Deixo esse sentimento de lado pegando as minhas luvas de construção

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O sol já está no auge quando volto para casa. As grandes folhas das palmeiras desenham o chão com suas sombras, cocos caiem sobre a grama. Algumas das minhas cozinheiras recolhem as frutas frescas e as levam para a cozinha ao lado da casa.

Pássaros cantam na beira da fonte enquanto se banham. Entro em casa e sigo para cozinha. Quando passo pelas portas chinesas, vejo Emma cozinhando e quando se vira, seu olhar cai sobre o meu corpo, então me lembro que ela é uma hóspede e eu estou sem camisa.

— Me desculpe, não sabia que estaria em casa a essa hora. — Seu rosto estava vermelho.

— Por ser uma escritora de livros eróticos, pensei que não sentiria vergonha em me ver assim. Me desculpe. — Vesti novamente a camisa.

— Escrever é mais fácil que praticar. Não que tenha praticado tantas vezes. — Suas mãos mexiam freneticamente nas colheres.

— Você pode ir para o restaurante, o almoço já está sendo servido.

Ela assente e vai para fora da casa, tombo a minha cabeça admirando seu belo corpo cheio de curvas. Se ela não fosse uma hóspede poderia até pensar em levá-la para o meu quarto e mostrar as maravilhas que posso fazer com o seu corpo.

Pego dois pedaços de filé de frango e coloco para grelhar na chapa enquanto ligo a panela de arroz. Subo para o terceiro andar e deixo algumas tolhas brancas e produtos de higiene no quarto principal do terceiro andar.

— Senhor — me viro para encarrar o meu funcionário. — Parece que algo está acontecendo no litoral.

— Algo de que tipo? — Olho pela janela e consigo ver a areia mexida e uma faixa preta no litoral. — Odeio a Páscoa. Limpe o litoral e peça uma análise da água.

— O senhor acha que pode ser os Bunny?

— Eles são apenas uma lenda urbana para atrair turistas fascinados no paranormal.

— Irei providenciar a análise e a limpeza do litoral — ele disse e se virou para sair, mas parou na porta. — Seus filés vão queimar, senhor.

Desci correndo as escadas e virei o filés para que cozinhassem do outro lado. A lenda da família Bunny trouxe diversos conflitos para a época de Páscoa, mas ao mesmo tempo o turismo aumentou e com isso a renda de Graggy cresceu rapidamente.

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