Os pingos do céu começam a cair
Gradativamente segue sem obstrução
Inundando as ruas até o asfalto sumir
Ruas em rios segue a transformação
A chuva aumenta para torrencial
A água as calçadas segue a engolir
Aumentando a miséria com o fluir
Arrastando motos, carros em geral
No primeiro dia, segue a destruição
Da maré alta o transtorno é molhado
Voltar para casa da diária escravidão?
Impossível com todo o trânsito parado
No segundo dia, já não existe cidade
Morros periféricos começam a soterrar
Morrem até famílias pela invisibilidade
Para um estado negligente vir a explorar
No terceiro dia, a imprensa faz a cobertura
Lucro! Reportagem para os dois turnos!
Em sensacionalismo propaga a candura
Dos mortos pelos exploradores soturnos
No quarto dia, a chuva para totalmente
As ruas secam, a cidade volta ao normal
Vida que segue, já era hora, finalmente!
Alienados na desigualdade estrutural
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Entre austeridades: Poesias
PuisiO autor traz uma antologia poética com temas diversos, da Política à Filosofia. Foram escritas em anos difíceis em meio a crises pessoais, nacionais e mundiais. Alto teor subversivo...