Poesia 14: Choveu

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Os pingos do céu começam a cair

Gradativamente segue sem obstrução

Inundando as ruas até o asfalto sumir

Ruas em rios segue a transformação


A chuva aumenta para torrencial

A água as calçadas segue a engolir

Aumentando a miséria com o fluir

Arrastando motos, carros em geral


No primeiro dia, segue a destruição

Da maré alta o transtorno é molhado

Voltar para casa da diária escravidão?

Impossível com todo o trânsito parado


No segundo dia, já não existe cidade

Morros periféricos começam a soterrar

Morrem até famílias pela invisibilidade

Para um estado negligente vir a explorar


No terceiro dia, a imprensa faz a cobertura

Lucro! Reportagem para os dois turnos!

Em sensacionalismo propaga a candura

Dos mortos pelos exploradores soturnos


No quarto dia, a chuva para totalmente

As ruas secam, a cidade volta ao normal

Vida que segue, já era hora, finalmente!

Alienados na desigualdade estrutural

Entre austeridades: PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora