TayNew - Quem sou eu?

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Tay voltou para a casa naquele noite, após ter passado a tarde com Jumpol e Atthaphan.

O amigo ofereceu estadia em sua casa, mas por conta dos problemas que Tawan estava tendo que lidar, resolver e suportar, Off não quis incomodá-lo com sua presença, e afirmou que encontraria um lugar para dormir o quanto antes.

A razão pela qual Adullkttiporn escolheu ir até Gun ainda martelava a cabeça de Tay, e a procura de uma resposta, só surgiam mais perguntas. Porém, havia outra coisa que o homem deveria se preocupar muito mais do que a vida pessoal de seu melhor amigo, algo que o atormentava a meses.

Sua avó estava doente, e como Tawan era o único disposto a bancar o custo dos tratamentos, e cuidar de sua familiar, toda a responsabilidade havia caído sobre seus ombros. A doença piorava a cada dia, e Vihokratana se sentia cada vez mais sobrecarregado. Sua vida já não era mais dele, agora ela estava aos poucos sendo consumida pela vida de outra pessoa.

Suas notas diminuíram drasticamente, seu contato com o mundo exterior já não era mais o mesmo. Recentemente entrava em pauta que talvez, o jovem devesse trancar sua faculdade, pois era muito para que uma pessoa só aguentasse sozinho.

Como se já não bastasse tantas coisas rondando sua cabeça, mais uma se fazia presente para avacalhar com o resto de sua pouca sanidade: Thitipoom Techaapaikhun;

Ele conhecia o mais novo a cinco anos, seu primeiro encontro foi durante a cerimônia de calouros, quando Tay teve seu rosto coberto de tinta pelos dedos de New, e foi naquele momento em que Tawan sentiu que seu eu era uma mera tela em branco, que estava sendo pincelada da forma mais perturbada possível, por um pintor que roubaria os holofotes de sua vida.

Tawan sempre foi muito bom cuidando de outras pessoas, mas nunca foi experiente em pensar em si mesmo. Quando a escolha era entre se beneficiar e abrir mão de ajudar o próximo, ele sempre negaria sem questionar.

Quando apareceu enfim a chance de se apaixonar verdadeiramente por alguém, ele fugiu como o diabo foge da cruz, por saber que não conseguiria dividir seu tempo.

Mas ele não esperava que seu exorcismos pudesse ser tão persistente.

Naquela noite, quando Tay adentrou sua pequena e aconchegante casa, todas as luzes estavam apagadas. Desconfiado com o silêncio endurecedor, o homem colocou a sacola de remédios sobre o balcão e caminhou até o quarto de sua avó. Abriu a porta escutando ela ranger, e observou a mais velha deitada sobre o chão frio, completamento imóvel.

Seu coração ousou parar naquele momento, e em instantes ele já estava em cima do corpo, o balançando em busca de qualquer sinal de que a idosa pudesse acordar. Após checar seu pulso e ver que o coração ainda batia, Tay pegou rapidamente seu celular e ligou para a ambulância. - 20 minutos, foi o tempo que eles deram; - Tempo insuficiente. Frustado e desesperado, Tay ligou para Jumpol, na intenção de que ele o buscasse o mais rápido possível, mas a chamada caiu na caixa postal.

— Porra! - Tal acontecimento fez com que Tawan gritasse em alto e bom som, apertando o celular em sua mão, sentindo que ele poderia partir em pedaços e o cortar a qualquer momento. Quando sentiu seu mundo aos poucos desabar com o corpo morno em seu colo, o homem ligou rapidamente para a sua segunda opção.

— Tay?

— New! - Seu nome foi clamado por um tom de alívio, seguido de gotejos insistentes que pingavam de seus olhos escuros, tal qual madeira queimada.

— O que aconteceu? Por que está me ligando tão tarde? - A voz sonolenta e rouca de New sussurrava do outro lado da linha em uma sinfonia acalentadora.

— New, eu preciso que você venha agora para a minha casa, o mais rápido que puder, por favor! A minha avó não está... ela não está acordando.

— ...Estou indo! - Não houveram nem mesmo questionamentos. Ambos não tinham tempo para perguntas bobas, um "Como assim?" Não se encaixava com o momento. Se Tay disse para New ir, ele iria mais rápido que um viajante no espaço.

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