Capítulo Dezenove

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Eles fizeram o piquenique em um trecho de relva verde ao lado do reservatório de água do moinho, comendo juntos presunto, queijo e pão, além de frutas de cesta que Mrs. Richards tinha preparado. Lucia ficou examinando o marido enquanto os dois comiam, sorrindo ao se lembrar de como ele a havia puxado para trás da cerca via para que os jardineiros não o vissem beijá-la. Ele era realmente adorável. Tão correto na superfície e tão ardente por baixo. Ela pretendia passar o dia inteiro atiçando aquele fogo dentro dele, até que os dois estivessem em brasa. E aquele era o momento perfeito para começar.
- Está um dia lindo - comentou -, mas está muito quente.
Dizendo isso, ela se inclinou para a frente sobre o cobertor e tirou os sapatos. Puxou a barra da saia para cima, apenas o suficiente para que ele pudesse ver a barriga da perna. Tirou as ligas dos joelhos e começou a tirar as meias. Fez tudo isso bem devagar, de forma que ele pudesse dar uma olhada demorada antes de puxar as saias para baixo novamente e jogar as meias para o lado. Esticou as pernas, deixando apenas os pés descalços à mostra, e reclinou-se para trás, apoiando-se nos braços com um suspiro satisfeito. Olhou então nos olhos dele e viu aquele olhar de que tanto gostava.
- Você não tira os olhos de mim - disse ela.
- Não era esse o objetivo? - A voz dele estava estranha.
- Era - admitiu ela. - Eu gosto quando você me olha. Posso lhe dizer por quê? - Sem esperar a resposta, ela continuou: - Quando eu o vi pela primeira vez, pensei que você era arrogante e cheio de decoro, e até frio. Mas em seguida eu percebi uma coisa em você.
- O quê?
Ela cruzou os tornozelos e os seus pés descalços roçaram os quadris de Ian. Ela sentiu o corpo dele ficar tenso.
- Eu quase nunca sei, pelo seu rosto, o que você está pensando, mas às vezes, quando você me olha, existe alguma coisa nos seus olhos, alguma coisa quente que me faz prender o fôlego. Mesmo quando você está uivo bravo comigo - e você tem uma guria muito poderosa, marido -, mesmo então, eu sei que você me quer. Você está me olhando assim agora.
As palavras dele e os olhos dele estavam começando a afetá-la, pois ela começava a sentir um calor que não tinha nada a ver com o clima.
- Lucia. - Ele se aproximou dela e ficou de joelhos. Inclinou-se sobre ela, apoiando o peso sobre os braços. Curvou a cabeça para beijá-la.
- Ian, não. - Ela pôs os dedos sobre a boca dele. - Você não deve fazer isso.
- Por que não?
Ela sorriu e olhou para além dele.
- Porque não estamos sós.
Ian virou-se, olhando por sobre o ombro, viu duas menininhas na ponte sobre o córrego, a uns oitenta metro de distância.
As duas os observavam, de cabeças juntas, e estava claro que eles eram o assunto da conversa. Ele voltou a olhar para ela.
- Lucia, você fez isso de propósito!
- Você merece - respondei ela imediatamente, passando rapidamente por baixo dos braços dele e ficando de pé. - Nenhuma noiva deveria passar a noite de núpcias sozinha. Hoje eu vou me vingar.
Ela se afastou, mas, naturalmente, não disse a última palavra.
- Aproveite a sua vingança agora - murmurou ele atrás dela. - Porque hoje à noite eu pretendo ter a minha.

Depois do piquenique, Ian lhe mostrou outra parte da propriedade. Ele pensou que isso o deixaria a salvo da torturante vingança dela, pois passaram o resto do dia rodeados de pessoas - mas ele deveria saber que não seria assim tão fácil. Quando a levou para o moinho onde os sabonetes eram feitos, ela comentou muito inocentemente como ficaria bonito colocar uma tigela de sabonetes verde-claros sobre os azulejos travertinos da grande banheira.
Na fábrica de sidra, onde as maçãs e as peras eram fermentadas, o jeito de ela lamber bem devagar as gotas da bebida que ficavam grudadas nos seus lábios e nos seus dedos era um pecado tão grande que teria provocado um enfarte em um puritano.
Ele a levou para uma das áreas ocupadas pelos arrendatários e fez uma preleção sobre o funcionamento desse sistema de arrendamento rural, mas, naturalmente, isso não impediu que seus pensamentos se ocupassem dela. Ah, não. Quando Mrs. Trent, esposa do arrendatário, lhe ofereceu um copo de leitelho, Lucia simplesmente tinha que mencionar que a loção de leitelho era a melhor forma de uma mulher manter a pele macia e branca.
Depois de uma turnê pelos estábulos e canis, os dois voltaram para casa, mas nem aí ele estava em segurança. Ela transformou o mero ato de jantar em algo tão sensual que, depois, Ian foi forçado a usar aquela banheira grande para ficar de molho em água fria.
Foi bom ele ter tomado o banho frio. Uma tarde inteira de comentários provocantes e beijos rápidos o tinha deixado com tanto desejo como era a intenção dela. Lucia poderia ter se divertido em atormentá-lo o dia todo, mas naquela noite iria pagar por isso. Esse pensamento o fez sorrir. Sim senhora, ela ia ter uma dose daquilo que ficaria oferecendo, e ele ia adorar cada minuto. E pretendia fazer tudo para que ela também adorasse. Ian apertou o cinto da roupa de dormir, abriu a porta e entrou no quarto de Lucia.
Ela estava sentada ao toucador. Nan Jones, a criada que ele mandara para servi-la, estava de pé atrás dela, escovando-lhe o cabelo. As duas se viraram quando ele entrou e fechou a porta atrás de si.
Jones imediatamente fez uma mesura, e em seguida olhou para Lucia. Ela fez um sinal com a cabeça e a criada pôs a escova sobre o toucador e saiu do quarto, abafando uma risadinha ao passar pela porta.
Ian avançou e ficou parado atrás da sua mulher. Ela sorriu para ele pelo espelho e pegou a escova. Inclinou-se de lado e começou a escovar o cabelo do lado direito do rosto. Ele abaixou-se é beijou o lado esquerdo do pescoço dela, acima do roupão creme.
A escova vacilou apenas por um momento, e ela retomou a tarefa. "Provoque", pensou ele, rindo para si mesmo. Ela não sabia o que a esperava. Inclinando a cabeça, ele sentiu a pele dela com a língua e percebeu que ela estremecia.
- Está com frio? - perguntou ele.
- Não.
- Você está tremendo.
- Estou?
- Está. - Sorrindo, ele levantou a cabeça, e seus olhos encontraram os dela no espelho. Pegou a estreita tira de fita de cetim marrom que fechava o roupão no pescoço dela e a desamarrou. Seus dedos deslizaram para dentro, e ele começou a acariciar a pele um pouco acima da clavícula dela.
Lucia se mexeu na cadeira e a escova caiu no chão com um som surdo. Ela arqueou o pescoço, dando mais acesso a ele, e Ian percorreu o pescoço dela com um rastro de beijos.
- Gosta disso, gosta?
A respiração dela se acelerou, e ela levantou a mão e tocou o cabelo dele.
- Sim - respondeu.
Ele se aprumou. Suas mãos se fecharam ao redor dos braços dela, puxando-a e levantando-a da cadeira. Quando ela estava de pé, ele chutou a cadeira para fora do caminho e a virou.
- Você brincou comigo o dia todo - murmurou. - Agora é a minha vez de brincar com você.
Sua boca desceu até a dela antes de Lucia poder responder, e, como sempre, os lábios dela se abriram de bom grado debaixo dos seus, sinalizando que ela adorava o seu beijo. Ele passou as mãos no cabelo dela e aprofundou o beijo, deleitando-se com as sensações da língua e das mãos.
Com apenas um beijo Ian já estava totalmente excitado, mas não tinha intenção de perder o controle. Não desta vez. Ele lhe deu muitos beijos no rosto, abafando o fogo dentro de si. Mas, ao pôr as mãos na cintura dela, o fogo ardeu novamente ao perceber que ela não usava espartilho nem combinação. Apenas duas camadas soltas de seda cor de marfim separavam suas mãos da pele macia dela. As mãos de Ian desceram pelo torso de Lucia, das costelas para a cintura, até o começo das nádegas, e subiram de novo.
- Você quer desligar a luz? - ele perguntou, esperando que ela dissesse não.
- Lembra-se daquela noite em que jogamos xadrez? - Ela olhou para ele com o rosto inclinado para um lado, o cabelo negro solto sobre os ombros. - Naquela noite eu fiquei pensando como você seria debaixo das roupas.
Aquilo o deixou atordoado, mas ele simplesmente levantou uma sobrancelha e um sorriso curvou um dos lados da sua boca.
- Verdade? Eu estava pensando a mesma coisa sobre você naquela hora.
Ela levantou os braços e começou a desabotoar a camisa dele.
- Por que nós dois não satisfazemos a nossa curiosidade e deixamos a luz acessa?
- Ora viva!
Ele desamarrou o cinto e o tirou. Em seguida, desabotoou os punhos da manga e tirou a camisa, que foi parar no chão junto com o roupão dele, aos seus pés.
Ian fez um gesto para começar a desatar os laços da camisola dela, mas Lucia o deteve.
- Espere - disse, com as mãos abertas contra o peito nu dele. - Deixe-me olhar para você primeiro.
Isso não era exatamente o que ele havia planejado, mas era uma tentação tão grande que ele não conseguia resistir. Ian deixou as mãos caírem. Ela começou a acariciá-lo em círculos lentos, deslizando as mãos sobre os músculos do peito dele, ao longo dos ombros, pelos braços e sobre o abdômen. Ao mesmo tempo que o tocava, ela começou a beijar o peito dele. Inicial, eram beijos leves - seus lábios roçavam nele como o toque de asas de borboleta. Mas em seguida os beijos se tornaram explorações voluptuosas, e ela sentia a pele dele com a língua. Debaixo dessa lenta investida, o corpo dele estremecia de puro prazer. Ian inclinou a cabeça pra trás com um gemido. O sedutor tinha sido seduzido. Fechou os olhos, sofrendo aquela deliciosa tortura enquanto aguentou.
Ele entrelaçou as mãos no cabelo dela e virou a cabeça dela para cima, detendo-a.
- Agora chega - disse, e a beijou. - Já lhe disse, hoje é a minha vez.
Ele deslizou as mãos até a frente do robe. Pegou as pontas de um segundo laço e o desamarrou. Depois o terceiro. Depois o quarto. Foi abrindo os laços um a um, lentamente, até chegar às coxas. Quando todos os laços tinham sido desamarrados, Ian usou os polegares como ganchos e puxou o robe, tirando-o pelos ombros de Lucia. O robe caiu no chão, amontoando-se atrás dela.
Através do tecido da camisola, Ian podia ver a forma arredondada e cheia dos seios dela. Ele roçou os dedos de leve sobre eles. Ela respirou fundo e os seus mamilos ficaram duros. A visão deles projetando-se contra a seda pálida e a sensação deles contra as pontas dos seus dedos quase fez com que Ian perdesse o controle do seu desejo, mas ele não queria ceder à própria volúpia. Pelo menos por enquanto. Essa vez seria diferente da anterior.
Ele levantou as mãos de Lucia, enquanto ela continuava segurando os pulsos dele, e parou de acariciá-la.
- Ian, eu não providenciei para que Lady Sarah nos visse.
- Eu sei. - Ele inclinou a cabeça e a beijou.
- Como você sabe?
- Já lhe disse, eu sempre sei quando você está mentindo. Você abre muito os olhos, contra a sua mentira e em seguida morde o lábio.
Ela o olhou intrigada.
- Não faço nada disso.
Ele beijou o nariz dela.
- Faz sim. Você se entrega todas as vezes.
- Um dia, inglês - murmurou ela -, vou levar a melhor sobre você.
- De jeito nenhum. E agora, onde estávamos? - Ele pôs as mãos abertas sobre os seios dela e fez um som indicando que aprovava o formato luxuriante e cheio.
- Ian, eu tenho que lhe dizer uma coisa.
Aparentemente, eles iam ter uma conversa. Ele deixou as mãos quietas, esforçando-se para se manter parado.
- Sim, Lucia?
Ela pôs as mãos sobre as dele exatamente como tinha feito na estufa.
- Foi por isso que eu fiz o que fiz - ela sussurrou. - Olhei para aqueles homens no baile e pensei naquela noite na carruagem, quando você me tocou, e soube que nunca poderia deixar nenhum deles me tocar. - Ela inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos. - Só você.
Meu Deus, como ela era linda! Ele sentiu novamente aquela pressão no peito empurrando-lhe o ar dos pulmões para fora, apertando o seu coração. Tremendo, ele respirou fundo e inclinou a cabeça. Abriu a boca sobre o mamilo dela e o sugou com extrema gentileza através da seda da camisola. Ela ofertou e arquejou, jogando-se contra ele. Ela baixou as mãos e apoiou-as na beira do toucador, do lado dos quadris.
Enquanto sugava um dos mamilos dela através da camisola, Ian começou a brincar com o outro com a mão livre, provocando-a de forma tão lenta e excitante quanto permitia o seu próprio desejo, contido com firmeza. Ela começou a ômega e a tremer, e ele brincou com ela, adorando o jeito como ela se mexia e os sons suaves e agitados de excitação que soltava. Essa era a vingança dele por todas as vezes que ela o havia deixado louco, e era uma vingança tão doce... tão doce... Também foi curta. Ele sentia que começava a perder o controle, e sabia que não aguentaria muito. Suas mãos deslizaram até as nádegas dela. Começou a puxar a camisola dela para cima. O movimento encontrou uma resistência inesperada. Ian a sentiu ficar tensa.
- Lucia, eu quero ver você. Quero olhar para você. - Ele levantou a cabeça dela e lhe beijou a boca. - Levante os braços.
Ela obedeceu. Ele puxou a camisola sobre a cabeça dela e a jogou de lado. Um arrepio lhe passou pelo corpo nu, e ela deu uma risada nervosa.
- Não tenho certeza se quero a lâmpada acesa, afinal.
- Eu tenho - disse ele, dando um passo para trás para apreciar tudo aquilo que lhe cabia.
Ela não conseguia olhar para ele. Ficou olhando fixamente para um canto escuro. "Que estranho", pensou ela, "ficar nervosa agora." Talvez fosse porque tivera que aguentar brincadeiras impiedosas quando menina, mas vê-lo olhar para o seu corpo despido lhe dava vontade de se cobrir. Lucia, porém, se agarrou à beira do toucador ainda mais firmemente.
- Eu sou muito grande - ela deixou escapar, e a risada baixa de Ian a fez perceber quão sem sentido era aquele comentário.
- Sim - ele concordou. - Em todos os lugares certos. - Ele cobriu os seios nus dela com as mãos, seguindo as curvas com as palmas. - Você é tão adorável! - murmurou ele, acariciando-a. - Ainda mais adorável do que na minha imaginação.
Ela o fitou no rosto enquanto ele a olhava e tocava e percebeu, maravilhada, que ele fizera exatamente aquilo muitas vezes na imaginação. Ao compreender isso, toda a tensão nervosa foi embora, deixando apenas o seu amor e desejo por ele. Quando ele abriu a boca sobre o mamilo dela outra vez, como tinha feito por cima da camisola momentos antes, as sensações que dispararam pelo corpo dela foram Aida mais deliciosas do que antes.
Ele a sugava mais forte dessa vez, arrancando pequenos gemidos da sua garganta. Um calor vivo se irradiava por todo o seu corpo, e ela não conseguia parar de se torcer contra o corpo dele, com uma necessidade desesperada.
- Toque em mim - ela gemeu. - Toque em mim como você fez na carruagem.
Ele balançou a cabeça, negando, e se ajoelhou. Agarrou as mãos dela com as suas, e então, antes que os sentidos entorpecidos de Lucia pudessem imaginar qual era a sua intenção, ele se inclinou e a beijou, pressionando os lábios contra os caracóis que cobriam o lugar secreto dela. O prazer foi tão grande que todo o corpo de Lucia respondeu com pequenos espasmos involuntários.
- Oh! - ela ofertou, apertando as coxas. - Oh, Ian, isso é pecado!
Ele deu uma risadinha, a boca contra a pele dela, fszendo-a tremer. Os dedos dele se curvaram ao redor da parte interna das coxas dela, separando-as inexoravelmente. Ele então a beijou de novo, dessa vez mais profundamente, a língua deslizando sobre ela. A sensação era tão lascíva que ela deu um grito de surpresa e se agitou, tentando soltar-se das mãos dele.
Ian não deixou. Suas mãos apertaram a parte interna das coxas dela, mantendo as pernas abertas e o corpo preso contra o toucador.
- Deixe - ele sussurrou. - Me deixe fazer isso.
- Não consigo! - ela gemeu, e em seguida deixou,  agarrada ao toucador, enquanto a língua dele subia e descia. A cada movimento gentil da língua de Ian, um prazer indescritível crescia dentro dela, e ela soltava exclamações e gritos, enquanto seu corpo se mexia incontrolávelmente contra a boca dele. O prazer veio em ondas, levando-a para um pico cada vez mais alto, até ela se sentir fraca a cada respiração, até seu corpo se contrair em explosões maravilhosas que a faziam tremer.
Então, de repente, toda a sua força pareceu se esvair, e ela caiu para trás sobre a penteadeira com um suspiro de ouro prazer.
Ele virou o rosto e beijos a coxa dela, ergueu-se e a levantou nos braços. Carregou-a para a cama e a deitou no centro. Observou-a enquanto soltava as calças do pijama e as deixava cair no chão.
Ele não se parecia com nenhuma das estátuas que ela tinha visto. O sexo dele estava total e escandalosamente duro, e ela ficou olhando para ele, percebendo pela primeira vez como essa parte das coisas funcionava. Não era de surpreender que tivesse doido. Ela engoliu em seco e tentou se lembrar do que Grace tinha lhe dito.
- Ian?
O colchão afundou ao peso dele quando ele se deitou do lado dela na cama. Inclinado sobre ela, apoiado sobre um dos braços, ele tocou o rosto dela com a mão livre.
- Não tenha medo - ele disse gentilmente.
Lucia levantou os olhos para ele.
- Não estou com medo - disse e mordeu o lábio.
Ele sorriu um pouco, passando de leve as pontas dos dedos no rosto dela.
- Você é uma grande mentirosa. - Ele se inclinou para baixo, tocando a orelha dela com a boca. - Se você não gostar, é só me dizer que eu paro. - Ele respirou fundo. - Prometo que paro.
Ela sentiu o sexo dele duro contra a sua coxa. Sentiu um tremor percorrer o corpo dele no esforço de se segurar. Ela deslizou os braços para cima, colocando-os ao redor do pescoço dele, aceitando o que viesse acontecer.
- Eu amo você - ela murmurou, e o beijou.
Ele se colocou sobre  o corpo dela, empurrando os joelhos dela com os seus.
- Abra-se para mim.
Percebendo o que ele queria dizer, ela separou as pernas e ele colocou os quadris entre as coxas dela. Ela fechou os olhos, na expectativa, mas ele não a penetrou. Em vez disso, apoiando o peso nos antebraços, ele pressionou a ponta do pênis duro contra ela, empurrando para dentro das dobras macias do corpo dela, mas sem penetrá-la.
Ele fez o pênis entrar ligeiramente e recuar em seguida, repetidas vezes, até ficar com a respiração entrecortada e acelerada e ela estar toda trêmula.
- Você me quer? - perguntou ele, empurrando a si mesmo dentro dela só um pouquinho e em seguida puxando para fora.
Ela respirava com dificuldade agora, com os braços apertados convulsivamente ao redor do pescoço dele. Tentou falar, mas não conseguia.
- Isso foi um sim? - ele perguntou, e a penetrou um pouco mais fundo. - Ou um não?
- Oh! - ela ofegou. - Vice fica me provocando, brincando comigo!
- Fico mesmo. - Ele recuou novamente, acariciando-a com a ponta do pênis. Respirava com dificuldade, e em seus olhos ela via aquela centelha quente como prata derretida. - Me quer, Lucia? Sim ou não?
Ela fez que sim, fora de si, arqueando os quadris para cima contra o pênis dele, em um movimento que não conseguia deter. Ela forçou as palavras a saírem da única forma que conseguia.
- Si, si, oh, si!
Com um grito rouco, ele a penetrou, mas não doeu daquela vez. Foi muito bom, e ela gemeu, surpresa e deliciada. Ela o sentia Grosso e cheio dentro dela, além de quente. Ardentemente quente.
Lucia pressionou as mãos contra as nádegas dele, estimulando-o a continuar, e a mudança nele foi instantânea, com uma intensa urgência súbita.
- Lucia - ele gemeu, acelerando o ritmo e mergulhando fundo dentro dela, e em seguida ainda mais fundo. - Ah, meu Deus. Ah, meu Deus!
Ela se mexia no ritmo dele, e aquela estranha tensão foi crescendo dentro dela, aumentando a cada um dos impulsos dele, e mais uma vez as ondas de prazer vieram, levando-a para patamares cada vez mais altos. Mais uma vez, ela atingiu aquele pico intenso e se desintegrou em um êxtase que a deixava em pedaços.
Seus músculos internos se apertaram ao redor dele, em pulsação que o prendiam, e um tremor o sacudiu. Ian gemeu, jogou-se contra ela mais uma vez e ficou totalmente parado.
- Lucia! - disse ele contra o pescoço dela. - Minha mulher.
Uma ternura como ela nunca sentira antes lhe inundou o corpo, e uma alegria incrível tomou conta dela. Ela acariciou o cabelo de Ian. Depois de um momento, ele se mexeu em cima dela.
- Devo estar pesado.
Ele lhe deu um beijo na têmpora e rolou para o lado. Sentou-se é esticou a mão, puxando as cobertas que estavam jogadas nos pés da cama. Ele as estendeu sobre os dois, esticou o braço e apagou a lâmpada. Então deitou-se novamente e a tomou nos braços. Era como uma volta ao lar, ao ligar dela no mundo, e ela se aconchegou nos braços dele, absolutamente feliz. Em poucos minutos a respiração dele ficou mais profunda; ele dormia.
- Boa noite, Ian - ela sussurrou, sorrindo no escuro. - Meu marido.
Lucia acordou de um sono profundo e pesado com o barulho de louca. Abriu os olhos e encontrou uma criada ao seu lado, com uma bandeja de chá no criado mudo. Virou a cabeça e viu que o lugar ao seu lado estava vazio, o travesseiro e os lençóis amarrotados, e sentiu uma leve decepção. Desejava que ele tivesse ficado com ela. Tirando o cabelo do rosto, sentou-se na cama.
- Bom dia, senhora - cumprimentou a criada em tom amigável. - Sou Dulcie Sands, criada da cozinha. Trouxe o seu chá. A senhora quer açúcar e leite?
- Não, só chá puro, obrigada. Onde está o meu marido?
- Ah, o amo sempre se levanta cedo quando está aqui, senhora. Ele está de pé e ativo há horas.
- Há horas? Que horas são?
- Dez e meia.
- Tão tarde assim? - Não era de surpreender que Ian a tivesse deixado.
- Sim, senhora. A senhora estava dormindo como um bebê quando eu trouxe o chá. Raspei o balde de carvão e acendi o fogo, e a senhora nem se mexeu. O amo disse que a senhora devia estar cansada depois de toda aquela andança de ontem, e, antes de sair para a sua cavalgada, disse que deixássemos a senhora dormir até o último momento antes de trazer o seu café-da-manhã.
Lucia sorriu ao ouvir isso. Ela suspeitava que o motivo do seu cansaço tinha muito menos a ver com a volta que eles tinham dado pela propriedade e muito mais com as deliciosas atividades da noite anterior. Conhecia a rotina da propriedade devido à sua conversa com o mordomo e a governanta no dia anterior, e, apesar de ter pouca experiência com a administração das propriedades rurais, sabia que levantar-se cedo era importante na rotina diária.
- De agora em diante, desejo levantar junto com o meu marido. Se eu não estiver acordada quando você trouxer o primeiro chá, por favor, me acorde.
- Naturalmente, se a senhora assim deseja. - A criada lhe entregou uma xícara fumegante de chá e fez um gesto em direção à bandeja. - A senhora gostaria do café-da-manhã na cama? - Lucia fez um sinal afirmativo, e a criada pôs a bandeja não colo dela. - A senhora deseja mais alguma coisa, mandame?
- Mande Nan para cá, por favor, para eu me vestir.
- Muito bem, senhora. - A criada fez uma mesura e saiu.
Uma hora mais tarde, Lucia desceu. Perguntou a Atherton e soube que Ian estava no escritório, trabalhando, mas quando chegou lá viu que trabalhar não era à descrição exata das atividades dele. Ele estava de pé perto de uma das janelas, de perfil para ela, com a cabeça inclinada sobre um documento que tinha nas mãos, e não notou que ela tinha parado na entrada.
O escritório estava em desordem, contrastando completamente com a aparência limpa e arrumada do dia anterior, quando ela tinha feito a turnê pela casa. Havia engradados por toda parte, meio cheios de documentos, livros e outros itens semelhantes. As portas de um enorme armário de mogno que ficava contra uma parede estavam escancaradas, mostrando que o conteúdo do armário tinha sido retirado. Os mapas  que antes estavam pendurados nas paredes haviam sido substituídos por quadros de outras partes da casa.
Lucia olhou ao seu redor e entendeu o que tudo isso significava. Ele estava se despedindo da velha vida.
Ela começou a entrar na sala, mas parou ao ver os ombros dele caídos e a cabeça baixa. O documento esvoaçou e caiu no chão.
Ela sentiu a dor dele. Era como se pudesse vislumbrar aquela dor, ali parada do outro lado da sala, e isso lhe partiu o coração. Lucia saiu em silêncio da sala, foi nas pontas dos pés até o fim do corredor, virou-se é voltou, batendo os pés resolutamente sobre o chão de madeira, como se estivesse chegando. Quando ela entrou no escritório, ele estava de pé ao lado da escrivaninha pondo livros dentro de um engradado.
- Bom dia. - Ela olhou ao redor. - Redecorando o escritório?
- Sim.
Ela tinha que fazer alguma coisa. Tinha que ajudá-lo, mas não sabia como. Não sabia o que fazer. Andou até onde ele estava e pôs a mão sobre o braço dele.
- Iam, você está bem? - Que pergunta inadequada!
- Estou perfeitamente bem. - Ele pôs a mão no rosto dela e lhe sorriu, mas era apenas um sorriso diplomático, que não chegou aos olhos.
Ela abraçou a cintura dele e apoiou o rosto no seu ombro.
- Você vai encontrar uma nova ocupação - disse ela, desejando que isso se realizasse. - Você só precisa de tempo.
Ian se mexeu e, quando ela se afastou um pouco, ele se virou para o outro lado.
- Tempo é uma coisa que, aparentemente, eu tenho de sobra, minha cara. - Ele se dirigiu para as portas francesas do outro lado do escritório. - Acho que viu dar uma caminhada.
Lucia apertou os lábios, melancólica, ao vê-lo sair para o terraço. Ele se afastou sem nem olhar para trás.
Por causa dela, ele era um homem que não sabia para onde ir, que não sabia o que fazer com o seu tempo. Ela tinha esperado preencher, de alguma forma, o vazio que as suas ações haviam causado, mas começava a perceber que isso seria impossível. Ela o amava e isso era o suficiente para ela, mas temia que nunca seria suficiente para ele. Para salvar a si mesma, ela havia tirado dele o seu propósito na vida, e agora não sabia como poderia compensar isso.
Ela olhou para o chão e pegou o documento que tinha visto Ian ler um pouco antes. Ficou ali por muito tempo, enquanto as lágrimas caiam sobre uma carta do primeiro-ministro elogiando Sir Ian Moore pelo excelente trabalho feito nas negociações do Tratado de Bolgheri.

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