Capítulo 63

1.3K 119 19
                                    

Um mês depois de muita função de mudança, compra de apartamento, papelada e muita burocracia, Sarah se mudou. Não vendeu seu apartamento em São Paulo, mas o alugou. Seus móveis chegaram primeiro que ela e foi Rebeca quem providenciou para que tudo estivesse no lugar quando ela chegasse.

Juliette ligou querendo marcar um encontro, como a secretária estava sozinha no Rio, achou que não teria problema.

- Onde é o apartamento? – a morena perguntou logo que sentaram.

- Nossa! Eu também vou bem, obrigada.

- Ah, desculpa Rebeca, estou ansiosa.

- É? Imagina ela então. Está às voltas com essa mudança, a mãe dela não poderá vir para ajudar e ainda tem a construção do novo estúdio. Ela nem dorme direito.

- Tadinha.

- Ah que pena né? E você doida pra consolar. – debochou. - Estou deixando tudo pronto para a vinda dela e só depois cuido da minha mudança.

- Então fala: onde vão morar?

- No Leblon, o endereço é esse. – Rebeca estendeu um pedaço de papel. – Anote no seu celular e jogue esse papel fora. E eu nunca lhe dei esse endereço, certo?

- Positivo e operante. – Juliette brincou.

- Está tão engraçadinha. Eu tinha outra impressão de você, achava que era uma pessoa mais séria, controlada.

- Sou muito séria no meu trabalho, com a família sou mais extrovertida.

- E quando estava namorando?

Juliette baixou a cabeça, depois olhou para os lados.

- Eu fazia tudo pra ela. Não sei como me deixei levar pelo desejo. Camila foi um inferno na minha vida, espero que fique bem longe agora.

- Onde ela está?

- Se mudou para o Acre. No dia que aconteceu tudo nos encontramos porque ela queria dar essa notícia.

- Ah sim, aí você quis se despedir. – Rebeca fez aspas na última palavra.

- Pode jogar na minha cara, eu não vou revidar.

- Sem querer botar a culpa em alguém, só estou conjecturando as coisas, mas algum motivo você teve pra trair.

- Não sei lhe falar ao certo o que aconteceu. Quando comecei a namorar Sarah ela era muito novinha, havia acabado de completar dezoito anos. Tinha uma ingenuidade que me encantava e era muito simples, mas ao mesmo tempo era meio bobinha e às vezes isso cansava. Era muito insegura e indecisa, ao contrário de Camila.

- E aí você deslumbrou com a maturidade da outra.

- Sei que não justifica nada, mas é por aí. Camila me instigava e quando via já estava envolvida. Foi uma besteira aquilo, a coisa mais idiota que já fiz no mundo.

- Olha, é como disse outro dia. Não sei por que, mas eu confio em você. Ou tem uma lábia muito boa, ou realmente quer mudar as coisas. Acho que a ama de verdade, caso contrário não estaria correndo atrás dela. E nesse tempo todo já teria outra pessoa. E pode ter certeza de que ela não é mais aquela menininha boba. É muito decidida, sabe o que quer e ninguém tira ela de ideia.

- Sarah foi a única mulher que chegou ao meu coração. E está lá até hoje, o lugar dela ninguém toma.

- Diga isso a ela e não a mim. – Rebeca sorriu.

- Vou dizer. No dia em que ela chegar me avise que eu vou mandar um presente para o apartamento.

- Ai, ai, ai. Pela Nossa Senhora dos Exageros, o que você vai fazer? Sei de cada presente seu que misericórdia.

WAVE - SARIETTE Onde histórias criam vida. Descubra agora