Our First Date

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Já fazia mais de um ano que Andrew e Neil estavam morando em Chicago. Eles haviam participado de alguns jogos importantes, Neil já havia se formado, Renee e Allison finalmente assumiram um relacionamento, já Kevin e Thea acabaram dando um tempo. Aaron estava fazendo residencia. Nicky havia oficialmente se mudado para a Alemanha. Dan e Matt deram uma pausa da carreira quando descobriram que iriam ter uma criança. Era como se todos estivessem começando outro ciclo da vida 

Isso fez Neil refletir um pouco demais sobre a sua vida e o seu futuro com Andrew e pela primeira (e provavelmente única), Neil planejou um encontro 


-Andrew acorda! - Neil chamou pela vigésima vez enquanto andava pelo quarto 

Andrew se remexeu na cama puxando a coberta até seu pescoço 

-Andrew - Neil parou do lado dele - Não me obrigue a jogar a caixa de areia dos gatos em cima de você - o loiro abriu apenas um dos olhos

-Você não teria coragem

-Eu não sou o Kevin, querido - disse presunçoso - Não tenho medo de nada 

-Só da fatura do cartão - Andrew murmurou 

Depois do que pareceram séculos, Neil e Andrew estavam saindo do prédio e dessa vez era o ruivo quem dirigia o carro

Andrew fumava um cigarro do maço que Neil o comprou 

-Mas que porr-

-É de melancia - Neil diz já sabendo do que ele está reclamando - O outro acabou, a moça disse que se não estourar a bolinha de sabor é igual o normal - ele olha rapidamente para o namorado - Mas parece que eu me precipitei ao presumir que você não tentasse estrangular o pobre cigarro 

-Idiota do caralho - Andrew murmurou pegando outro cigarro e dessa vez tomando mais cuidado 

-Não começa - Neil diz - Você se lembra bem do que aconteceu na última vez que começamos a trocar insultos no carro 

Andrew revirou os olhos enquanto tragava 


Depois de quase uma hora Neil estacionou na frente de um clube de tiro, Andrew não disse nada apesar de por algum motivo imbecil sempre se surpreender com o quanto Neil se esforçava para agrada-lo, isso fez Andrew querer soca-lo 

-Oi, eu tenho uma sala reservada no meu nome - Neil diz ao atendente - Que no caso é Neil Josten 

O homem tinha no mínimo o dobro do tamanho de Andrew, uma cara fechada e o corpo coberto por tatuagens e cicatrizes. Ele analisou os dois de cima para baixo 

-Posso ver as identidades?

-Claro é... - Neil começa a procurar por seus novos documentos 

-Você deixou no porta-luvas - Andrew murmura

-Ah... é verdade - ele olha para o homem - Eu já volto

Andrew fecha a cara para o homem como se o desafiasse a dizer alguma coisa 

Quando finalmente a entrada deles é permitida, uma mulher com a cabeça raspada e tão tatuada quanto o cara da recepção os guia até a sala

-Vocês já atiraram antes? 

-Só em policias - Andrew responde prontamente 

A memória falha de Neil não é capaz de dizer se ele está falando sério ou apenas tentando assustar a mulher

 - Vocês podem usar qualquer uma daquele armário, mas não tentem recarregar sozinhos, apenas apertem o botão na parede e alguém vira até vocês, não ultrapassem a linha de segurança e não tentem atirar continuamente com qualquer dessas armas, elas precisam de pelo menos dois segundos para se reajustarem, caso contrário irão engasgar e quem vai morrer serão vocês, entendido?

-Certo 

-Vocês assinaram a papelada de responsabilidade na entrada?

-Sim

-Alguma dúvida?

-Não

-Se divirtam - ela sorriu enquanto entregava os fones e fechou a porta a prova de fogo atrás de si 

Não demorou muito para que os dois ficassem confortáveis e começassem a atirar nos manequins esponjosos 

Andrew mirava onde faria mais estrago, normalmente no rosto ou várias vezes em um mesmo lugar. Já Neil era mais prático e tentava acertar pontos estratégicos para economizar balas. Os dois agiam como se realmente estivessem lutando por suas vidas

A adrenalina esquentou seus corpos de forma que mesmo com o ar condicionado ligado eles estavam suando. A camiseta de Andrew estava grudando em seu corpo e aquilo o incomodava muito mais do que ficar seminu em uma sala com Neil, por isso a tirou

Neil não disfarçou o olhar sobre o peito nu e os braços ainda cobertos pelas braçadeiras 

-Se você fizer alguma piada sexual com armas eu juro que atiro em você - Andrew disse um pouco antes de atirar na virilha do boneco

Neil não tinha conseguido escutar o que ele falou por causa dos fones, mas pelo que conhecia do namorado, o contexto em que estavam e o tiro de Andrew, ele conseguiu deduzir suas palavras 

Se passou pouco mais de uma hora de tiroteio quando Neil apertou o botão na parede 

A mulher de antes entrou segurando uma maçã

-Tem certeza, garoto? - perguntou encarando rapidamente Andrew e voltando a olhar para Neil

-Absoluta - o ruivo concordou pegando o balão da mão dela

Andrew cruzou os braços tentando entender o que Neil estava fazendo e levemente incomodado pela mulher não ter ido embora ainda 

Neil avançou pela área de segurança até onde os alvos ficavam e Andrew logo se lembrou do quanto seu namorado era estúpido

-Drew! - berrou - Está me vendo? Olhe bem para mim!

Andrew bufou

-Que merda você esta fazendo, Abram?

-Vou provar que confio em você! 

-O qu-

Neil colocou a maçã sobre a cabeça 

-Josten...

-EU CONFIO EM VOCÊ! - Neil berrou e fez um sinal para a mulher 

-Ele insistiu que você conseguiria fazer isso vendado - ela diz calmamente segurando um tapa olho de dormir 

Andrew olhou para ela e para venda e depois para Neil que fez um sinal de positivo com a mão. Andrew suspirou e pegou a venda da mão da mulher 

Neil permaneceu o mais estático que poderia enquanto Andrew o analisava com precisão. Andrew levantou o braço e apontou para Neil ainda com os olhos descobertos para tentar memorizar o ângulo perfeito 

Se Neil fizesse Andrew mata-lo, ele iria até o inferno traze-lo de volta apenas para mata-lo de novo 

E então ficou tudo preto, Andrew podia sentir a pressão do ar agora, podia sentir o próprio coração palpitando freneticamente e sentir o peso da pistola em sua mão. Ele respirou fundo colocando o braço no ângulo certo e mantendo a última imagem que tinha ali como sua referência e atirou 

A audição de Andrew estava danificada por causa dos fones, mas depois do pequeno estrondo ele ouviu a bala acertando algo, mas não se parecia com o som de uma maçã sendo atingida e sim de carne humana 

Andrew arrancou a venda e os fones em um único movimento antes de ver Neil no chão 


notas

k

beijos, amo vocês <3




Ninety Three Percent - ANDREILOnde histórias criam vida. Descubra agora