Operação: Mudando Tudo.

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Desci as escadas com aquela maldita agenda nas mãos, rabiscando alguns compromissos com uma caneta que encontrei. Na verdade, risquei todos os compromissos marcados para o dia de hoje. Concordando comigo mesma, sentei em frente à TV e liguei-a sem prestar muita atenção. Estava tão concentrada em desmarcar os compromissos da Min que nem percebi quando Hyu se aproximou. Dei um pequeno salto quando ela falou por trás do sofá.

— Jesus, até agora não descobriram nada sobre esse caso.

Encarei a mulher por um instante e depois voltei meu olhar para a TV, onde cenas da Operação mal sucedida no Palace Hotel eram exibidas.

"O caso do Gangam no Palace Hotel na semana passada ainda está deixando as autoridades de orelha em pé, mas a força maior decidiu não abandonar a investigação, pois trata-se de uma das maiores operações da Coreia do Sul. A morte de Kim Juliano apenas desencadeou uma série de provas que levarão à identificação de todos os envolvidos nas operações. Cinco deles já foram presos e há relatos de que três testemunharam a morte de Juliano..."

Assim que desliguei a TV, ouvi um resmungo de Hyu. Meus olhos ainda estavam presos à tela e eu não esperava que a polícia se envolvesse tanto no caso. O fato de eles estarem contratando autoridades ainda maiores para investigar me deixava apreensiva.

— Que falta de educação, eu estava assistindo.

— Bom dia para você também, Hyu.

Sorri para ela ao me levantar. Hyu balançou a mão como se estivesse me ignorando, mas logo seus olhos caíram na agenda em minha mão.

— Ah, o que a Min vai fazer primeiro hoje? Estou preparando um lanche para ela levar.

Olhei para a agenda e depois para a senhora curiosa à minha frente.

— Sabe de uma coisa? Em vez de um lanche, pode preparar um almoço delicioso. Acabei de desmarcar todos os compromissos da agenda.

Os olhos de Hyu quase saltaram das órbitas, mas jurei ter visto um pequeno sorriso surgir em seus lábios, mesmo que fosse de incredulidade.

— Você cancelou? Você tem esse direito?

— Hyu, a única pessoa que tem mais direito que eu aqui em relação à Min não está presente, então acredito que tenho esse direito sim.

Ela me olhou por um momento, temi que me repreendesse ou ameaçasse contar ao pai da menina, mas ela simplesmente virou-se e caminhou de volta para a cozinha.

— Vou preparar peixe, a Min adora.

Sorri de leve enquanto a mulher desaparecia na cozinha, mas logo meu sorriso desapareceu quando me lembrei da reportagem e do que acabei de ouvir. Talvez três meses fossem muito tempo, e eu precisasse partir mais rápido do que imaginava. Distraída, nem percebi a aproximação da criança.

— Estamos atrasadas?

Olhei em sua direção e joguei a agenda no sofá.

— Acho que não, você chegou na hora certa.

A menina me olhou curiosa, sem ter ideia do que estava por vir. Depois de anunciar as "mudanças" em sua agenda, a menina ficou um pouco hesitante. Ela era firme em suas decisões e parecia estar cometendo algum crime ao sair um pouco da rotina estabelecida. Mas, à medida que passávamos mais tempo juntas, durante todas as atividades que fazíamos, parecia que ela se esquecia disso.

Durante uma semana, fiz o possível para mantê-la distante da vida adulta que seu pai impunha a ela. E, nessa semana, não vimos sinal algum de sua existência, o que para mim era bom. Aos poucos, a pequena Min começava a se acostumar comigo, o que, sinceramente, me assustava. Era a primeira vez que me sentia tão próxima de alguém, e isso era bom, porém a pior parte era saber que teria que deixá-la em breve.

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