2. Uma Mulher Perfeita Para Sua Majestade

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Demorou dois dias de viagem sem paradas até chegarem na capital. Os soldados não se atreveram a falar com a jovem moça na carruagem que poderia acabar se tornando sua Imperatriz, isso poderia fazer Lea arrancar suas cabeças. A rainha é conhecida por ser muito "territorial" com suas coisas.

Assim que pararam em frente ao castelo, Ian rapidamente desceu de seu cavalo e se direcionou a porta da carruagem para ajudar a jovem moça a descer.

— Você já pode sair, senhorita. — Ian avisou quando percebeu que a jovem não fez barulho de movimento algum dentro da carruagem. — Senhorita, eu disse que já... — A voz do cavaleiro sumiu assim que ele abriu a porta da carruagem por si mesmo, se deparando com a jovem moça completamente desmaiada no banco em que estava sentada. — SENHORITA?!

~•~

— Nós encontramos a mulher perfeita para vossa majestade e sua situação. — Ian anunciou logo após ter se curvado em respeito à rainha.

Lea olhou para o cavaleiro por um momento sem reação e então encostou seu cotovelo no braço de seu trono, logo em seguida descansou seu queixo em sua mão e deu ao rapaz um olhar tedioso.

— É? E cadê ela? — A rainha fingiu procurar algo atrás dele e logo voltou sua atenção ao seu cavaleiro.

— B-Bem, ela se encontra na enfermaria do castelo atualmente. A visita ao castelo imperial deve te-la assustado já que ela é uma plebeia de um pequeno vilarejo um pouco longe daqui! — Respondeu engolindo em seco.

— Você acabou de me dizer que essa mulher é "perfeita para mim", isso significa que ela pode vir a ser sua Imperatriz e... você dá a ela um mau tratamento para ela acabar desmaiada antes mesmo de poder me conhecer? — Lea olha para seu cavaleiro de seu trono como se aquele rapaz fosse, na verdade um porco que invadiu seu quarto, um porco que deveria virar Bacon.

— N-Não foi isso o que ocorreu vossa majestade! — Ian gaguejou suas palavras, apertando suas mãos em um punho, forte o bastante para perderem a cor.

— Está me chamando de mentirosa? — A mulher sorriu travessa, um olhar malicioso em direção ao homem. Ela amava que as pessoas tivessem deslizes perto dela, isso dava a ela a chance de mata-los.

— Ah! Irmã, pare de assusta-lo! — Uma voz familiar para os soldados se fez presente no salão fazendo com que todos silenciosamente suspirassem em alívio.

"Princesa Chloe!" Todos pensaram alegremente.

— Você deveria parar de distorcer o que as pessoas falam. — Chloe comentou enquanto entrava na sala do trono. Um sorriso gentil enfeitando seu rosto.

Lea apenas ficou em silêncio com uma expressão fechada enquanto assistia sua irmã se aproximar e fazer uma reverência respeitosa.

Chloe era a irmã mais nova da rainha, tendo completado dezessete anos a pouco tempo. Também a única sobrevivente da família real depois que Lea decidiu matar seus pais assim que foi coroada.

— Eu passei na enfermaria e nosso médico disse que não há nada de errado com a garota. Ela apenas desmaiou com o excesso de emoções. — A princesa explicou fazendo com que Lea fechasse ainda mais a expressão.

Chloe adorava atrapalhar seus planos de assassinato!

Depois que o silêncio caiu no salão, Lea deu um suspiro audível de raiva por ter de estar ali quando tinha coisas mais interessantes para fazer.

A verdade era que ela confiava na palavra de Ian, seu mais leal soldado que mesmo depois de tantas ameaças ainda continuava ao seu lado, então não via problemas em fazer o que estava prestes a fazer.

— Não preciso ver essa tal moça perfeita, apenas preparem a cerimônia. Iremos nos casar hoje a noite! — Lea anunciou com a voz mais firme, surpreendendo até mesmo Chloe, que arregalou os olhos de uma forma quase comica.

"A Rainha não quer nem mesmo ver se sua futura Imperatriz é agradável aos seus olhos?!" Pensaram todos surpresos.

Afinal, o que se passa na cabeça dessa mulher?

A Imperatriz de Uma Rainha CruelOnde histórias criam vida. Descubra agora