Encontro de faíscas

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Os dias passaram voando, eu melhorava a cada dia na dança do ventre, além das aulas, eu estudava em casa nos finais de semana, e agradecia a Deus pela alegria dos meus amigos, ambos estavam namorando desde do dia que Júlio me contou, e pelo que eu percebia ambos estavam muito felizes, eles se encontravam sempre na minha casa, para não levantar suspeita, pois iriam contar a família de Júlio somente após passar o casamento do irmão dele. Eu sorri pensando nos meninos, enquanto buscava uma roupa pra  noite de hoje, finalmente aceitei o convite do Otavio, iriamos em um bar bem legal, eu depois de varias horas escolhi um vestido branco de alcinha, colado com uma fenda na perna direita, sandália clara, como tinha ido a praia a pouco tempo, minha pele estava bronzeada, e  meus cabelos ruivos davam um destaque perfeito, eu normalmente usaria um vestido preto, mas hoje eu queria causar, então coloquei um batom vermelho, fiz uma maquiagem leve , passei meu perfume deixa rastro, como Jorge costumava dizer, peguei minha bolsa preta, eu combinei mas cedo, pois amanhã é o casamento e não quero estar com olheiras ou cara de sono, recebi uma mensagem do gato, e avisei que estava a caminho, não queria que ele me buscasse em casa, então marquei direto no barzinho.

Ao chegar no local, percebi que era um bar estilo balada, muito chique, e animado, passei meu nome para o segurança e ele me deixou entrar, Otavio disse que me esperaria na porta então estranhei ele não estar ali, mandei uma mensagem, e enquanto aguardava a reposta, decidi não ficar parada na porta e fui em direção ao bar. Pedi um drink ao garçom e percebi que alguns homens ao meu lado não paravam de me olhar, eu nunca tive problemas com o sexo oposto, e sabia que minha roupa e cabelo chamavam muita atenção, então dei um sorriso de lado e virei para a porta, aguardei um pouco e recebi a mensagem;

"Gata me perdoa, vou atrasar um pouco, tive um problema com meu carro, então vou ter que pedir um guincho e pegar um Uber até você, por favor não vá embora, eu juro que vou te recompensar."

Eu sabia que algo ia acontecer, era só eu resolver sair, mais eu não gastei perfume ou maquiagem atoa, então esperaria o boy, olhei para uma parte do bar, onde tinha umas mesas de canto, com sofá, e encontrei uma para mim, preferia ficar mais escondida, assim evitaria homens indesejáveis dando em cima de mim. A bebida começou a fazer efeito e eu fiquei mais animada, queria muito dançar, mas estava sozinha ainda, me levantei próxima da mesa e comecei a dançar sozinha uma música bem gostosa, estava me curtindo, quando senti um toque no meu braço, tomei um pequeno susto e me virei , dei de cara com um cara grandão, não era muito bonito, mas tinha um charme, o que não me agradou e que senti algo ruim com a proximidade dele.

- Tudo bem linda? posso me juntar a você? - ele disse isso já indo em direção do sofá, como se eu tivesse concordado, então eu respondi; 

- Meu namorado esta chegando, desculpe, não estou só. - ainda bem que estava mesmo esperando alguém.

- Engraçado, estou te olhando desde a hora que você chegou e não te vi com ninguém. ao dizer isso ele se levantou e se aproximou de mim, ao ponto de eu dar vários passos para trás, eu ia empurra-lo, mas senti minhas costas bater em um peito, enquanto uma mão ia até a minha cintura, ouvi uma voz conhecida dizer;

- Algum problema aqui amor?- uma voz conhecida, ao mesmo tempo eu não sabia quem era, mas me virei e antes de responder que sim, eu perdi a fala ao ver quem estava ali, eu pensei ter esquecido ele, mas era impossível, o tom arrogante, a beleza fora do comum, não podiam ser confundido, esse era o homem da festa que falou mal da bailarina, eu me lembrei disso e fechei a cara, ia responder que não precisava de ajuda, mas ele me puxou para o peito, segurou minha nuca e tudo que eu sabia sobre beijos se perdeu, nunca pensei que sentiria algo parecido com o que eu lia nos livros quentes que tinha em casa, mas esse beijo amoleceu minhas pernas, e eu teria caído se não fosse os braços firmes em minha cintura, e eu sem querer coloquei os braços no pescoço dele, queria me afastar, mas o beijo se tornou algo quente, e eu não fiz nada, simplesmente meu corpo tomou as rédeas e se deixou ser consumido, eu me esqueci de tudo, e sem mas nem menos ele me soltou de maneira abrupta, eu quase cai para trás. Ele me segurou e olhava com uma cara de desgosto, olhei ao redor e o homem grandão tinha sumido, eu não sabia o que falar mas não iria agradecer a esse bruto.

A bellydancer e o machistaOnde histórias criam vida. Descubra agora