A bellydancer e o machista

Mundo pequeno

Acordei muito brava, com um pouco de dor de cabeça. Fui tomar um banho e logo comecei a lembrar do arrogante, ele teve a ousadia de me tratar como se fosse uma qualquer, odiava homens como ele, mas ao mesmo tempo minha pele se arrepiava ao me lembrar de todas as sensações que eu senti ao ser tocada por ele, por mais que eu não quisesse, fiquei molhada só de lembrar. Bom vou afastar esse homem da minha cabeça, não quero mais pensar nesse machista. Olhei as mensagens, duas eram de Júlio me avisando a hora que me buscaria, as outras eram do Otavio, ou melhor do Otário, eu bloqueie ele logo, nunca mais daria chance para nenhum homem de aplicativo. Respondi meu amigo, e quase pensei em falar sobre o escroto de ontem, talvez ele conhecesse, mas preferir deixar para lá, hoje era o dia do irmão dele e eu não queria estragar. Troquei de roupa pois tinha um horário marcado no salão para fazer cabelo, unha e make, o casamento aconteceria as 15 horas, dei uma checada novamente no vestido que meu amigo mandou, era um longo azul safira lindíssimo, uma cor maravilhosa com sandálias pratas, eu já me imaginei nele, pois com meu cabelo de fogo eu ficaria maravilhosa. Tomei café e fui para o salão, eu me sentia meio apreensiva, acabei de receber a mensagem de que Jorge não poderia ir a festa, precisava ficar com os sobrinhos, na festa Júlio vai ter que dar atenção a família dele e eu estaria acompanhada com Jorge lá, agora eu teria que ficar sozinha nos momentos que ele se afastasse. Continuei me arrumando, e ao final de tudo me senti maravilhosa, meu cabelo estava hidratado, uma trança em forma de coroa e o restante ficou solto nas costas com pequenos cachos nas pontas, e na frente uns fios soltos sobre o meu rosto, a maquiagem então, eu me sentia poderosa, eu podia ser pobre, mais com certeza estaria a altura da beleza e elegância de Júlio hoje. Como já era quase uma da tarde, eu voltei para casa, preparei uma salada leve, pois até comer no casamento ia demorar, e devido ao nervosismo de ser madrinha eu não conseguiria comer nada mesmo. Ao terminar de me trocar fui olhar meu resultado no espelho e não poderia estar mais feliz, o vestido caiu como uma luva, afinal meu amigo sabia meu tamanho certinho, o busto em destaque eu coloquei um pequeno colar, brincos pequenos também, eu quase diria que pareço um anjo, se não fosse os cabelos de fogo, a fenda na perna eu quase não chamaria atenção, escutei meu irmão abrindo a porta para Júlio e gritei para ele entrar.

-To aqui juh, pode entrar.- eu sorri e assim que o vi na porta dei um giro, que veio acompanhado de um assobio.

-Que isso Layla, você esta maravilhosa amiga, a única que faz eu duvidar da minha sexualidade.- caímos na risada e nós abraçamos.

-Você esta divino homem, da uma volta, que gato, parece um modelo saindo do ensaio direto para o meu quarto kkkk. - Observei meu amigo, ele é tão lindo, se fosse hetero com certeza seria difícil resistir a ele.

- Bom amiga, vamos lá, eu trouxe o seu buquê de madrinha, chegando lá nós vamos aguardar junto com o cortejo, vai ser formado uma fila, acredito que eu por ser o irmão serei o primeiro a entra com você, a gente entra, depois sai, e na festa vamos nós sentar na mesa dos padrinhos ok.- ele disse e eu anotei tudo mentalmente e parecia muito fácil de se fazer.

-Só tem uma coisa, que não estava nos planos mais eu gostaria muito de pedir a você.- ele parecia sem jeito.

-Fala amor, obvio que eu te ajudo.- sorri pensando no que seria.

-Preciso que você dê a entender que estamos juntos. - eu fiz cara de espanto e ele voltou a falar.

- Eu sei que é errado, mais desde hoje cedo minha mãe não para, minha casa esta cheio de mulher tentando se jogar para mim, e agora que meu irmão o garanhão que todas disputavam esta se casando, ai sobrou eu no covil de cobras.

-Juh você sabe que eu não gosto dessas coisas, de mentir para os outros, mais por você eu te ajudo, mais que coisas teremos que fazer? não vou precisar te beijar não né? - eu não gosto de fingir, mais não vou deixar meu amigo na mão.