Noite de novos hobbies

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De inicio ele não quis, disse que eu ia atrapalhar ele, pois queria mais privacidade com a namorada, mas depois ele pensou bem e disse que íamos pegar uma casa com dois quartos, e dividir as contas. Saímos de casa, arrumamos uma casa que eu me apaixonei logo de cara, minha mãe chorou diversos dias por causa disso, mas depois aceitou, e passou a vir em casa fazer comida, trazer paninhos ou panelas, eu amava minha mãe, meu pai também, eles não tinham culpa da vida que levavam, mas eu precisava voar. Já estava há dois meses na casa nova, em um fim de semana sem nada para fazer, meu irmão chegou em casa com um convite, ia ter festa na empresa dele, um grande evento, com shows, muita comida e bebida. Eu decidir ir, afinal de contas ficar em casa comendo macarrão requentado ou participar de uma festa? Corri para o guarda-roupa, busquei a melhor roupa que eu tinha um vestido preto até o joelho, com uma fenda aberta, fiz baby liss nas pontas dos meus longos cabelos ruivos, claro não era natural, eu pintava sempre, fiz uma maquiagem, coloquei um conjunto de colar e brinco que meu irmão me deu aos completar dezoito e me senti bem elegante, afinal era uma festa na empresa né, eu não podia fazer meu irmão passar vergonha. Terminei de me arruma e fui para a sala, meu irmão já estava me esperando, e estava um gato, alias ele sempre foi lindo, alto, ombros largos, cabelos pretos e olhos verdes, puxou o nosso pai, por isso que nunca ficava solteiro, a mulherada não resistia. Ele andou a minha volta e disse; - Uau irmã, ficou gatona, vai arrasar uns corações lá hein, bom vamos buscar a Laura na casa dela e de lá vamos para a festa ok. Finalmente chegamos à festa, eu estava atrás e minha cunhada na frente, uma loira linda, que chamava muita atenção. Descemos do carro, e deixamos o rapaz do valet entrar, e fomos em direção à entrada, o lugar da festa parecia bem elegante, vários carros caríssimos, muitas mulheres e homens lindíssimos na frente. Assim que entramos meu irmão foi cumprimentar alguns colegas e eu e a Laura ficamos juntas, fomos pegar algo para beber e dar uma volta. O lugar era lindíssimo, diversas flores ao redor em vasos gigantes, luzes agradáveis, mesas de canto, os garçons serviam o tempo todo, fiquei encantado com o lustre gigante e cheio de detalhe no meio do salão, eu amava isso, não tinha porque na minha casa ficaria estranho, mas aquele era diferente, devia ser um absurdo de caro. Meu irmão se aproximou e apresentou a nos duas para algumas pessoas, eu gostei dos colegas de trabalho dele, engraçados e divertidos, o ambiente estava gostoso, começou a tocar uma música eletrônica, e eu queria dar uma volta, conhecer o espaço, um dos amigos dele, chamado Jorge se ofereceu para me mostrar o local, enquanto caminhávamos ele explicava sobre o trabalho de ambos, a amizade deles. Ele era bonito, muito educado e para meu azar gay, sorte dos homens que o teria. Ele recebeu uma ligação, chegou ao meu ouvido e pediu licença por um segundo, eu acenei e avisei que ia lá fora tomar um ar, estava com a taça de vinho na mão, olhei em volta, a noite estava bem gostosa, aquele era um tipo de festa que eu não estava acostumada, dava para ver de longe que a maioria que estava ali era rico, não que eu ligasse, mas era estranho a diferença de classe, meu irmão conseguia transitar bem em qualquer nível, e isso era algo que me dava muito orgulho, pois ele nunca deixou subir a cabeça o cargo bom que tinha, mantinha a humildade, e sua namorada era tão batalhadora quanto ele. Eu planejava ficar mais tempo ali, só que Jorge veio e me puxou pelo braço, dizendo que eu não podia perde o show, voltamos para o salão, havia uma roda, tocava uma música que parecia árabe, e conforme eu me aproximava, vi uma mulher linda, dançando no meio, ela fazia movimentos lentos com o corpo, seguindo o ritmo da música, e eu fiquei encantada, alias eu e todos ali presente, os homens então nem piscavam, fui para a frente e fiquei observando ela, que focou a atenção em mim e começou a fazer ondas com a barriga e sorriu para mim, do nada musica ficou mais alegre e todos começaram a bater palmas, posso dizer que nunca assistir uma apresentação de dança do ventre, mas agora eu queria ver varias, era lindo de assistir, e eu percebi todos hipnotizados, claro que a bailarina era linda, mas a dança dela prendia nossa atenção. Ao final do show eu esperei a euforia de todos e fui pedir uma foto para ela; - Posso tirar uma foto com você? Fiquei apaixonada pela sua dança. - eu disse meio sem jeito, mas ela era muito simpática e me respondeu – Claro querida, eu vi você tentando imitar uns movimentos, vou te passar meu contato, se quiser fazer aulas, eu sou professora posso te ajudar. - eu tirei a foto e depois anotei o contato, não iria fazer as aulas, mas anotaria para pelo menos saber de outros shows e poder acompanhar. Afastei-me para buscar algo para comer e após pegar uns petiscos no pratinho estava perto de sair ate escutar uma conversa masculina sobre o show. Virei-me e dois homens conversavam, um estava meio virado o outro estava de costas, bem alto ombro forte não o vi de frente, mas de costas era lindo, se não fosse as palavras que eu ouvi.

"Cara a bailarina é uma gata sim, dança muito, mas essas mulheres são prostitutas, além de dançar elas devem fazer programa. - disse o cara virado para mim, o outro grandão respondeu. – Não sei, e também não me interesso muito, cada um com sua vida, desde que não seja minha, a mulher pode ser o que ela quiser, ambos deram risada e eu fiquei passada, os homens julgavam a mulher apenas por dançar? Isso era ridículo."

Peguei o pratinho espumando, minha vontade era responder algo, até cheguei a me aproximar das costas do grandão, mas eu não faria isso, talvez ele fosse alguém importante e eu não causaria problemas a meu irmão. Passei na frente de ambos, pisei duro no chão, estava brava demais, depois de andar um pouco encontrei Jorge que sorriu ao me ver e me chamou para dançar, coloquei o prato na mesa e começou uma musica mais lenta, diversos casais fora para o centro do salão e eu aceitei dançar para passar a raiva, não sabia porque, mas odiava homens machistas. Enlacei o pescoço dele e começamos a dançar, Jorge dava um show e eu deixava ele me levar, quem olhasse de fora pensaria que somos um casal, de dançarinos experientes. Esqueci-me de tudo, pois fazia tempo que não dançava com um homem, conforme ele me girava, dei de cara com a dupla que me fez passar raiva. Eu tentei disfarçar o impacto,  difícil, o homem era lindo demais, olhos azuis, cabelos castanho escuro e cheios, aquela barba por fazer, que deixava ele sexy, ombros largos, o terno azul se moldava totalmente a ele, enquanto eu era girada na dança, fiquei hipnotizada, e pior foi perceber a intensidade do olhar assim que ele me focou, eu tentei disfarçar olhar para o lado, mas que beleza era aquela, quando senti Jorge me chamando a atenção, eu voltei a olhar para ele e percebi que a música tinha parado, demos risada e ele me chamou para dar uma volta, eu concordei e dei uma ultima olhada para o machista, ele me olhava com uma expressão indiferente, como se estivesse com raiva, mas devia ser impressão ou não, talvez o homem, fosse gay, ou tivesse raiva das mulheres. Depois de um tempo Jorge ficou conversando com minha cunhada e eu fui dançar com meu irmão, ele não era bom dançarino, mas eu fiquei a noite toda longe dele, e me sentia segura com meu irmão, rodopiamos pelo salão e ele me perguntou, - Gostou da festa maninha? – eu sorri e disse; - Claro, pode me trazer quantas vezes quiser, mas na próxima me da um vestido novo. – caímos na gargalhada e ele me deu um beijo no rosto e disse; - Sabe que eu te amo né, você e minha joia, e eu quero que se divirta muito, e tenha muito sucesso. – Eu confesso a vocês que me sinto emocionada do eu relacionamento com meu irmão, ele sempre me protegeu, ajudou, escutou nunca me colocou para baixo, até em coisas sexuais ele foi o primeiro a conversar comigo, era um irmão que cuidava e deixava claro para todos. Eu sorri ara ele e disse; - Eu te amo mais, você e o homem da minha vida. Ele respondeu que sabia e eu dei um soco no ombro dele, quando olhei para cima, vi o os olhos azuis de indiferentes me olhando, ele estava dançando com uma morena, e me olhava com uma expressão estranha, como se fosse de desgosto. Ao terminar a nossa dança, meu irmão puxou a minha cunhada e eu fiquei bebendo e observando os dois, tentei e todas as formas não olhar para trás, pois o homem lindo estava conversando com algumas mulheres e eu não queria ficar olhando, do nada surgiu um rapaz, sorridente e me perguntou se aceitava dançar, quando foquei a atenção nele, percebi que devia ser ou da mesma idade que eu, ou mais jovem, apesar de ser alto, e ter um corpo atlético, ele parecia simpático, coloquei a taça na mesa e aceitei, queria me distrair daquele homem. 

A bellydancer e o machistaOnde histórias criam vida. Descubra agora