Capítulo 2 - Se há chance, há esperança

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Kara está terminando de colocar suas roupas na mala de mão que está em cima da cama, dessa vez está vestida de calça moletom cinza e um casaco de conjunto, os cabelos estão agora presos dentro de um lenço que cobre toda a sua cabeça, e sua aparência parece um pouco melhor do que antes.

– Estou feliz que vá embora, mas vou sentir a sua falta. – Choraminga Jessica entrando no quarto para ajudar a antiga paciente a sair.

Depois da conversa desanimadora com o médico, Kara seguiu o tratamento certinho e mostrou melhora em sua condição, porém apenas dois meses depois conseguiu sua alta para viver o resto da sua vida. Por mais difícil de aceitar isso, a loira estava bem só em poder sentir o ar fresco – poluído – do lado de fora de novo, com imunidade alta e as taxas controladas, ela podia viver de novo.

Sorrindo, Kara olha para Jessica em seu uniforme rosa com estampa de animais, ela sempre achou a enfermeira fofa nessas roupas. Se ainda tivesse internada sabia que Jesse estaria na pediatria hoje, mas ainda viria lhe ver com um livro na mão, e quando Kara estava se sentindo bem, ela iria até a ala da pediatria e tentava animar as crianças que não eram muito diferentes dela, assim ajudava e se ajudava também, pois adorava a alegria das crianças, trazia um certo sentimento de paz.

– Também irei. – Responde Kara com um beicinho infantil.

– Ei, eu conversei com um médico que trabalha no mesmo instituto que você se inscreveu semanas atrás, e eles disseram que não irão pegar mais pacientes. – Avisou tristemente enquanto colocava o iPod e fones dentro da bolsa da outra mulher.

Kara suspirou, não estava surpresa por isso.

– Porém, eu consegui emprego em outro hospital, e eles estão com uma droga em teste.

Os olhos azuis encaram brilhantemente a dona do par castanho a sua frente.

– Você não quer mesmo se livrar de mim, em? – Brincou ela rindo.

Jesse rir junto e revira os olhos.

– Só estou fazendo o que você disse. Se tem uma chance, a menor que for, vale a pena lutar por. – Citou ela lembrando da conversa que tivera exatamente dois meses atrás quando Kara não desistiu do tratamento e persistiu em ficar.

Se tinha uma coisa que ela admirava mais em Kara Danvers era a sua perseverança, suas esperanças pareciam inabaladas e sua força para lutar era tamanha que a impressionava sempre. Apesar de todas as estáticas, Kara não deixou que a derrubassem sem uma luta justa, e hoje ela se orgulha em ver a mulher de pé e respirando sem precisar de ajuda.

– Então, onde faço para me inscrever? – Questiona ansiosa.

Apesar de mostrar querer vencer essa guerra, Kara sabia que o tempo de sua vida é curta, então tenta entrar em algum teste para, não apenas se ajudar, mas ajudar outros na mesma situação que ela.

Mesmo com um câncer tão avançado, ela sabe que se entrar em qualquer desses projetos e se droga se suceder, outras pessoas teriam sua vida prolongada graças a sua determinação.

– Vou buscar os formulários. Mas se quiser pesquisar sobre a clínica e o hospital, eles têm um site, se chama LCRI. Faz pouco tempo que abriram uma aérea de pesquisa, eu irei trabalhar com o cientista chefe do projeto.

Kara anota tudo para pesquisar depois, então fecha a bolsa e coloca em seu ombro.

– Obrigada por tudo. – Agradece sorrindo felizmente.

Antes que Jesse pudesse responder, uma Alex apressada e atordoada entra correndo dentro do quarto e pega a mala da mão de Kara.

– Deixa que eu te ajudo. – Ofereceu já com a bolsa pendurada em seu ombro.

Céu estrelado - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora