Apenas Mais Um Cigarro

Eu Era Segurança

Enquanto os dias iam passando, Hopper continuava trabalhando, as vezes suas mãos ficavam na carne viva e quase não dava pra dormir a noite por isso. Era inevitável que durante essas longas noites, ele pensasse ainda mais na sua antiga vida em Hokings, ele pensava muito em quando tudo isso começara.

Preso em seus pensamentos certa vez, o ex delegado achou que tinha cochilado e sonhado com Onze. Foi um "sonho real", daqueles em que dava pra ver a pessoa falando com você, sorrindo... Nesse sonho ele ouviu nitidamente Onze perguntando onde ele estava, se estava bem, e que estava morrendo de saudades. Ele lembrou de tê-la respondido e perguntado como ela e os outros estavam.

Ao acordar, Jim se sentiu animado pelo resto do dia, ele compartilhou o sonho para os dois "vizinhos" e eles gostaram de vê-lo animado.

Hopper era um homem reservado e nunca deixava transparecer suas dores e pensamentos, era um homem íntegro e concentrado em tudo que fazia.

Quando não tinham nada pra fazer, ele e os companheiros de cela ao lado sempre conversavam, a essa altura Jim já falava e compreendia o idioma Russo.

Certo dia um dos vizinhos lhe perguntou:
- Jim, o que você fazia antes de vir parar aqui?

Jim então com medo que alguém o ouvisse dizer que era delegado de polícia, mentiu:
- Eu era segurança particular de um homem rico da cidade.

O amigo caiu na risada e Hopper sem entender perguntou qual era a graça, e ele ainda rindo comentou:
- Como que eu não adivinhei isso antes? Só podia ser isso, um cara desse tamanho, tão centrado e com essa cara de mal, só podia ser segurança ou policial.

O ex delegado tentou rir para disfarçar mas a verdade era que aquela conversa tinha o deixado com saudade da vida que tinha na pequena cidade, onde o único trabalho diário era resgatar o gato fujão da senhora Tompson e monitorar as ruas quase desertas do centro da cidade. Onde passava milhares de vezes na frente do supermercado para "monitorar" o estacionamento, e como nunca tinha nada, entrava para conferir se estava tudo em ordem do lado de dentro do estabelecimento, onde aproveitava e conversava com "a moça do caixa".

O supermercado era o único local onde circulava grande quantidade de pessoas diariamente na cidade, elas vinham encher seus armários de mantimentos todo mês. No começo haviam três caixas, mas com o tempo o dono resolveu que somente um resolveria.
- Tudo tranquilo na cidade hoje senhor policial? Aquela voz muito conhecida por ele lhe perguntou sorridente ao vê-lo entrando no lugar.
- Tudo exatamente como deveria estar, minha senhora. E por aqui tudo certo? Ele fala como todos os outros dias, mas para ele nunca era a mesma coisa.

Ela levanta do seu caixa e caminha em direção a um daqueles freezers de sorvete, pega um na prateleira de baixo e segue em direção a Jim que está encostado em um dos caixas vazios. Esse era um dos privilégios de ser delegado em uma cidade pequena, ganhar coisas. Mas todos nós leitores sabemos que esse não era o motivo dele gostar tanto de ir naquele supermercado não è mesmo?

Nesse momento não havia ninguém enchendo os carrinhos de compras, somente os funcionários recebendo mercadorias e organizando.

Joyce entrega o sorvete para Jim e se senta ao lado dele.
Dando aquele belo sorriso de sempre, ele pega o sorvete e começa a abri-lo.

- Sorte sua que todo mundo gosta do delegado Jim Hopper. Ela fala olhando pra ele e rindo também.

- Sorte sua que eu não sou egoísta e sempre divido com você. Ele pega o sorvete e antes mesmo de provar, oferece pra ela, fazendo-a rir.

Hopper nunca havia pensado disso antes mas aqueles dias em que passava pelo supermercado de Joyce, era os melhores pra ele, ela sempre estava ali pronta pra pegar o sorvete de creme com passas, o preferido dele, da prateleira de baixo que ela sempre jugava o melhor e mais gelado.
Ele só notou naquele instante que mesmo que ele fosse todos os dias ela estaria lá sorridente e feliz por apenas estar dividindo aquele sorvete de creme, ele queria que ela soubesse que era verdadeiramente recíproco da parte dele também, mas nunca teve certeza disso já que nunca falou nada disso pra ela.

Naquele instante, tudo pareceu estar em câmera lenta, ele olha hipnotizado para ela ao lado dele, que estava com o sorvete na mão sem nenhum cuidado, se lambuzando e gargalhando como sempre fazia, até que alguém muito distante deles começou a chamar Jim Hopper:
- Hopper? Você está aí? Hopper? Jim?

Ele continuava hipnotizado com o momento, até que despertou do seu devaneio:
- Oi tô aqui, só tava pensando nos meus tempos de segurança. Ele rir meio de lado com toda essas lembranças.

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Galera vão me desculpando com o tempo das publicações, é que eu não tenho um cronograma para escrever, tudo depende da inspiração que eu tenho ou não no dia, eu escrevo nas notas do celular e vou publicando de acordo.
Obrigada por lerem essa fic e aguardem que logo logo terá mais histórias pra vocês! ❤️ beijos!