Influência De uma Deusa Inerte.

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— Eu tô explicando como funciona as coisas. — Natasha espalmou suas mãos na grande mesa de madeira que havia na sala de reunião do complexo.

Estando bem vestida, o cropped que usava deixava o Reator-Arc em evidência, o blazer combinava com o short que ia até o meio de suas coxas grossas e ao contrário da bota que usou outro dia usava um par de sapato de saltos. Piscou os olhos passando o olhar de Bruce que estava em uma cadeira ao canto entre Clint e Natasha até chegar em Steve que foi em quem manteve o olhar. O loiro que vestia uma blusa justa azul e uma calça jeans apenas tinha seu queixo apoiado na mão, como se pensasse em tudo o que foi dito pela morena.

— Vocês não vão dizer nada? — perguntou incrédula a mulher. — Não pode ser coincidência. Primeiro os magos dão o aviso e depois humanoides de Xandar atacam São Francisco, fora que o mesmo vestígio de "magia" foi notado por lá! — ela explicou novamente.  

— E como você sabe que foi assim, Cabeça de Lata? — Romanoff perguntou movendo sua cabeça que fez com que seus cachos se movessem.

Estava vestida em uma jaqueta de couro com uma camisa e calças jeans. Como sua cadeira estava meio de lado, a mulher tinha suas mãos juntas sobre as coxas destacando alguns adornos que usava. A Stark mordeu os lábios carmessim e riu em ironia.

— Minha tecnologia e minha intuição nunca falharam até hoje! — falou como se fosse o óbvio e tornou a repetir tudo o que a Anciã havia lhe falado. — E novamente, que parte vocês não estão entendo? — ela já estava um pouco alterada.

— E por que o fato do tal Warlock ter sumido faz essa criatura ser tão ruim se ela nem matou os integrantes da Guarda do Infinito? — Steve perguntou pensativo chamando a atenção dos outros para si.

— Civilizações foram dizimadas desde então. — Cruzou os braços. — Eu falei com Maria Rambeau, desde essa data duas civilizações de um sistema estelar distante foram dizimadas. Coincidência? Acho que não!

Rogers se calou por 1 minutos e virou seu rosto para a grande vitrine que dava para ver a queda da cachoeira e floresta que havia lá embaixo. Não precisavam dizer nada, olhavam para Natasha como se ela fosse louca e o olhar que ganharam dela foi incrédulo, os lábios de batom vermelho se entreabriram.

— Estão achando que sou louca. De novo?! — uma sobrancelha foi levantada.

— Natasha você viu e passou por muita coisa. Você está... — Rogers ia terminar de falar, mas a empresária o interrompeu.

— Não fale o que não sabe, Picolé! — levantou o indicador apontando para ele. — Depois não digam que eu não avisei. — colocou os óculos novamente em seu rosto e saiu andando.

Steve se levantou da cadeira quando a viu caminhar para fora.

— Aonde você vai? — disse querendo a acompanhar, mas sendo segurado pela Romanoff.

— Sei que está preocupado, mas deixe-a sozinha. — ela o aconselhou o vendo sentar de volta a cadeira hesitante.

A Stark que saiu em um rompante adentrou o conversível e afundou o pé no acelerador saindo rapidamente daquele lugar, a ponto dos seus cabelos voarem. Quando estava no centro de Nova York diminuiu drasticamente a velocidade, até estacionar em um lugar. Respirando fundo colocou afundou as mãos dentro dos bolsos e caminhou pela calçada no intuito de poder colocar os pensamentos no lugar.

Pensou na batalha de Nova York a primeira vez que viu um Deus e lutou contra um. Lembrou de quando foi sequestrada e deixada no deserto Árabe, o inferno para uma mulher e seu pior pesadelo, onde teve que sobreviver e agradeceu pela sua inteligência e por conseguir criar uma armadura dentro daquela caverna e ainda ter conseguido se manter viva por causa dessa máquina em seu peito. Pensou no ataque de Ultron, sua culpa, era mais culpa sua do que de qualquer outro e isso motivou Helmut Zemo a separá-los por sua família perdida, sem falar que foi deixada para morrer na Sibéria por causa de Steve. O ataque do Titã louco e a descoberta de que não era filha de Harold Stark. E por fim, a vitória que quase a matou a deixando gravemente ferida. Olhou para o braço que por causa de implantes de pele nem pareceu ter sido severamente queimado, aliás o lado direito todo. E de pensar que só continuou viva por causa do tal Elixir do povo Galvaniano. Como a Captã Marvel lhe explicou: Restaurou os órgão internos danificados, mas o resto ficaria por conta dos médicos. Três anos foi o tempo que demorou para que ela se recuperasse e por mais que conseguisse dormir um ou dois dias, a verdade é que já fazia um ano que não dormia direito ou sequer sentia-se feliz para fazer o que sempre fez, que era festejar ou flertar com algum homem bonito.

Não queria admitir, mas desde que acordou fingia estar bem e ser ela mesma para evitar as perguntas, mas há muito já não sentia...

— Srta. Stark, perdoe-a. — Natasha foi tirada de seus pensamentos por uma pequena garotinha de cabelos ondulados que envolveu suas pernas em um abraço. A mãe da menina a olhou com uma mão no rosto.

— Mãe olha, a Mulher de Ferro! — o sorriso da pequena era de orelha a orelha, em sua mão havia uma boneca e uma foto sua. — Um autógrafo, por favor! — disse evidenciando as pequenas sardas na bochecha.

— Menina, tenha modos. Aí meu Deus, mais uma vez me perdoe. — A loira de cabelos cacheados olhou sem graça para Natasha e pegou no bracinho da criança.

Demorou um pouco, mas a magnata saiu do transe e reagiu com um sorriso, olhando para a criança. Ela se abaixou sentando em um calcanhar e apoiando a mão no joelho esquerdo pada ficar da altura da menina.

— Tudo bem. — respondeu para a mãe, pegando a caneta, enquanto seu braço estava envolta das costas da pequena. — Seu nome? — perguntou já escrevendo algo como "Para a minha fã número 1...".

— Marie Ellen! — respondeu com um grande sorriso nos lábios.

— OK. "Para a minha fã número 1, Marie Ellen. Um beijo da primeira e única Mulher de Ferro!" — Natasha escrevia enquanto falava e no final fez um pequeno coração.

A menininha pareceu muito feliz quando ela entregou a foto e a caneta. Um sorriso ganhou os lábios da Stark.

— Obrigado sra. Stark. — disse a menininha sorrindo e pulando.

— Me chame de Natasha. Eu sou jovem ainda. — disse sorrindo. — E não foi de graça, aqui ó. — apontou para sua bochecha.

A menininha deu um beijo e abraçou ela. A mãe da menina agradeceu mais uma vez e a Stark ficou olhando as duas irem embora, com o sorriso morrendo novamente. Ainda estava sentada do mesmo jeito com algumas pessoas passando e a olhando. Quem não a conhecia? No entanto, poucos se atreviam a ter a coragem daquela criança.

— Até a arrogante e egoica Natasha Stark não tem estrutura para uma criança. — disse o homem parando ao seu lado.

A bilionária estreitou os olhos e virou seu rosto para o lado o olhando.

— Rhodes! — ele ofereceu a mão e ela aceitou de bom grado levantando do chão. — O que faz por aqui? Achei que estava trabalhando na inteligência militar agora. — disse vendo-o andar com o suporte criado desde que perdeu os movimentos das pernas naquele combate.

— Notei que você cobriu o país com a Legião de Ferro. Faz tempo que você não ativa em grande massa. — respondeu o homem negro que tinha seu braço enlaçado pelo da amiga, enquanto andavam pela calçada.

Um grupo de adolescentes que faziam parte de um canal de vlog no YouTube. A Mulher de Ferro nunca ligou para câmeras ou responder qualquer pergunta que fosse, mas dentre tudo o que foi perguntado uma pergunta chamou a atenção da empresária. Vinda de um garoto de cabelos negros aquela pergunta fez o coração dela acelerar, mas ela forçou um sorriso.

— Então srta. Stark como você escapou do Thanos?

Poderia parecer uma simples pergunta, mas aquilo afetou Natasha que apenas se virou e entrou no primeiro bar que avistou e mirou o banheiro o adentrando e ativando a Edith em seu rosto.

— Edith frequência cardíaca e cerebral? — se debruçou na pia olhando para o reflexo no espelho.

— Estão normais sra. Stark! — respondeu a assistente eletrônica no óculos.

James que se desculpou com os adolescentes foi atrás da mulher. Adentrou o bar e em seguida o banheiro olhando para a mulher que tirou o óculos e jogava água no rosto. Seu rosto só não estava uma bagunça, porque a maquiagem de primeira era a prova de água mesmo.

— O que está acontecendo comigo? — encarou o rosto no espelho embaçado daquele bar.

James ofereceu um lenço para ela s3 e respondeu em seguida.  

— Já que estava fazendo a meama pergunta. — os olhos negros dela pouaaram em seu rosto. — Assim como daquela vez você acabou de ter um ataque de ansiedade! — ela pegou o lenço passando em seu rosto. — Esse é o meu diagnóstico pra você, Natasha!

𝐂𝐑𝐔𝐙𝐀𝐃𝐀 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐀 ¦¦ Doutor Estranho Defensor & Mulher de FerroOnde histórias criam vida. Descubra agora