Comercial de margarina

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OBS.: essa fanfic é continuação de A Paz em seus Braços (https://www.wattpad.com/myworks/306082831-a-paz-em-seus-braços-flagui)

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- Bom dia, Deusa. – Guilherme sorriu para a empregada ao sentar-se na mesa do café da manhã. – Você não ia sair de férias?

- Ia, mas a Odara ficou de recuperação na escola, acredita?

- O negócio vai ficar feio pra Odarinha. – Taís riu ao entrar e beijar a bochecha do pai antes de ocupar seu lugar na mesa. – Mas logo ela toma jeito.

- Que nem a doutorazinha? – Deusa riu com o apelido que dera para Taís ainda na infância.

Ao contrário do que o irmão havia sido na juventude, já que Tigrão tinha sido péssimo aluno e encrenqueiro, Taís era a primeira de sua turma e sempre tinha as melhores notas. Almejava ser cirurgiã como o pai, ser até melhor do que ele.

Tinha o gênio espontâneo da mãe, é claro, mas a determinação de Guilherme. Uma perfeita mistura dos dois.

- Que nem eu, Deusa. – Taís abriu um enorme sorriso. – Quer que eu fale com ela?

- Fale porque você é a heroína dela.

- Depois eu converso com ela.

- Conversa com quem? – Flávia chegou bocejando e sentando-se ao lado do marido.

- Com a Odara que pegou recuperação na escola. – Respondeu Gui servindo uma xícara de café e entregando para a esposa.

- Pega leve com ela, Deusa. – Flávia defendeu a menina de apenas 12 anos que havia visto nascer. – Antônio nunca foi bom aluno, mas se deu bem na vida.

- Esse é um ótimo argumento, mãe. – Taís provocou. – Devo largar a faculdade e ser mais como ele?

- De jeito nenhum. – Guilherme interviu rindo. – Seu irmão deu foi sorte lá em Paris e duvido que ele fosse querer um filho do jeito que ele foi. Acho que é por isso que o Antônio nunca quis ser pai.

- Acho que nunca vamos ter netos, meu amor. – Flávia comentou de forma dramática, observando a filha pelo canto do olho.

- Nem começa dona Flávia Monteiro Bragança. Tenho só 20 anos e uma carreira de sucesso desse cara aqui pra superar. – Taís se levantou e beijou o pai.

- Vai passar na clínica hoje, filha? – Perguntou ele.

- Não sei, pai. Preciso estudar e talvez ainda tenha ensaio da banda. A Bruna ficou de me confirmar se ia rolar.

- Não está desperdiçando tempo com essa banda não?

- Guilherme. – Repreendeu Flávia.

- Só fiz um comentário. – Ele se defendeu.

- A banda é o meu lazer, doutor das galáxias. – Taís usou o título oficial do pai em casa, usado por ela e pela mãe sempre que Gui estava sendo implicante com algo.

- Vai ter uma revascularização do miocárdio hoje e achei que você gostaria de observar. – Falou Guilherme pegando um pedaço de bolo. – Só isso.

A estudante abraçou o pai com carinho. Guilherme era seu herói e maior inspiração e sonhava em algum dia fazer uma cirurgia com o pai. Para isso ele teria que voltar a operar, é claro, já que estava apenas administrando a clínica Monteiro Bragança nos últimos anos.

Entendia a necessidade de descanso dele, já quase com 60 anos, mas o pai ainda tinha muita saúde e muito o que viver. Certamente daria uma pausa na aposentadoria para operar com a filha.

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