Promise

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Permanecia olhando fixamente para os papéis em suas mãos, fazia mais ou menos trinta minutos que ele não desviava e, qualquer pessoa que lhe visse, admiraria sua concentração. Mas, na verdade, o homem estava muito longe do conteúdo daquele contrato, estava em outro país, estava em uma certa pessoa que ele não conhecia, e sabia muito pouco a respeito.

Suspirou desistente, sabendo que não poderia assinar os papéis sem realmente ler e ter certeza do conteúdo, mas já fazia um mês que sua mente vinha sendo perturbada pela voz rouca que cantara para si noites atrás. Yixing não era um homem que se abalava facilmente, nem se deixava levar com facilidade por seus sentimentos, ele era focado, centrado demais, mas dessa vez, seus nervos estavam à flor da pele.

— Droga — praguejou, soltando os papéis na mesa de seu escritório, uma mão indo até a testa e esfregou a têmpora, como se isso fosse clarear os seus pensamentos.

Olhou para o relógio numérico em sua mesa e viu que já estava muito próximo da meia noite, todos os colaboradores já tinham deixado o prédio, era sempre ele a ficar por último, as únicas testemunhas eram os guardas noturno. Decidiu que não adiantaria de nada permanecer ali se não fosse para trabalhar e, trabalhar ele não conseguia também.

Levantou, puxando o paletó que descansava nas costas da cadeira de modo impecável para não ficar amassado e o vestiu. Desligou o computador e pegou outros pertences, saindo da sala logo em seguida. Já no elevador, olhando para si mesmo pelo espelho, não tinha certeza do que buscava em sua imagem.

Tudo em si era impecável, Yixing transmitia uma persona inabalável, mesmo com o horário tardio, ele não aparentava cansaço, os cabelos estavam alinhados igualmente como quando saiu de casa de manhã, nada em si denunciava a confusão mental que ele verdadeiramente se encontrava. Buscou no bolso da calça o celular e abriu na conversa com o rapaz cujo nome era Jackson Wang e que não sabia nada além disso.

Nunca, em todos os vinte e oito anos de vida, ele havia parado pra pensar em almas gêmeas e em como isso poderia afetar a sua vida. Ele não tinha a marca de alguém sem alma gêmea, portanto, sempre soube que tinha uma, mas nunca foi uma preocupação, tampouco um anseio, tinham muitas outras coisas na sua vida que sempre foram prioridades e que nunca lhe permitiram pensar em coisas que de alguma forma lhe atrapalhariam a chegar em seus objetivos.

Ele desligou o aparelho e assim que o elevador abriu na garagem subterrânea, ele saiu, rumando ao carro, querendo muito chegar em casa e descansar, limpar sua mente.

— Você está mesmo bem? — perguntou Kunpimook.

— Se eu disser que sim ou que não, não vai mudar em nada.

— Jackie... — JaeBeom, que acariciava os cabelos do melhor amigo enquanto este repousava a cabeça em seu colo, tinha um olhar triste sobre o amigo. — Não aguento mais te ver assim.

— Hyung, eu... não consigo entender — sussurrou, dificultando para o amigo tailandês lhe ouvir por estar sentado no outro sofá. — Estava tudo certo em minha mente, eu não precisava conhecer alma gêmea, não me importava com isso, mas então eu cantei e isso... Dói tanto ser rejeitado por alguém que eu nem conheço.

— Não se conhecem nessa vida, Jack, mas se conheceram em vidas passadas, é por isso que são almas gêmeas — Bambam falou, oferecendo um sorriso doce e compadecido.

Bambam não tinha alma gêmea, isso podia significar duas coisas: ou ele estava vivendo a sua primeira vida e ainda ia encontrar seu grande amor, para que suas reencarnações futuras tivessem uma alma gêmea; ou, ele não estava vivendo a primeira vida, mas todas as suas vidas passadas não foram capazes de encontrar o amor verdadeiro. Ele preferia acreditar que estava vivendo sua primeira vida e todos ao seu redor concordavam, pois ele era uma pessoa extremamente cativante, feliz e brilhante. O tipo de pessoa que tem encanto no olhar com tudo que vê.

Sounds Like YouOnde histórias criam vida. Descubra agora