Troublemaker - NCIS

4 - Elvis

Alex narrando

Smells Like Teen Spirit de uma das minhas bandas favoritas, Nirvana, começa a tocar pela minha caixa de som. Abro a janela do quarto e vejo Joey passar por seu quarto sentado na cadeira de rodinhas dele, ele me olha por sua janela aberta e acena, ele tinha uma escova de dentes na boca.
Vou para meu banheiro, cantando alto e me vejo no espelho começando a escovar meus fios ruivos.

Já faz quase uma semana que não vejo Leroy Jethro Gibbs, vulgo meu pai. Mas há dois dias ouvi minha mãe ao telefone com alguém e parecia ser ele. Ela disse algo como "agora que ela sabe, vocês precisam se conhecer de verdade". Eu acho que ele não quer me ver, ou me conhecer melhor. Joey diz que ele virá logo, que provavelmente vou sair com ele nos finais de semana como nosso colega, Caleb, que tem pais divorciados.

Sinceramente, não sei o que eu quero. Tudo seria mais fácil se eu tivesse um pai desde o começo, como Joey tem o dele, mesmo que não se vejam sempre. Pelo menos o Sr. Schmit dá presentes incríveis de aniversário para Joey, sempre apareceu nas apresentações de dia dos pais na escola ou vai na apresentação do dia do trabalho que ele fala sobre como é sair em missões para a marinha.

Eu não tive um pai assim. O homem mais próximo desse papel era meu falecido avô, mas ele estava muito velho para ir a escola no dia dos pais. Eu sei que minha mãe sempre se esforçou para que não sentisse falta de ter um pai, ela sempre tentou preencher esse vazio, mas às vezes ela não conseguia. Minha mãe é a melhor advogada do estado e vocês sabem como se consegue esse título, não é? Trabalhando muito!

— ALEX!!

Essa era minha mãe quase toda manhã. Abri minha porta sabendo que logo ela estaria ali.

— Eu lembro de uma garotinha que um dia pediu um cãozinho e disse "mamãe, eu prometo cuidar dele" - minha mãe apareceu segurando Elvis pela coleira que lutava para correr.

— Hey, Elvis! - ele pula em mim quando me vê e caímos juntos sobre minha cama.

— Ele não obedece, faz de tudo pra derrubar a comida toda no chão e faz as necessidades no quintal do Sr. Turner!

— Merda, mãe. - falei me sentando e fazendo carinho no pelo loiro de Elvis.

— O que disse?

— Merda. Elvis faz merda, coco, torpedo, você pode falar essas palavras, não está em um tribunal. - dou de ombros.

— Alex... só limpe as fezes dele no quintal do Sr. Turner, antes que ele nos processe. E leve ele no petshop, está fedendo. - ela respira fundo passando a mão pelos cabelos.

— Bom dia, Sra. Mellark! - era Joey gritando de sua janela, minha mãe acena e sai.

— Te vejo em cinco minutos! - falo na janela e Joey ergue o dedão.

Um pouco mais de cinco minutos depois, eu e Joey esperamos minha mãe sair de carro e acenar. Quando ela finalmente sai de nosso campo de visão, colocamos os skates no chão.

— Vamos lá, Elvis! - meu golden retriver me puxa por sua coleira e assim pego mais impulso que Joey no skate, o deixando um pouco para trás.

...

— Tá, repete a última parte. - digo enquanto escrevia com a caneta azul em meu braço, ainda no corredor dos nossos armários.

— O que vai fazer se isso não cair em nenhuma questão? - Joey questiona com suas sobrancelhas castanhas erguidas.

— Eu penso em algum jeito de colar de você. - dou de ombro e fecho meu armário — Não é tão difícil colar sem a professora Kincled descobrir.

— Ah, não... - Joey olha para algo atrás de mim e antes que eu me virasse para ver, ele me segura pelos ombros — Por favor, não arranje briga. Já ficou em detenção ontem!

Revirei os olhos e me virei para olhar o que acontecia. Era o grupo dos loiros oxigenados e das retardadas de tamanco, eles riam e zoavam Kody Mayers, um aluno que vivia isolado, tinha cabelos castanhos que escondiam a maior parte de seu rosto e usava moletons grandes. Não sabia muito sobre ele, mas sabia que tinha perdido sua mãe recentemente, ela era da marinha.