O inicio do fim .

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Pov Max

-" minha nossa senhora das fofoqueiras , que canseira,  minhas perninhas estão me matando " Penso andando pela casa aproveitando o resto do sol de fim de dia para não voltar no completo breu .

-O trabalho é ruim e me deixa muito cansada , mas pelo menos me deu a chance de quitar algumas dívidas do meu pai , meu pai desde a morte da mamãe aprendeu a descontar tudo no jogo , e desde que perdeu o emprego no último mês,  seu vício só tem piorado e isso significa ...
" mais trabalho pra mim "
Penso me lembrando das dívidas em nome dele .

- Assim que dobro a rua já consigo ver minha casa,  verde , grande e com um lindo pé de limão na frente,  a última casa da rua é meu mundo particular , conforme vou andando pela rua avisto alguns carros diferentes ali , grandes de vidros pretos e jamais vistos ali por mim " será que algum vizinho trocou de carro ?"
Penso indo até em casa e abrindo o portão que faz um alto barulho .

-: onçinha?
Ouso a voz do meu pai chamar por meu apelido .

-: Tô indo papai .
Grito de volta tirando os sapatos antes de subir a escada da garagem para o andar da casa , assim que entro sinto um perfume diferente,  femino mas amadeirado.
" será que papai está com visita? Mas ele nunca me chama de onça na frente dos amigos , só se for parente "
Penso no corredor que direciona até a sala de estar .

- Assim que entro na sala o estranhamento já se apodera de mim , vejo duas mulheres sentadas no sofá de canto na cor creme e meu pai mais a frente sentado na poltrona .

-: desculpa , não sabia que estava com visita,  me desculpem já vou indo.
Digo dando as costas até ouvir meu pai chamar .

-: Filha, fica aqui por favor.
Diz o homem com um peso ma voz .

- Meu pai nunca foi um homem bonito,  era branco demais com alguns fios de cabelos ainda ruivos entre a barba rala quase toda grisalha , sua cabeça antes lar de uma cabeleira ruiva , agora tinha uma careca lustrosa , mamãe dizia que havia se apaixonado por um leprechau,  minha mãe era alta , tinha mais de 1,70 , era linda , dona de cabelos longos e cacheados em uma linda cor de loiro escuro que felizmente puxei dela , papai sempre quis uma garotinha com os olhos da mamãe,  olhos cor de mel , e eu vim , uma perfeita combinação dos dois , tão branca como meu pai , com o mesmo físico meio gordinho , os olhos e o cabelo de mamãe , fazendo assim como diz meu pai ,eu me parecer com uma boneca de porcelana ,mas o apelido de onça ficou desde criança por ter várias pintinhas pelo corpo.

- E ali naquela sala em um clima estranho até demais vi toda a história passar pelos meus olhos com rapidez .
-: Filha,  eu quero que conheça Alexandra Martin e a sua esposa .
Diz meu pai com nervosismo na voz .

- Me viro para as mulheres e dou um aperto de mão com ambas mulheres .
-: desculpem meu estado , acabei de chegar de um trabalho .
Digo vendo as duas mulheres bem arrumadas,  a loira que foi me apresentada como Alexandra usa um lindo conjunto de calça social cor chumbo e uma camisa na mesma cor , já a mulher de cabelos avermelhados que está do seu lado usa um vestido longo em um tom de vinho um tanto mais vermelho que seus cabelos, já eu uso um boné preto surrado e uma jardineira jeans já bem gasta e meio folgada .

-: tudo bem querida , não pretendemos ficar muito.
Diz a mulher de vestido com a voz calma .

-: Filha,  tenho que te contar algo...
Diz meu pai com a voz embascada parecendo querer chorar.

-: o que houve paizinho ?
Digo preocupada com ele .

-: você se lembra da noite em que você disse que não voltaria pra casa pois iria fazer mais um turno no restaurante ?
Diz ele e eu assinto com a cabeça.
-: bem , eu acabei indo para o casino Martins, e acabei perdendo algo que não pude pagar...
Diz o homem vermelho de vergonha e com os olhos cheios de lágrimas.

-: há papai , por favor,  não me diga que apostou a casa,  não tem trabalho que eu consiga fazer agora para pagar o valor da casa .
Digo já pensando no pior

-: não,  não foi a casa ...
Diz ele sem me olhar mirando as duas mulheres atrás de mim .

-: então o que foi ? Ou melhro quanto foi ?
Pergunto já fazendo alguns cálculos.

-: 879 mil , mas com os juros 930 mil .
Diz Alexandra de forma séria.

-: o que você deu de um valor tão alto? Nem a casa vale isso .
Digo preocupada.

-: isso eu posso responder.
Diz a loira se levantando a parando atrás de mim .
-: você.
Diz simples passando a mão nos meus cabelos.

- Nessa hora minha visão fica turva e me sinto perto de desmaiar " a mim ? Ele apostou a mim e perdeu ? "
Penso descrente.

-: isso não pode ser verdade , papai , diz por favor que isso é mentira , diz que você não fez isso comigo.
Digo em suplício sentindo lágrimas molharem meu rosto .

-: Se acalme , não vamos fazer nada de mais com você se cooperar conosco.
Diz Alexandra passando a mão em minhas costas .

- Com olhos vermelhos pelo choro olho pro meu pai que não consegue me olhar de volta e diz em quase um susuro .
-: sua mãe estaria gritando comigo agora , por ter perdido o nosso bebê,  me desculpa Filha,  me desculpa .
Diz ele chorando sem me olhar.

-: Não,  não , eu não vou pagar por seus erros denovo , não vou.
Digo e tento ir para meu quarto mas sinto uma mão segurando meu pulso .

-: lamento por toda essa cena , mas , você tem que vir com a gente.
Diz a mulher vestida de cinza me segurando.

-: por favor,  eu dou um jeito com o dinheiro,  posso trabalhar , posso ir pagando um pouco por vez , podemos chegar a um acordo.
Digo tentando negociar .

-: aí querida , você é o pagamento,  mas não se preocupe,  prometo que não vai ser ruim .
Diz a ruiva se levantando e tirando um pano da bolsa de mao que carrega e molhado com um líquido.

- Tento correr porém Alexandra me segura e a outra mulher coloca o pano em meu nariz , aos poucos o cheiro vai se ocupando de minha mente e a última coisa que ouso é a voz da mulher ruiva a minha frente...
-: dormi bebê , que a gente veio pegar ...
Diz a mulher antes dos meus olhos se fecharem em um desmaio .

Vendida a Elas ( Pausada )Onde histórias criam vida. Descubra agora