Fluke estava sem dormir há vários dias e o fato de ter encontrado um envelope misterioso no meio das suas correspondências naquela manhã o deixou pior ainda. O dia de trabalho foi cansativo e dividido entre vários compromissos: 2 entrevistas, a gravação de um comercial para uma cadeia de lanchonetes, uma visita a um fan café e a prova do figurino da sua próxima série que estrearia em breve e era em companhia de Ohm.
A última vez que Fluke se lembrava de ter dormido bem fora na última vez em que passara a noite ao lado de Ohm e isso parecia ter acontecido há séculos e com outras pessoas, porque sua pele mal se lembrava disso. Aparentemente, Ohm também havia começado a entender o recado e estava gradualmente se afastando dele. Isso fazia seu coração doer, mas era necessário.
Era durante a noite, contudo, que tudo parecia mais difícil de lidar. Fluke já havia virado na cama em busca do sono, mas sem sucesso e decidiu sair para caminhar. Andou sem rumo e quando decidiu prestar atenção na paisagem à sua volta, estava em frente ao prédio de Ohm como se seus pés soubessem o caminho ou fossem atraídos para lá por atração magnética.
Fluke entrou no elevador e parou no andar que deveria. Bateu na porta, ignorando a existência da campainha e sentiu os joelhos fraquejarem quando Ohm abriu a porta instantes mais tarde. Ele estava glorioso usando apenas suas boxers e o mais baixo não resistiu ao desejo de abraçar seu torso nu.
"Noo, o que você tá fazendo aqui a essa hora?", seu tom era preocupado.
"Eu? O que você faz atendendo à porta a essa hora vestido assim?", Fluke implicou, mas não tirou o nariz de onde estava enterrado entre o ombro e o pescoço de Ohm.
O mais alto suspirou, abraçou a cintura do outro e fechou a porta.
"Para a sua informação, eu olhei na câmera antes de abrir a porta para ver quem estava chamando. Em segundo lugar, eu sou grandinho e posso vestir o que eu quiser!", Ohm respondeu, mas não tinha qualquer reprovação em sua voz. Pelo contrário, ele passou um dos braços por trás das pernas de Fluke enquanto o outro apoiava a sua lombar, e o carregando bridal style, rumou para o quarto.
"Espero que isso signifique que você também pode tirar as roupas que quiser quando bem entender?", Fluke disse provocativo.
"Eu não deveria te dar ouvidos, Noo!", ele piscou um olho e deitou o corpo esguio na cama, se deitando ao seu lado.
"Eu acho que isso é discutível!", Fluke argumentou se aninhando ao corpo dele novamente e encaixando um dos dedos no cós das boxers.
"Você me evita por semanas e de repente aparece na minha porta querendo dormir comigo, Fluke?", Ohm perguntou, mas sua respiração estava visivelmente pesada, seus olhos travados nas pupilas dilatadas do homem deitado sobre ele.
"Por favor, P'Ohm?", ele implorou com olhos grandes e brilhantes.
"Você não faz ideia do que é te ouvir pedindo por algo que eu quero te dar de todo coração, amor…"
E os dois se deixaram levar por alguns momentos. Talvez eles tenham repetido para ter certeza de que haviam matado as saudades. E quando não eram mais que braços e pernas entrelaçados, Ohm decidiu que era hora de uma conversa franca.
"Amor, eu sei que você não quer falar sobre isso, mas nós precisamos…"
"P'Ohm, a noite foi maravilhosa! Vamos deixar assim e só dormir e esquecer dos problemas, sim?"
"Mas se eu fizer isso, amanhã você volta pra sua casa e passa a dormir e comer mal de novo!", Ohm disse firmando uma mão na sua cintura.
"Como você sabe disso?"
"Eu tenho informantes, digamos assim…"
"Não acredito que você tá me vigiando, Phi!", Fluke censurou.
"Fluke, quem é aquela mulher?"
"Do que você tá falando?", seu coração batia alto, parecia prestes a escapar de dentro do peito.
"Você sabe de quem eu tô falando! A que te visita tarde da noite e te envia correspondências pessoais! Quem é ela, Fluke? Ela tem alguma coisa a ver com o seu comportamento nos últimos tempos?"
Fluke viu o receio, carinho e preocupação que enchiam os olhos de Ohm e não resistiu mais. Deixou fluírem todas as suas lágrimas contidas por medo e insegurança. Quando Ohm conseguiu ajudá-lo a se acalmar, o mais velho acabou confessando o que estava acontecendo e contou como desde o início a mulher havia se passado por fã apenas para se aproximar dele e ameaçá-lo.
"Precisamos ir para a Polícia agora, amor!"
"Não, P'Ohm! Ela é maluca! Se nós fizermos isso, ela disse que vai tentar algo contra você e eu não posso sobreviver a isso!"
"Fluke, nada vai acontecer comigo, com você ou outra pessoa, mas precisamos fazer isso ou ela vai continuar tendo poder sobre nossas vidas!"
"Tudo bem, mas podemos esperar até amanhã à tarde? De manhã temos aquele evento beneficente na escola. As bolsas de estudo para crianças carentes, lembra?"
"Um dos milhares motivos pelos quais te amo, meu Noo!"
E eles voltaram a se amar. Logo em seguida, muito cansados, dormiram tranquilos nos braços um do outro como há muito tempo não faziam.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Não diga...
FanfictionOhm achava que trabalhar na nova e comentada série "Until We Meet Again" poderia ser bom para a sua carreira, mas logo após conhecer seu parceiro de atuação, percebeu que aquilo poderia ser um pesadelo. Logo após se apresentarem, o ator se virou par...