Capítulo 7: Eu te amarei para sempre

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O organismo de Fluke reagiu contra uma das substâncias usadas na anestesia e ele entrou em parada cardíaca. Passaram vários segundos até que ele recuperasse a consciência e o médico-chefe queria desistir do procedimento, mas ele insistiu.

"Então, neste caso, vou precisar que você assine um termo de consentimento.", o médico falou e o rapaz na maca acenou levemente de forma afirmativa. Ele faria qualquer coisa para salvar Ohm.

Dois dias depois, Ohm saiu da UTI e finalmente havia acordado no quarto particular cercado de seus familiares, News e Note. Quando recuperou o suficiente da consciência e foi avaliado pelo médico, sua primeira pergunta foi:

"Onde está o Fluke?"

"Querido…", a mãe de Ohm começou a falar e desabou em lágrimas.

Quando o rapaz soube do ocorrido, quis se levantar e ir até o quarto de Fluke, mas todos o impediram. Ele ainda não havia recebido alta e nem a teria tão cedo. Não bastasse o dano aos demais órgãos, o transplante de rim fora delicado e demandava cuidados.

Ohm sofreu por 30 dias. Não porque sentia dores ou sofria alguma rejeição ao rim de Fluke, mas porque não podia se levantar para falar com o amado, mesmo que ele ainda estivesse em coma, como sua mãe e os médicos explicaram. Uma coisa que ele sabia e se preocupava era com o tempo que o outro estava levando para acordar e seu coração se despedaçava quando pensava nisso.

"Não valia ter me salvado se fosse me deixar sozinho, amor…", Ohm disse olhando para o teto, lágrimas grossas rolando pelo seu rosto perfeito.

No primeiro dia em que Ohm recebeu permissão para sair do quarto, 45 dias depois da cirurgia, ele não podia levantar da cadeira de rodas sem apoio e nem passar muito tempo nela, mas logo convenceu a enfermeira a ajudá-lo a visitar Fluke.

Ver o amado pálido e imóvel na cama o fez sofrer mais do que quando levou a facada e imaginou que sua vida terminaria naquele instante. Ohm deslizou a cadeira na direção da cama e pegou a mão pequena na sua maior. Os dedos finos que ele tanto amava continuavam charmosos e ele não pôde evitar dar um beijo neles.

"Sempre achei que o Príncipe dava um beijo nos lábios e não na mão!", uma voz fraca falou e Ohm não pôde acreditar: Fluke havia acordado.

O caso foi tratado como um milagre porque Fluke acordara plenamente consciente e bem, como se sequer tivesse sofrido com o coma. Ver o amado se recuperando bem fez Ohm se dedicar ao próprio tratamento e ambos receberam alta num período de tempo recorde.

6 meses depois…

"Por que precisamos ir nesse evento, mesmo?", Ohm perguntou, um biquinho moldando seus lábios.

"Porque precisamos apresentar uma das categorias, amor!", Fluke respondeu antes de descerem do carro.

Ambos os atores continuavam queridos pelo público e sua fanbase crescia a cada dia mais. Eles haviam assinado com uma produtora e em breve começariam a gravar um filme, o primeiro como um casal.

Tudo corria bem até que depois de apresentar o prêmio, quando já ia deixar o palco, Ohm sentiu sua mão sendo puxada por Fluke. A sensação era estranhamente familiar.

"P'Ohm…", Fluke disse no microfone diante da plateia, um sorriso largo no seu rosto. Definitivamente familiar.

"Nós nos conhecemos quando éramos crianças e eu te amo a cada dia mais, por isso, eu quero te perguntar algo…", Fluke disse antes de tirar do bolso do blazer uma caixinha de veludo vermelho e abri-la revelando duas alianças douradas. "Você aceita se casar comigo?"

Ohm assistiu à cena emocionado e precisou lutar contra o seu melhor instinto para dizer as palavras seguintes:

"Noo? O que você está fazendo?", a expressão de Ohm havia mudado para uma de pânico.

"P'Ohm, o que você tá…?", Fluke começou a dizer quando o outro de repente caiu na risada, abraçando o próprio corpo para tentar conter o humor, mas sem conseguir evitar

"Ai, desculpa, amor! Eu ia tentar negar pra ser uma brincadeira, mas não consegui!", Ohm ria entre as palavras e estava quase sem fôlego, o que provocou a irritação de Fluke o fazendo colocar o microfone no pedestal e tomar o caminho para sair do palco, seus passos firmes.

Mas o mais baixo não andou muito antes de ver seu corpo enlaçado por braços musculosos e que ele conhecia muito bem em cada centímetro.

"Ei, ei! Onde você pensa que tá indo?", Ohm perguntou olhando direto nos seus olhos, o tom baixo demais para que a plateia ouvisse sem a ajuda do microfone.

"Se você não quer se ca--", mas Fluke não conseguiu terminar. Seu lábios estavam ocupados devorando os do homem à sua frente que havia lhe beijado de surpresa.

"Fluke Natouch, eu te amo e quero viver com você para sempre!", Ohm falou confessou alto.

"Ohm Thitiwat! Você é impossível!", Fluke comentou antes de beijar o amado mais uma vez. A plateia foi à loucura e mesmo a staff nos bastidores aplaudiu o casal.

Fluke sabia que Ohm gostava de músicas antigas e piadas sem graça. Ohm sabia que Fluke gostava de macarrão e era incapaz de deixar para trás alguém que ama. Os dois se complementavam mesmo sendo diferentes de tantas formas. Na sua casa nunca faltou amor e eles viveram felizes para sempre.

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Notas

Este é o final da série "Não diga" (Não diga que me ama > Não diga que se lembra > Não diga para sempre)! Espero que quem tenha acompanhado tenha se divertido!

No mais, à disposição.

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