James:
Hope Mc'Adams era a garota mais inteligente e espontânea que eu conhecia.
Era a irmãzinha caçula do Will, meu melhor amigo desde os 4 anos, eu a vi nascer, falar as primeiras palavras, começar a andar, começar a se tornar mocinha e começar a despertar interesse dos garotos da idade dela.
Por estar sempre junto do Will e de mim, e também por ter visto ela crescer eu sempre considerei a Hope como minha própria irmãzinha.
E ela também era amiga da minha irmã caçula Jane desde pequeninas.
Eramos como uma grande família, estávamos sempre juntos.
Eu achava que ela também me via apenas como um irmão mais velho, até que os 13 anos ela se declarou para mim.
Achei que era uma brincadeira dela.
Mas ela continuou se declarando sempre para mim.
Ela nem se importava que todos soubessem.
Seus pais sabiam, Will sabia, Jane e até meus pais.
Mas, eu sempre fiz questão de deixar claro, principalmente para o Will que a via apenas como irmã, e não queria nada com ela.
Nunca a correspondi, e achei que com o tempo ela entenderia que essa paixão que ela dizia sentir era apenas capricho dela.
Mas não, ano após ano ela continuou dizendo que me amava.
Quando ela fez 15 anos, Will e eu fomos para a faculdade, que era poucos quilometros perto de casa, então estávamos sempre visitando nossos pais.
Foi nesse ano que o Will conheceu a Jéssica, e começaram a namorar.
Eu apenas não gostava de ninguém pegando no meu pé, por isso meus namoros duravam pouco tempo.
Aos 16 anos Hope se juntou a nós na faculdade, era nossa pequena gênia.
Will não se conformava por ter uma irmã mais inteligente que ele, mas adorava ter ela por perto.
Eu a vi chorar por me ver sempre trocar de namorada, mas ela precisava entender que eu não a via como mulher, eu a via como irmã.
E lá se foram seus 17 e 18 anos, Will e eu terminamos a faculdade e a Hope continuou por mais 1 ano, até finalmente se formar.
Aos 21 anos ela pareceu começar a entender que seu amor por mim era apenas um capricho e começou a se afastar, foi então que ela começou a sair com um tal Charlly, Will e eu, ambos estávamos preocupados que ela se machucasse, tivemos uma conversinha com ele e ele pareceu realmente gostar dela.
Mas o namoro durou pouco tempo, me preo cupei que ela estivesse mal, mas a Hope pareceu não se importar com o término.
Quando faltava um mês para o meu aniversário eu comecei a namorar a Kelly, ela era bonita, sexy, inteligente, extrovertida.
No meu aniversário de 27 anos a apresentei a todos.
Eu achava que finalmente estava gostando verdadeiramente de alguém, mas, um mês depois Kelly começou a implicar com a presença de Hope na minha vida, mesmo eu explicando diversas vezes que gostava dela como uma irmã, ela continuou implicando.
E não só com isso, ela implicava com minhas roupas, meu trabalho na agência de publicidade, com meus amigos e até com meu cabelo.
Ficamos juntos por 4 meses, até eu não aguentar mais e terminar tudo com ela.
No dia em que terminei o namoro recebi a visita de um Will todo chateado e triste.
—Por quê está assim?—perguntei quando nos sentamos no sofá.
—Você falou algo ruim com a Hope?—ele perguntou.
—Não!—neguei—Na verdade faz quase uma semana que não a vejo!
—Será que eu sou um irmão ruim?—ele perguntou.
—Não, mas o que...
—Então por que ela quer ir embora?—ele questionou já chorando.
—Como?—perguntei confuso.
Ela ia embora? Como? Por que?
Ela ia nos deixar!
—A Hope vai para a França na segunda!—ele disse.
—Mas não são só férias?—questionei—Uma curta viajem?
—Não, ela vai estudar!—ele respondeu.
—Mas a Hope já fez faculdade!—falei
—Ela vai fazer um curso de culinária!—disse secando as lágrimas—Ela disse que quando retornar vai abrir um restaurante!
Ela realmente ia nos deixar então?
—Tudo por culpa da vovó!—Will choramingou—Se a vovó não tivesse ensinado ela a cozinhar!
—Se acalma, ok!—pedi—O curso deve ser pequeno!
—Seis meses!—ele disse—Você disse que ela é como uma irmã para você, então precisa me ajudar a convencê-la a não ir!
Seis meses era bastante tempo.
No domingo a noite, Hope fez um jantar para se despedir de nós, todos nos reunimos na casa dos Mc'Adams.
Após o jantar Will me arrastou para o quintal para conversarmos com a Hope, e em seguida trouxe a Hope.
—O quê vocês querem de mim?—ela perguntou.
—Irmãzinha, se fizemos algo para você, nós perdoe!—Will pediu se ajoelhando—Ajoelha!—ele disse baixinho para mim.
Me ajoelhei em seguida.
—Deixamos você nos tratar como escravos por um ano, mas não vá para a França, por favor!
Hope sorriu espontaneamente e apertou as bochechas do Will.
—Você não aguentaria um mês sendo meu escravo!—ela disse—Não se preocupem, eu só vou ficar por seis meses, vocês não confiam em mim?
—Não confiamos nos franceses!—Will disse e me cutucou—Fala alguma coisa!
—Se você for vamos ligar para você a cada minuto!—falei.
—Sério?—ela se curvou para nós e sorriu—Por mim tudo bem!
Nos rendemos abaixando a cabeça.
—Se vocês são meus irmãos mesmo, deveriam me apoiar quando estou indo atrás dos meus sonhos!
Irmãos? Ela realmente já havia voltado a me ver apenas como um irmão?
—Tudo bem!—falamos juntos.
Will se levantou e foi para dentro sozinho e emburrado.
—Nem parece que eu sou a irmã mãos nova!—ela disse sorrindo ao ver ele entrar.
Me levantei também e começamos a andar juntos até a porta.
—Quer mesmo ir para a França?—perguntei.
—Sim!—ela disse—Eu sempre quis ir mesmo!
—Se você está indo por causa do que ouviu a Kelly falar um tempo atrás...
—Não!—ela sorriu—Estou indo porque culinária é uma paixão, e está na hora de fazer algo que eu realmente gosto!
—Entendo!—falei.
—Eu vou estudar bastante e também conhecer muitos franceses!—ela disse sorrindo—Quando eu voltar prometo já ter superado minha paixão por você!
Sorri também.
—Se o Will ouvisse o que você falou sobre os franceses, ele ficaria louco!—comentei.
—Por isso que não falei nada para ele!—ela disse—Cuida do Will por mim, e dos meus pais, ok?
—Ok!—falei.
Na tarde de segunda Hope Mc'Adams pegou o vôo com destino a Páris.
Eu sabia que ficaria triste em vê-la partir, mas não sabia que doeria tanto.
Will chorou igual um bebê quando ela passou pelo portão de embarque.
Hope Mc'Adams estava indo viver a própria vida.
No primeiro mês ela sempre atendia nossas ligações super animada, contando tudo sobre o curso e sobre Páris.
Eu sentia muito sua falta, mas achava que era por considera-la uma irmã mais nova.
No segundo ela se tornou mais ausente, as ligações se tornaram mais ausentes, sempre que perguntávamos por que a demora dela para responder, ela dava respostas vagas, até que no terceiro mês ela nos ligou por chamada de vídeo, super animada, nos contando o motivo da ausência.
Ela havia sido convidada para posar para uma revista de moda.
Achamos que seria apenas aquela vez, mas vieram campanhas atrás de campanhas, as ligações ficaram ainda menos frequentes.
Eu estava com saudade dela, da alegria e espontaneidade dela, da forma como ela alegrava todo mundo.
E foi quando eu percebi que enquanto eu tentava convencê-la de que seu amor por mim era só um capricho, o bobo apaixonado da história era eu.
E agora ela estava do outro lado do atlântico.
Nos meses a seguir veio a fama.
Hope se tornou uma modelo famosa.
Ela estava mais loira que o normal, e agora demonstrava a todos um lado que eu não conhecia, a sensualidade.
Se tornou crush de vários homens, inclusive muitos eram da nossa agência de publicidade.
Os tabloides não perdoavam, ela sempre aparecia em fotos com outros modelos, e a mídia especulava sobre serem seus affair's.
E ainda havia um modelo, um tal de Petter Sprouse, que estava sempre grudado nela, e todos questionavam se eram apenas amigos mesmo.
Eu comecei a me preocupar.Ela não havia mentido quando falou que conheceria vários franceses.
Nesse ritmo mais de um ano já havia se passado.
Era a minha vez de dizer a ela como eu me sentia.
Mas as ligações sempre caiam na caixa postal, e quando ela atendia sempre havia alguém por perto.
As mensagens também eram respondidas várias horas depois que eu a enviava, e as vezes até um dia depois.
A Hope Mc'Adams que dizia ser apaixonada por mim, já não existia mais.
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Crush: o melhor amigo do meu irmão
Short StoryHope Mc'Adams decide trilhar seu próprio caminho após 10 anos de paixão unilateral pelo melhor amigo de seu irmão mais velho. James Scott estava acostumado a ter a irmã caçula de seu melhor amigo sempre na sua cola, mas bastou ela se afastar para el...