Parte 6 - A cerejeira ainda resiste no coração dos apaixonados.

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Foram longos onze anos de espera para finalmente, naquele beijo intenso e cheio de sentimento, um sabor inevitável do amor dos dois que havia sido aprisionado durante esses onze anos de espera e de medo, e de tristeza e solidão.

Se beijaram e nadaram nos lábios um do outro, nadaram como os atletas profissionais, enquanto naquele momento nem chuva e nem nada poderia os separar, nem a falta de ar, nem o vento e nem o mar. Mergulharam fundo naquele beijo profundo, um esperado beijo de onze anos, onze longos anos.

Benedict já envolto pelo êxtase da situação leva as mãos ao rosto dela, enquanto a mesma toca no pescoço do homem que cobria todo seu corpo e á beijava. Os dois compartilhavam daquele sentimento de loucura, de prazer e de paixão. Uma louca paixão, que sempre nutriram um pelo outro. As flores, as árvores, os veados, os coelhos, as raposas, a grama e o sol daquele dia, todos sorriam.

A gravidade, grande responsável, sorriu com sua própria ação ao unir aqueles lábios que nunca deveriam ter sido separados. E foi exatamente por ela se distrair que eles se soltaram ao Benedict perceber seu cabelo caindo todo no rosto da ruiva, e essa com sua respiração ofegante não querendo se separar dele agarrou a gola de sua camisa com força.

Suas bocas agora descoladas, somente diziam uma para a outra que necessitavam daquilo de novo. Os olhos mesclavam azul e o negro intenso, nem mesmo a paisagem de Leidenchaft ao pôr do sol era mais bonita que aquilo para eles.

— Leslie. Me perdoe. Me perdoe por isso.

Suplicou ele se afastando bruscamente mas logo voltando quando ela o puxou para perto. Isso que nem mesmo a gravidade esperava e muito menos Benedict.

— Não. Não se culpe. Ambos queríamos isso com certeza, teve o teu merecido depois de tanto tempo.

O rapaz sorriu depois de entender o que a ruiva o havia dito, ambos estavam sorrindo como antes, e aquilo durou por bastante tempo. Até que a noite chegou e os dois já muito cansados de tanto correr pelos bosques, pelos campos verdes e roxos e pelos dourados de trigo, se deitaram no meio da grama ao lado da cerejeira.

— Benedict. Me responda.

— Diga. Leslie.

— Me esperastes... durante todo esse tempo? Durante todos esses anos, nessa cerejeira durante os verões e mesmo quando não vinha, me esperastes?

Era uma pergunta auto-explicativa, foi como o loiro á havia dito mais cedo, e respondeu olhando para o céu estrelado que os cobria com aquele sorriso sincero.

— Claro.

Foi uma mesma resposta que sempre dizia, direto, as palavras não eram muitas mas falavam muito e esse muito era especial, era um muito especial e verdadeiro. Verdadeiro como o eu te amo de mais cedo, verdadeiro como as brincadeiras que faziam juntos e verdadeiro como suas palavras e gestos.

Depois disso ambos se calaram, olhavam para o céu, aquele mesmo céu que havia durante todos esses anos acompanhado esses dois seres apaixonados, esses eternos amantes e essas almas gêmeas. Que cresceram juntos, que brincavam juntos, que lutaram juntos para ficarem juntos, que durante anos e anos mesmo separados estavam juntos e os corações estavam batendo na mesma percussão e no mesmo ritmo.

Como agora, seus corações batiam com o mesmo ritmo e na mesma percussão. Batiam asas e voavam juntos num céu estrelado como daquela noite.

E seus eu te amo eram mais sinceros que qualquer coisa, mais sinceros que as crianças e mais sinceros que um bom sonho de uma noite criativa. Mais sinceros que o ressoar júbilo e negro do tilintar alvoraçado das asas de borboletas. Daquela borboleta de mais cedo. Numa batida suave o vento os beijou, movimentando a franja para o lado e para o outro, os fios dançavam como cisnes no lago.

Nossa Promessa | Benedict E Leslie [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora