A promessa que fizeram um ao outro assim que se conheceram, assim que o amor nasceu, assim que ambos se apaixonaram, essa era a maior promessa de todas. Por isso o amor de Benedict e Leslie era tão grande, por isso o amor de Leslie por Benedict era tão grande. Essas crianças que cresceram juntas, que viveram juntas e que agora, naquele momento estavam trocando seus votos para compartilharem de uma vida juntas.
Aquelas mesmas crianças que com oito anos não esperavam conhecer o amor debaixo da sombra de uma cerejeira. E mesmo após isso, ainda parecia novidade.
Após o casamento, muitas coisas mudaram, como que, depois de descobrirem da gravidez de Leslie, o casal teve de se adaptar e é claro adaptar a casa á chegada da nova criança, e claramente não pararam por um não. Tiveram ao todo quatro, três meninos e uma menina. A caçulinha se chamava Cassidy, um nome estranho.
Num belo dia, sentado naquele galho ele observava o pôr do sol ao ser chamado pelo menino do meio, o segundo á nascer, Joseph. Um loirinho assim como o pai, de bochechas rosadas e uma pele pálida como a da mãe, nele o mais belo eram seus olhos da mesma cor dos negros de sua mãe.
— Papai! Me ajude com o dever de casa!
Quase em prantos, o menininho apareceu ao pé da cerejeira. Mas educar não era o melhor ponto de Benedict, esse que comia como cachorro na mão dos filhos que eram muito danados, puxaram á mãe.
O mais velho, uma cópia idêntica do pai, Bernard de sobrenome Pattersoning da mãe e Mayer do pai. Gostava das mesmas coisas que os jovens apaixonados quando mais jovens, naquele ano estava completando dez anos de idade e estava, realmente, uma cópia do pai.O mais novo dos homens, Adlet, o menino esse que era o ruivo da família. Combinava com os olhos azuis, o cabelo da mãe e os olhos do pai. Esse não parecia nada com Benedict que uma vez, Leslie o pegou chorando no canto da escada por Adlet ter dito que "Na sociedade existem pessoas que criam e aqueles que inventam. Não és nenhum dos dois papai."
Esse mais novo, estava em seus seis anos e já era dotado da inteligência do pai, era só um ano mais novo que Joseph e quatro anos mais velho que a fofinha Cassidy.
O mais velho gostava tanto da natureza e das flores e das estrelas e de tudo o que metia verde no meio quanto Benedict, gostava de ler, e ler era o que mais gostava, mesmo assim era rabugento como o avô materno, dizia Leslie. Não gostava de piadinhas sobre ele e nem de ninguém, nascido em outubro o garoto tinha exato signo de libras.
Era justo e sincero demais.A pequena de dois anos era mais uma cópia do pai, tirando pela personalidade. Era a mais apegada á mãe que os outros, isso era plausível, enquanto o pai trabalhava na clínica e os irmãos iam á escola ela ficava na floricultura com Leslie. Falava e gritava muito, até mais que os meninos na mesma idade. Podia-se dizer que entre todos os filhos do casal, ao crescer a menina seria a mais parecida com a mãe, pela personalidade fácil irritável.
O pai era besta demais para os filhos, e a mãe um osso duro de roer. Era normal.
No dia em que Leslie havia sentido as dores das contrações de sua primeira gravidez, Beendict desmaiou e só acordou ao médico mais experiente acordá-lo horas depois:
— Estás pálido rapaz. Não te preocupas com tua esposa, ela está bem. Parabéns, és pai de um menininho forte.
— Um... um... um... menino...
E olhando para Leslie que estava sentada na cama, vermelha e suada, ainda respirava ofegante pelo esforço de mais cedo.
— Leslie...
— Estou... bem. Amor. Nosso filho é... a sua cara.
E sorrindo de nervoso, ele desmaiou novamente. Talvez o impacto das informações fosse muito forte para um homem como ele. Passava mesmo depois de tantos anos ao lado da cerejeira.
— Como está ela?
— Ainda resistindo. Mas não sei até quando...
Essa foi uma das últimas vezes que a cerejeira floril na primavera com suas flores rosadas.
Os dois, seguiram a vida juntos, lutaram juntos como sempre lutavam, choraram e brigaram juntos muitas vezes, mas todos que viam aquele casal tão unido morriam de inveja e com certeza não sabiam sobre tudo o que ambos haviam passado juntos, do tanto de coisas que haviam passado juntos e ainda lutavam, e mesmo, após a morte precoçe de sua esposa, Benedict que era forte, continuou á lutar.
Ela morreu aos quarenta e seis anos, depois de vinte anos de casamento. Por causa e culpa de uma doença cruel e até o momento incurável, câncer.
— Amor... obrigada por tudo, sei que agora é chegada minha hora, e sei que... vou deixá-lo em carne, mas em espírito vou sempre estar ao seu lado. Obrigada por tudo que me fez sentir, pelo amor que senti por ti. E me desculpe por tê-lo feito esperar onze anos...
Leslie morreu nos braços de seu amado, e ele chorou, chorou muito e teve os amparos de seus filhos, de todos eles, diferente de Madelaine que não teve amparo algum. Diferente dele que não teve amparo algum durante muito tempo, agora, depois de ter passado por tanta coisa, estava com seus filhos, mesmo depois de perder a mulher que amava.
— Papai... mamãe foi para um lugar melhor, era melhor que ter continuado á sofrer aqui, era melhor que vê-la sofrer aqui.
Disse Bernard para seu pai que, mesmo após horas de ela ter ido, segurava seu pulso com força. Mãos que ainda pulsavam forte, um pulso forte, querendo não deixar sua amada Leslie.
— Ela... ela... vai para um lugar melhor.
E mesmo Cassidy que tinha doze anos na época, percebia os sentimentos de seu pai, tão fortes ainda por sua mãe.
Pois ele viveu, viveu muitos anos ainda. Muitos anos sem Leslie, e sem sua cerejeira que partira pouco antes da ruiva, mas com ela não morreu ainda a promessa que haviam feito, e de todos esses anos que passou sem ela, de todos os verões sem ela, a única coisa que tinha era a aceitação de que a menina que havia conhecido agora estava de mãos dadas com os anjos e com Madelaine.
E num dia de verão, no último dia do verão, aos noventa anos, partiu. Partiu de mãos dadas com sua amada, que o havia esperado durante anos e anos, assim como ele á havia esperado também. Partiu quieto, dormindo, debaixo de uma das filhas da cerejeira.
Partiu feliz.
E em um campo qualquer de trigo dourado, num futuro próximo, o amor ainda existia.
Duas crianças, uma menina ruiva e um menino loiro se encontram.
— Olá.
Diz ela á ele que sentado debaixo de uma cerejeira, lia seu livro de astronomia.
— Olá.
Responde á ela.
— Me chamo Lissia.
Diz a menina. E ele responde.
— Me chamo Benjamin.
E aquela seria ainda uma história de amizade e amor, como a de Leslie e Benedict.
Assim como os dois, a promessa que haviam feito não morreu, e ainda estava amarrada ao tempo uma fita, uma fita vermelha do destino, que ligou eles e que com certeza ligaria mais apaixonados destinados ao amor.
E com isso.
A promessa.
A nossa promessa.
Teve um fim.
E começo de um novo início.
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Nossa Promessa | Benedict E Leslie [FINALIZADA]
RomanceNossa Promessa: Benedict Ə Leslie CONCLUÍDA📌 ✒✒✒ Desde a infância, Leslie assim que conhecera Benedict se apaixonara por ele. Este que também se apaixonara por ela. A amizade os uniu e o amor só cresceu. Uma promessa feita, o que o tempo matou...