Capítulo 2

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Carolina

Era bom estar de volta em casa, penso enquanto analiso todo o meu quarto. Apesar de ter morado quase 4 anos em Portugal, era aqui que eu me sentia em casa. O meu quarto, apesar na decoração que não condizia com a minha idade atual, ainda me trazia o acalento que tanto precisava.

Ainda era muito difícil aceitar a morte da minha mãe. Como eu queria não ter insistido para ela sair comigo naquele dia. O acidente que sofremos foi gravíssimo, um motorista perdeu o controle do caminhão que estava e atravessou a pista atingido com tudo o lado em que minha mãe estava. Ela morreu na hora e o motorista do caminhão infelizmente também acabou falecendo dias depois do acidente. Já eu fiquei internada entre a vida morte com diversas lesões pelo corpo e um traumatismo craniano. Era um milagre eu ter saído viva daquele acidente.

O processo de recuperação foi longo. O meu único problema era com a minha perna esquerda, mas segundo os médicos eu voltaria a andar normalmente só precisaria continuar com as fisioterapias. Só o fato de eu andar já era mais do que eu merecia.

Estava pronta para dormir quando ouço uma batida na porta. Autorizo a entrada e Juliana aparece.

- Como você está? – Pergunta.

- Cansada. Eu esqueci o quanto essa família era agitada, mas foi bom rever todos. Inclusive amei ser mimada por eles. – Brinco.

- Eles costumam ser meios grudentos quando algo acontece com qualquer um de nós.

- Eu só queria ter conversado mais com Tiago, mas não consegui.

- Pelo jeito ele conseguiu o título de primo favorito em tempo recorde novamente. Fico triste pelo Igor que mais uma vez perdeu a batalha para o Tiago. Mas não te julgo, ele também é meu primo favorito. – Ela diz sorridente e retribuo.

- Deve ser o charme dele – digo e ela gargalha.

- Não só o charme. Precisamos concordar também que ele é muito bonito. Que seu pai não me ouça. – Cochicha e caímos na gargalhada.

- Agora mudando de assunto. O que a Julia está escondendo? Ela anda muito misteriosa. Vive com o celular para cima e para baixo e rindo como uma idiota. Ela está conhecendo alguém?

- Você não vai  fazer eu entregar a minha irmã.

- Não precisa entregar. Eu pergunto e você só confirma com a cabeça.

- Você é muito esperta.

- Eu sei disso.

- A única coisa que posso te contar é que ela anda conversando com um brasileiro desde lá de Portugal e ela está apaixonada e pretendendo encontrar ele.

- Isso e muito arriscado Carol, alguém precisa ir com ela nesse encontro.

- Você pode ficar tranquila quanto a isso, pois irei junto e levarei alguns amigos. Sem contar que já temos todo o histórico do homem. O dossiê já está pronto no caso de alguma coisa errada.

- Às vezes vocês me assustam.

- Estamos sempre um passo na frente. Agora não me pergunte mais nada. Se quiser arrancar mais alguma coisa pergunta diretamente a Julia. – Ela bufa frustrada.

- Está bem, não vou mais te interrogar. Só tem mais uma coisa que preciso falar com você. Tenho um amigo que é um excelente fisioterapeuta e ele te atenderá na segunda. O único problema é que o consultório dele é no centro do Rio, mas pode ficar tranquila que irei te levar em todas as sessões.

- Obrigada por sempre se preocupar tanto comigo e com minha irmã. Nunca conseguirei agradecer o suficiente tudo o que você tem feito por nós ao longo desses anos. – Digo com sinceridade e vejo ela se emocionar.

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