Eu me sinto mudando constantemente. É como se uma nova pessoa tomasse conta de mim várias vezes. Mas são todas parte de mim, versões de mim.
Elas atravessam uma espada de vidro pelo meu coração, pelas costas.
A anterior nunca saberá a hora de ir embora, somente quando sentir a espada de vidro a atravessando. E aí, o vidro se estilhaça dentro do coração, enquanto a nova eu, canta uma canção de ninar e garante que tudo vai ficar bem.
No começo eu tentei lutar. Segurei a lâmina da espada com as minhas próprias mãos, antes que ela atravessasse o meu coração. E forcei. Mas ela não quebrou.
Depois de passar dias sendo a mesma pessoa, segurando a lâmina, eu percebi que não era para ser assim.
Eu finalmente deixei que a espada de vidro me atravessasse e que outra eu, tomasse o meu lugar.
E assim tem sido.
E assim será.
Uma nova eu tomando conta, depois que a antiga eu morre.
A espada de vidro é o símbolo de um ciclo, de um renascimento. E ela atravessa meu coração. Mas eu não sinto dor.
E assim tem sido.
E assim será.