31 - A preocupação de um irmão

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SUNOO

Sabe quando algo acontece e você só quer voltar para o começo daquilo tudo e fazer as coisas diferentes. É assim que me sinto, mas não em relação ao diário e sim à ir nessa festa, se eu pudesse não teria pisado na casa de Heeseung, prefiro mil vezes ficar sem saber sobre Sunghoon do que todo esse caos em meu coração e mente.

Me sinto traído, humilhado, triste, confuso, à todo momento meus sentimentos mudam e eu sinto tontura e dor de cabeça, queria apagar essa parte da minha memória, ter ficado tomando um ar em outra parte do quintal gigantesco de Heeseung e não ter nunca descoberto algo assim.

Mesmo que isso fosse me doer no futuro, ainda seria melhor do que à dor de me sentir outra vez deslocado, como se ninguém nunca fosse confiar em mim cem por cento para contar sobre seus sentimentos e sobre as coisas que eles guardam para si. Achei genuinamente que éramos amigos, não interessa o que ele sinta em relação ao diário, mas eu ainda queria que ele me contasse à verdade desde o início.

É com verdades que construímos uma boa relação, agora trazendo de volta tudo que li e escrevi naquele diário, penso, será que tudo o que Sunghoon me contou, também era verdade ou só uma forma de fazer os outros de idiotas.

Sorriso foi e vai ser uma parte importante da minha vida mesmo que não sejamos mais amigos daqui para o futuro. Mesmo que as coisas com Sunghoon não se acertem, ainda vou guardar sorriso no meu coração, da forma mais linda e sincera que eu conseguir.

Barulhos me acordaram, o sol irritou meus olhos, e mesmo me virando para o outro lado da cama, não consigo colocar minhas ideias no lugar e nem consigo acreditar nas coisas que aconteceram ontem. Meu corpo dói como se um trator tivesse passado por cima de mim, me sinto derrotado.

Enrolar na cama não me deixa com mais sono e sim irritado por conta das pessoas falando no andar de baixo. Não sei se devo levantar para tomar café ou se fico na cama, mesmo não conseguindo voltar para a terra dos sonhos e desligar minha mente, também não sinto fome e vontade de olhar para a cara dos meus pais. Tenho a breve lembrança de ter visto Doyoung e achado que ele era um ladrão.

Escuto passos na escada e fecho meus olhos, não sinto vontade de conversar agora, quero meu canto escuro, meu silêncio confortável e pensar com clareza nas coisas. Quem sabe depois disso eu consiga entender o que fazer com Sunghoon.

- Bom dia Sunoo, tá acordado? - Escuto Doyoung entrar no quarto e vir até minha cama, se deitou do meu lado fazendo carinho no meu cabelo, seu perfume continua o mesmo de quando ainda morava aqui, sinto saudades desses momentos, em que me sinto bem com ele ao meu lado.

- Não

- Ah, eu ia te chamar para tomar café

- Não quero

- Achei que você não estava acordado - Doyoung retira a coberta do meu rosto, ele continua o mesmo, senti falta até mesmo de olhar em seus olhos.

- Não estou afim de conversar

- Ok, mas quer café da manhã? Posso trazer aqui para você

- Não precisa

- De verdade? Você não parecia muito bem quando desmaiou - Doyoung se virou para olhar o teto e eu fiz o mesmo - Tem algo acontecendo com você?

- Não hyung

- Se tiver algo, me conte

- Ok

- Vou descer - Doyoung se sentou na cama - Quer que eu traga o café ou não precisa

- Não precisa, eu não estou com fome

- Você que sabe - Doyoung sempre foi cuidadoso comigo, sempre fazendo de tudo para que eu ficasse bem, mas dessa vez quero apenas o meu momento quieto.

Enchanté - EnhypenOnde histórias criam vida. Descubra agora