8 - Problemas

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SUNOO

ALERTA GATILHO: MENÇÃO A VIOLÊNCIA

Nem tudo era o que parecia e vendo a mãe de Riki descontrolada na porta de casa era uma coisa que eu nunca pensei que fosse presenciar. A verdade é que eu nem sabia como tudo tinha chegado até aquele ponto, poucas coisas faziam sentido e ter Riki tremendo nos meus braços e chorando compulsivamente me deixava ainda mais longe de toda aquela situação.

Na tarde anterior Riki se pendurou em mim até chegarmos em casa, seus olhos estavam vermelhos e ele tremia um pouco, seu andar estava diferente, ele parecia mancar enquanto subia os degraus da frente de casa. Assim que chegamos fiz ele lavar o rosto e tomar água com açúcar para se acalmar, eu não queria que ele tivesse um treco e acabasse desmaiando no sofá da sala. Demorou um pouco até que ele tivesse calmo e conseguisse formular alguma frase concreta.

- Minha mãe me bateu - Foi a primeira coisa que ele falou, o sangue pareceu sair do meu corpo por um instante. Minha mãe nunca tinha batido em mim ou em Doyoung, ela sempre nos ensinou que as coisas eram resolvidas com conversas e agressão nunca resolvia nada.

- Como assim?

- Eu cheguei em casa na sexta depois da escola e ela ficou gritando comigo, ainda por conta das notas, eu fui pro meu quarto para ficar quieto, brigar com ela não ia adiantar

Riki apertava com força a almofada do sofá e seu olhar era longe e eu conseguia ver as lágrimas novamente caindo em montes.

- Ela ficou ainda mais irritada porque eu não dei trela, então ela quebrou a porta e disse que até eu aprender a usar meu cérebro para os estudos eu não teria privacidade alguma. Eu continuei sem falar nada, o meu pai logo chegaria do serviço e ela ia parar, mas ela não parou

Eu virei Riki para mim, tirei a almofada das suas mãos e apertei elas. Queria que de alguma forma ele soubesse que eu estaria ali para ele.

- E então?

- Ela pegou minhas roupas jogou numa mochila e me mandou para casa do meu irmão. Eu não queria ir então ela foi me puxando e me empurrando pela escada. Eu nunca tinha visto ela daquele jeito, e eu comecei a chorar. Ela só parou de gritar quando eu estava fora de casa, ela me jogou no chão e disse que eu tinha uma semana para melhorar e assim ela me aceitaria de volta em casa

- Mas ela não pode fazer isso, e seu pai o que ele falou?

- Ele não chegou então eu fui para casa do Yuta, meu irmão disse que me ajudaria com tudo. Eu até pedi para cancelar a nossa saída no sábado com a Yuna mas voltei atrás porque eu queria conhecer quem era o amigo dela e queria me divertir. Foi muito bom passar o dia com vocês.

As lágrimas de Riki tinham parado de descer mas seu olhos ainda continuavam cheios de água. Mesmo sendo maior do que eu naquele momento parecia menor, ele não merecia passar por nada disso.

- Aconteceu mais alguma coisa?

- No domingo depois que eu saí daqui e fui para a casa do Yuta ela apareceu lá, quebrou algumas coisas do meu irmão e algumas coisas minhas que eu tinha deixado lá e me deu tapas no rosto e me jogou contra a parede. Meu irmão chamou a polícia e ela foi detida por um tempo, mas hoje foi solta pela manhã e eu fiquei com medo dela aparecer na escola na hora da saída por isso pedi que você me trouxesse para cá.

Enchanté - EnhypenOnde histórias criam vida. Descubra agora