S01E10

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❤️💚 ❥❭❭ No capítulo anterior: S01E09 💚❤️

— O Putt será levado a um abrigo infantil enquanto o processo de destituição de poder família acontece. Para adotá-lo, vocês terão que, previamente, ter seu cadastro na fila de adoção. Para isso, primeiramente, precisam comparecer à Vara de Infância e Juventude do município. Após esse passo, precisam fazer uma petição de inscrição para adoção. Em seguida, é necessário que façam o curso de preparação psicossocial e jurídica, pois precisam da sentença do juiz sobre a adoção que só sairá de acordo com o resultado que obtiverem no curso. E só então, chegarão à fase de escolher uma criança ou adolescente com o perfil desejado para que possam visitá-la e construírem laços. Se tudo for bem, poderão ser concedidos a guarda provisória do menor para, posteriormente, conquistarem a guarda definitiva.
— E quanto tempo isso tudo leva mesmo?
— Cerca de cento e vinte dias.
— Muito obrigado, Doutor Thongkham!
— Vão para casa e descansem agora.
— Queremos ficar com o Putt até que ele seja levado.
— É aquele rapazinho ali?
— NÃO, NÃO, NÃO, NÃO... PUTT NÃO QUER IR! VÃO LEVAR PUTT DE VOLTA PRO PAPAI. PAPAI, NÃO! PUTT NÃO QUER PAPAI! PUTT QUER TIO PRAN E PAT!
— PUTT!
— TIO PRAN! ELES QUEREM ME LEVAR PRO PAPAI. PUTT NÃO QUER IR PRO PAPAI. PAPAI MAU. PUTT QUER FICAR COM TIO PRAN E PAT!
— Ele acha que vamos levá-lo ao pai e não acredita que não é o que vai acontecer.
— Ei, parceiro! Não se preocupe. Você não vai voltar pro seu papai.
— Não?
— Não! Você vai ficar de férias!
— Tio Pran e Pat vão também?
— Não podemos, porque é um acampamento de férias só pra crianças!
— Tio Pran e Pat adultos, né?
— Sim!
— Mas, a gente vai te visitar sempre que der!
— Férias demora?
— Um pouquinho.
— E até lá, o Tio Pran e o Tio Pat precisam que você vá com as Tias e se comporte. Está bem? Promete ser um bom menino?
— Se você não for um bom menino, a gente não vai poder ir ver você.
— Não! Putt promete! Promete! Putt promete!
— Então junta o seu mindinho com o meu e o do Tio Pran!
— Isso se chama promessa de mindinho.
— É, e não pode ser quebrada nunca no mundo!
— Mas e se Putt não quiser mais ser bom menino?
— Ô, meu amor! Você prometeu que vai ser um bom menino! Não pode mais voltar atrás!
— E a gente tem um combinado, não tem? Se você for um bom menino, se comportar, obedecer as tias e tudo mais, a gente vai sempre poder te visitar! Se você fizer malcriação, a gente não vai poder te ver.
— Não vai ver o Putt?
— Se o Putt for um menino mau, não.
— Não! Putt vai ser menino bom! Não vai ser mau! Mau papai! Papai mau! Putt não vai fazer igual ao papai! Putt desculpa! Putt bom!
— Putt vai ter que ir com elas, né?
— Sim!
— Tá bem.
— Bom menino!
— Podemos te abraçar?
— Hm... Pode.
— Vamos conseguir adotá-lo, não vamos?
— Temos horário marcado lá!
— E que lugar é esse?
— Marquei consultas para nós dois em uma clínica que faz os exames necessários para que o atestado dos nossos testes de saúde física e mental sejam emitidos, já que é um documento necessário para a adoção.
— Pronto! Agora, precisamos aguardar a aprovação!
— Muito obrigado, Doutor!
— Fiquem tranquilos. Farei de tudo pelo futuro do Putt. Acompanho o caso dele já há algum tempo e torço para o melhor daquele menino. Apenas os peço para que não façam com que eu me arrependa de pôr fé em vocês. O Putt já sofreu demais nessa vida e ele merece um lar digno com pais que o respeitem e o acolham.
— Nós garantimos ao senhor que ele terá tudo isso e mais, caso consigamos adotá-lo.
— Aquele menino precisa de pais bons.
— Acho que devemos adaptar essa casa.
— O que quer dizer?
— Para o Putt. Precisamos ter brinquedos pra ele se divertir, brinquedos que o estimulem, ajustes de segurança nas tomadas e quinas de mesas e bancadas... essas coisas.
— Descobri um curso que ensina a lidar com crianças atípicas.
— Que ótimo, Amor! Inscreve a gente!
— Já fiz isso!
— Vamos ser os melhores pais do mundo e quem discordar terá de se ver comigo!
— Eu... entendo você não gostar do Ming. Entendo mesmo. Mas, de verdade, não sei o que fiz para que não goste de mim. Então, peço desculpas por qualquer coisa que eu tenha feito ou venha fazendo a você e prometo que essa foi a última vez que tentei algum tipo de contato com você, Dissaya.
— Yui. Não é pessoal. É sobre o seu marido e o que ele fez comigo que não consigo superar. Nunca conversamos sobre o ocorrido e eu tenho tanto para falar pra ele. Mas, naquela época, apenas queria ouvir da boca dele o motivo e como ele foi capaz de fazer aquilo.
— Eu não posso dizer que sei o que está passando, mas consigo imaginar o que sente. Mas, olha só, não estamos em lados opostos. Estamos com nossos meninos. Não precisamos ser inimigas.
— Tem razão.
— Do Ming, sim. Do Ming até eu sou inimiga às vezes! Quero que saiba que nessa briga de vocês dois, eu sempre fui a seu favor. Só nunca quis ir contra o meu marido. Mas já chegamos a uma fase que não precisamos mais concordar com tudo, e sinceramente, aquela cabeça dura dele dificilmente vai mudar.
— Obrigada. É muito bom ouvir isso! E me desculpe por ser sempre tão ríspida com você. Amigas?
— Quer ser minha amiga?
— Quem melhor do que a mãe do meu genro pra me fazer companhia e babar pelos nossos meninos enquanto compramos presentes e mimos aos dois e aos nossos novos netinhos?
— Amigas!
— Decidimos adotar um filho!
— Dissaya, vamos ser vovós de novo mas de humano dessa vez!
— Ontem mesmo pegamos o nosso certificado de união estável e saúde mental e física. Levamos ao nosso advogado e ele fez a petição para gente. Agora precisamos fazer o curso de preparação psicossocial e jurídica e dar continuidade ao processo.
— É esse o curso que farão agora?
— Não. O de agora o Pran achou na internet ontem. É para aprendermos a lidar melhor com o Putt, já que é sobre técnicas para cuidar de crianças atípicas.
— Ainda há vagas?
— Acredito que sim, mãe.
— Ótimo, então vamos todos.
— Ótima ideia.
— Mas vocês nem se matricularam ainda!
— Fazemos isso lá. Ou vocês acham que vamos ter um neto lindo desses e não vamos nos preparar antes para recebê-lo da melhor forma possível? Vamos, vamos! Andem! Vamos chegar atrasados na primeira aula!

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