Ano 4 - Torneio de idiotas pt. 1

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Harry estava mais escorado em Fenri e Sirius que andando sozinho. Eles ainda conseguiram chegar a tempo da última carruagem.

- Harry! – Genna, uma menina loira e magra e um menino loiro e gordinho o olharam. – O que ele tem? – Perguntou para seu padrinho.

- Teimosia! – Disse Sirius. – Ele não deveria ter voltado, mas insistiu.

- Eu não estou doente! – Disse apesar de sentir-se exausto. 

- Vou arrasta-lo para a enfermaria depois do jantar. – Garantiu a ruiva chata.

- Depois você se acostuma, Harry Potter. – Disse a menina loira e Harry a olhou e reconheceu. Foi a menina a que também enxergava os pequenos insetos que ficava sobre a cabeça das pessoas.

- Você sabe o que ele tem, Luna? – Genna perguntou e a menina apenas continuou lendo sua revista de cabeça para baixo como se ninguém a estivesse encarando.

- Então. – Disse Harry quebrando o silêncio que se fez. – Dá pra irmos logo? – Olhou para seu cachorro. – Você não cabe aqui dentro. – Fenrir choramingou mas andou ao lado da carruagem conforme ela se afastava da vila e de seu padrinho.

- Seu cachorro está imenso. – Disse o menino loiro. – Como ele vai caber no dormitório? – Harry o olhou confuso pois nos últimos dois anos esteve em quartos separados, até lembrar que teria que voltar esse ano.

- Merda. – Olhou para fora.

- Cachorro da lua gostam de correr a noite, ele deveria ficar na floresta. – Disse a menina loira novamente.

Harry ergueu um sobrancelha. – Por que parece que Disse algo que eu deveria saber mas não sei?

- Você não sabe o que é um cachorro da lua? – Questionou Genna. – Como você tem um cachorro de quase dois metros e não sabe a espécie dele?

Harry deu de ombros. – Achei que fosse a ração. – Disse mesmo sabendo que sua resposta era bem idiota. Todos reviraram os olhos.

- Pelo menos ninguém mais vai te atacar na escola. – Disse o garoto loiro.

- E um ponto. – Harry se recostou na carruagem e sentiu seus olhos fecharem. Exaustão cobria seu corpo.

Cedo demais a ruiva o acordou. – Consegue andar? – Harry acenou e se levantou tropeçando em seus pés.

Descer da carruagem foi difícil, mais difícil ainda era a caminhada até o castelo. Fenrir ficou a seu lado na mesa enquanto Harry fez seu rito anual de ignorar a todos e desenhar antes das comidas aparecer. No entanto esse ano foi diferente.

Querendo ir para sua cama,  solicitou a senha a um prefeito informou que o diretor ordenou que todos permanecessem em seus lugares para um pronunciamento que seria feito.

- Você não vai pra cama! – Brigou a ruiva irritante e Harry bufou.

Continuou a comer a sobremesa que estava ali. Quando a comida foi retirada, pegou seu caderno e voltou a desenhar novamente ignorando qualquer informação que o velho tenha dado.

- Vamos! – ordenou a ruiva.

- Aonde vocês vão? – Questionou o irmão dela.

A garota bufou e o ajudou a guardar as coisas, antes de o ignorar.  – Hey!
Ambos o saíram em silencio e Harry quase aplaudiu a menina por ignorar o irmão. Chegando na enfermaria, Harry desabou na cama que praticamente tinha seu nome, e dormir.

Harry não voltou a si até a segunda de manhã. Quando finalmente conseguiu sentir-se disposto. Levantou-se e ignorou a enfermeira que por sua vez apenas bufou quando o viu sair.

Os dias se passaram normalmente. Lembrou-se que queria participar de Quadribol, então olhou no quadro de avisos da sala comunal e viu que não teria quadribol esse ano, dando de ombros, foi para sua aula preferida.
Diferente do ano anterior, as aulas desse ano eram dedicadas a esculturas. A professora primeiro os estimulou a fazer em massinha de modelar infantil, mas no meado de outubro eles começaram a usar argila.

E então teve defesa. O professor era um esquisito, maluco paranoico. Harry tinha certeza que esse homem iria tentar mata-lo até o final do ano. Principalmente depois da pergunta que ouviu. – Quais são as três maldições imperdoáveis?

Harry sabia quais eram, Sirius contava as histórias da guerra pra ele, mesmo quando não estava interessado. Suspirando, levantou a mão. – Perpétua ou o beijo do dementador.

O professor olhou para Harry com curiosidade. – Eu acho que não perguntei isso, Potter.

- Não, você só perguntou o traumas de algumas crianças que sobreviveram a guerra. – Disse irritado. – Você ao menos deveria estar perto de crianças?
O homem revirou os olhos. – Eu só quero preparar vocês para a vida real.

- Claro, vida real. – Bufou. – Aposto que você é amigo do diretor, certo? – Harry juntou suas coisas. – Não sou obrigado a reviver a morte dos meus pais. - Levantou-separa sair da sala e seu olhar prendeu no garoto loiro e gordinho que estava na carruagem naquele dia. – Acho que você deveria sair também. Ninguém é obrigado a passar por isso.

Harry não esperou pelo garoto, mas pouco depois que saiu da sala, percebeu que o menino havia saído também e correu atrás dele. – Harry! – Harry ergueu os olhos para o garoto.

- Obrigado por isso.

Harry revirou os olhos. – Professores não vão te comer. Por que você tem medo? – O garoto estremeceu.

– Eu só não... meus pais eles... desculpa, você não está interessado.

- Er... geralmente não, mas vamos dizer que eu esteja, o que aconteceu com eles? – Harry olhou curioso para o garoto.

- Pouco depois que seus pais foram mortos, os seguidores de você-sabe-quem atacaram meus pais e eu. Eles usaram uma das maldições... – O garoto estremeceu.

- Eles estão mortos?

- Quase como. – Eles ficaram em silêncio.

- Bem, já que temos uma aula vaga, vou ver Fenrir. Quer ir comigo? –  Harry no geral não gostava de companhia, mas o garoto parecia pálido e desesperadamente te precisava de um distração. Ele assentiu em silêncio e juntos ficaram uma boa hora jogando pedaços gigantes de madeiras, com um pouco de ajuda da magia... isso é claro até injusta os encontrar.

- Por que vocês dois está fora da sala de aula?

- Pelo mesmo motivo que você está! – Disse Harry enquanto o outro garoto parecia que iria ter um infarto. Covarde!
- Senhor Potter e Longbottom, que eu saiba ambos deveriam está em sala de aula.

- Claro, vamos assistir um homem esfregando na nossa cara como nossos pais morreram. – A mulher ia falar algo  mas franziu os lábios e suspirou. – Vou conversar com Alastor, mas vocês não podem sair de sala de aula.

- Sim, Senhora! – Disso o covarde ao seu lado.

- Se ele não for um boçal. – Comentou Harry e injusta bufou.

Quando deu a hora, ambos foram para a próxima aula em silêncio. Na verdade Harry não reparou no garoto até a próxima aula de defesa, quando o imbecil do professor continuou com o mesmo tema, só que agora queria que praticassem fugir do império, o feitiço imperdoável que controlava mentes.

Harry assistiu com tédio, um a um fazer papel de palhaço em sala de aula. Quando chegou sua vez, deitou a cabeça na mesa e ignorou o chamado cada vez mais alto do professor. Até um luz lhe atingir e uma voz lhe ordenar a se levantar e ir até o professor
A voz parecia convidativa e mesmo querendo muito fazer o que ordenam, Harry nunca foi fã de ordens estúpidas, por isso levantou-se caminhou até o professor que sorria vitorioso, sorriso esse que logo morreu quando Harry lhe deu uma joelhada entre as pernas.

- Você é novato, então não deve saber que eu tenho um advogado e nenhum medo de processar você! – Harry voltou para sua cadeira e pegou o material de desenho ignorando a todos.

Então começou. Ele sentia seu corpo, mas não podia mexe-lo. Aquilo não poderia acontecer ali, não na frente de todos. Harry viu o desenho se formando. Ele desenhava o professor a sua frente, então quando acabou suas mãos começaram a risca-lo, ao ponto de a única coisa que foi possível enxergar foi o olho de vidro estranho.

Sua mão parou ao mesmo tempo em que o professor dispensou todos. – Potter, fica!

- Harry, seu nariz está sangrando. – Disse o loiro covarde.

- Merda! – Harry juntou suas coisas.
- Aonde pensa que vai, Potter! – Gritou o professor.

- Ele está sangrando, professor! – Disse covarde. O professor caminhou até ele. E só um pouco de sangue  pode esperar.

Harry não podia. Ele viu a sala se esvaziar e seu desenho indicava que havia algo errado com aquele professor. Covarde parou ao seu lado não fazendo movimento para sair.

- Pode ir, Sr. Longbottom. – Covarde hesitou e Harry segurou sua mão. Embora não fosse de muita ajuda, Harry só precisaria correr mais do que o garoto.

- Eu não vou ficar sozinho com um professor que é amigo do diretor pedófilo! – Disse encarando o homem e sem soltar a mão de covarde.

- Eu não vou te morder, Potter. – O homem resmungou.

- E como eu vou saber? – Os olhos do homem então caíram sobre seu desenho. – Vejo o que Dumbledore disse, sobre suas habilidades especiais.

Harry iria arrebentar a cara do velho pedófilo. Como ele ousa contar! - Dumbledore e velho e caduco, não acredite em tudo o que ele fala.

O homem riu e apontou a varinha pra si Harry, piscou. – Você entende que precisa participar da aula? Vocês dois!

Covarde e ele pareciam confusos, mas assentiram antes de sair. Harry sentia-se estranho. – Vou te levar para a enfermaria. – Disse covarde. Harry o olhou confuso até perceber que seu nariz sangrava. Ele teve uma visão? Será que foi outra visão da qual não se lembrava? Ele não se lembrava de ter guardado qualquer desenho.

- Está tudo bem, depois para. – Deu de ombros. Ele perdeu alguma coisa e não sabia dizer. Uma pontada de dor de cabeça o fez parar de pensar sobre o assunto. – Vou para a próxima aula. – Saiu apressado na frente sentindo que tinha algo errado.

No final de outubro aconteceu algo estranho. As aulas terminaram mais cedo e todos foram obrigados a se dirigir ao pátio. Não sendo um amante de regras estúpidas, Harry foi para a sala de artes que era aberta para qualquer aluno e pulou o jantar. Assim, ele só descobriu que tinha visitas de duas escolas estrangeiras do dia seguinte, durante o café da manhã. Como aquilo não influenciava em absolutamente nada da sua vida, ele continuou com sua rotina de dever de casa depois das aulas e sala de Artes antes do jantar.

Foi no dia 31 que Harry se arrependeu de não prestar atenção nas coisas ao seu redor. Ele tinha um projeto de artes para ser feito, e estava um tanto atrasado devido a complexidade do que estava fazendo, por isso estava na sala de artes até depois do horário do jantar, foi quando um bando de pessoas entrou na sala olhando para ele.
– Por que não está no jantar, senhor Potter? – Injusta perguntou. Harry olhou seu relógio de bolso, que ganhou de Sirius em seu aniversário e viu a hora.
– Estava distraído.  – olhou para todas aquelas pessoas. – Por que estar me olhando assim?
– Seu nome saiu no cálice de fogo Harry. – Disse o diretor.
– E Sr. Potter para você! – Harry disse irritado.  – E o que diabos é isso?
– Como assim o que é isso? O que ele está brincando. – Gritou um homem alto estranho.
– Primeiro – Harry apontou o dedo para ele. – Você não grita comigo. E segundo, pareço estar brincando? Da pra me dizer o que está acontecendo?
– Harry você prestou atenção nos avisos que dei no início do ano? – Perguntou calmamente o diretor.
– Tenho cara de alguém que liga pra alguma coisa que você diz? – O professor suspirou.
– Harry no início do ano eu avisei que haveria um torneio com outras escolas. Esse torneio é perigoso houve mortes no passado.
– Deixa eu ver se entendi! Vocês imbecis – aqui houve exclamações de irritação. – Decidiram trazer um torneio entre escolas que pode matar algum aluno, por pura e espontânea vontade? – Harry os olhou incredulo. – Olha que você é demente eu já sabia, agora que essa demência vem com pré requisito pra ser diretor de uma escola mágica, é novidade.

- Harry, não estamos aqui para suas ofensas.

Harry revirou os olhos. – Ok, então, mestre supremo da sabedora, me diga por que você está me irritando falando sobre um torneio idiota, feito por idiotas para idiotas?

- Ele é sempre assim? – Perguntou uma mulher imensa com sotaque francês.

- Geralmente eu sou pior, madame! – Harry sorriu e a mulher o olhou feio.

- Não vamos mais enrolar diretor. – Disse u. Idiota alegre. – Conte a ele!

- Por que tenho um mal pressentimento quanto a isso?

– Seu nome saiu no cálice de fogo, que é um artefato mágico. E com isso você está inscrito no torneio.

– Hum. Não obrigado. Pode ir agora. – Harry deu as costas a eles e voltou ao seu lugar.

– Senhor Potter! – Chamou Injusta.

– Sim? – Olhou para a mulher, mas quem respondeu foi o homem que Harry estava processando no ministério pelo ataque na copa de quadribol.

– Infelizmente senhor Potter, seu nome sair do cálice significa que o senhor está ligado a um contrato mágico que o obriga a participar do torneio.

– Entendo.  – Harry puxou o ar e gritou – DOOOOBBYYYYYY. – seu elfo doméstico apareceu. – Avisa a Julia que ela tem que vir a escola o mais rápido o possível. Que o diretor está tentando me matar. – Dobby arregalou os olhos e foi imediatamente buscar Julia. – EU VOU PROCESSAR TODOS VOCÊS. EU VOU TIRAR ATÉ SUAS CALÇAS EM PROCESSOS. EU VOU.... – Sirius e Julia entraram na sala rapidamente. – Julia ele está tentando me matar! – Apontou para o diretor. – Processe ele! Processe todos eles! Processe o ministro se for necessário. 

– Harry se acalme tudo bem! – Disse Julia. – Deixa eu saber o que está acontecendo antes. – Sirius e Julia ficaram conversando enquanto Harry tentava respirar desesperadamente. Julia por fim olhou para ele. – Sinto muito Harry, você vai ter que competir. – Harry saiu correndo para seu quarto ignorando todos. Fechou as cortinas e protegeu seu espaço com tudo o que conhecia de feitiços. Pegou sua mochila e de lá retirou a pedra dos dementadores.

– Mãe eu preciso de você!

– Olá campeão. – Disse um homem que parecia com ele mais velho.

– Você não é minha mãe. – Disse ao seu pai que riu.

– Não, eu não sou. Mas sou tão útil quanto ela nesse momento.

– Cadê ela?

– Você sempre foi um menininho da mamãe, não é? – Seu pai se sentou em frente a ele com as pernas cruzadas. – Não se preocupe, ela está procurando tudo o que pode pra te ajudar. Enquanto isso eu vim te acalmar.

– Eu vou morrer?

– Eu não vou deixar. Tudo bem?

– Você não pode me impedir de ir aos Dursley. – Disse secamente. O fantasma parecia triste.

– Eu sinto muito que você tenha passado por aquilo. Em minha defesa eu deixei um testamento, mas Dumbledore o selou no ministério. Tome cuidado com ele. Dumbledore não tem escrúpulos em usar pessoas como marionetes.

– Eu sei disso. Não sou estúpido. – Seu pai riu.

– Está tarde, durma um pouco. Quando acordar nos chame novamente. – Harry assentiu e deitou na cama.

– Pai?

– Sim?

– Você me ajuda a acabar com Dumbledore? – Seu pai o olhou espantado e não respondeu.  Harry fechou os olhos com a dor de cabeça que estava começando a sentir, e a última coisa que pensou antes de dormir foi que era tudo culpa de Dumbledore, e que ele iria se vingar pura e simplesmente.

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Dividi em dois pq quero fazer uma descrição melhor do torneio entre outras coisas

Harry sem paciência Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora