Ano 4 - Primeira prova

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Quando Harry acordou no dia seguinte, sua cabeça doía horrivelmente. Ele culpava Dumbledore, mas talvez tivesse haver com seus óculos em seu rosto pressionando suas têmporas a noite toda. Ele também não largou a pedra então, depois de endireitar seus olhos, percebeu um casal de idosos estava a sua frente.
– Quem são vocês?
– Olá, querido. – Disse a mulher. – Eu sou sua avó, Doréia.
– E eu seu avô, Charlus. – Disse o homem de forma pomposa.
– Porque estão aqui?
– Infelizmente morremos pouco antes de você nascer. Queríamos conhecer nosso neto. – Disse a mulher sorrindo.
– E também te dar algumas orientações. – O homem parecia sério. – Por que não pegou seu anel de Herdeiro até agora?
– Anel de Herdeiro? – Seu avô então lhe contou uma longa e entediante história sobre sua família e responsabilidades na política e blá blá blá.
– Quando a escola acabar, eu vou embora. Não me importo com política, então poupe seu tempo.  – Seu avô o olhou estarrecido.
– Não pode estar falando sério! Todo Potter se comprometeu em aumentar a fortuna familiar e jogar politicamente.
– Então talvez devesse ter criado seu filho para não confiar cegamente em velhos caducos. Aí, quem sabe, ele estaria vivo e teria me criado com essa mentalidade. Mas esse não é o caso, não é mesmo? – Harry falou alto, mas ainda sem gritar. – Ele morreu! Escolheu um irresponsável como padrinho. Me deixou vulnerável na mão dos Dursley e desse velho maldito. Então não venha me dizer sobre família, por que eu não tenho uma, nunca tive e não pretendo ter. – Harry guardou a pedra e saiu da cama. Olhou o relógio e viu que eram meio dia e sua cabeça doía ainda mais.
Depois de tomar banho foi até a enfermaria tomar um remédio e pediu a Dobby algo para comer, já que se recusava a entrar no salão principal.
Como não haveria aulas de arte no período da tarde, Harry voltou para a sala em que estava para pegar seu projeto esquecido, mas não o achou. Procurou por todos os locais, mas de nada adiantou. Por fim desesperado, foi até o salão procurar professora Padelick, que por sinal foi a única que ele lembrava o nome.
Quando entrou no salão todos começaram a murmura e apontar para ele. Harry podia jurar que ouviu um “trapaceiro” no meio de tudo, só não entendia o porquê disso. Chegando na mesa, rapidamente encontrou a professora e quase se jogou em frente a ela.
– Meu trabalho sumiu da sala! – Disse desesperado.
– Seu dragão? – A professora arregalou os olhos. – Onde o deixou?
– Na sala extra três. 
– Quando foi isso?
– Ontem quando esse bando de idiotas invadiu a sala. – Apontou para a cadeira onde estavam os três diretores.
– Você sabe que podemos ouvi-lo, não sabe? – Perguntou secamente a mulher, obviamente francesa, que estava ao seu lado.
– Só digo a verdade, madame. – Virou-se para a professora. – Ele nunca saiu de lá!
– Eu o peguei, Harry. – Disse o diretor. – O guardei em minha sala quando você o esqueceu. 
– VOCÊ O QUE! – Gritou professora e aluno ao mesmo tempo.
– SEU IMBECIL, ARROGANTE, FILHO DA PUTA. EU VOU TE MATAR... – Harry grito e avançou em direção ao diretor surpreso, mas foi parado por alguém o puxando para fora do salão. Harry só viu que era Sirius quando o mesmo o sentou em uma cadeira o fazendo tomar água.
– Hey, querido! – Disse a professora Padelick ajoelhada em frente a ele. – Não se preocupe, vou aceita-lo mais tarde. Você terá tempo.
Harry respirou fundo, uma, duas, três... dez vezes. – Obrigada professora. Farei um tão bom quanto o último.
– Tenho certeza que sim. – A professora sorriu. – Vou disponibilizar a sala aos domingos para você e mais material. – Ela saiu da sala e só então Harry notou Julia em frente à sua cadeira.
– Podemos conversar agora sobre o que vai acontecer? – Harry acenou. – Você foi inscrito pela escola de Ilvermorny, entrei em contato com o diretor de lá explicando a situação e seu pequeno status, de teoricamente, ser aluno de lá. 
– Eu sou aluno de lá?
– Teoricamente sim, mas só como representante, você não está matriculado lá.
– Pena. – Disse secamente.
– Como aluno da quarta escola, você deverá ter um juiz representando você, como o diretor disse que não poderia estar aqui, ele deu carta branca para a escolha de alguém que te represente. Não pode ser nem eu, nem Sirius ou madame Meyer devido nossas ligações seja contratual ou parentesco.
Alguém veio a sua mente e Harry imediatamente riu, ele jamais pensou que iria cobrar o favor que o professor ridículo estava lhe devendo. – Lockhart. – Disse. – Ele está me devendo um favor.
Julia ergueu sua sobrancelha, mas acenou anotando algo. – Bem, já que passamos por isso, a primeira tarefa será algo para testar suas habilidades mágicas. 
– Eu li sobre os últimos torneios. – Disse Sirius. – Será sempre um animal perigoso. Você não precisará matá-lo, mas sim, passar por ele. Eu juntei essa informação com o fato do Ministério alugar alguns dragões que estão prestes a botar ovos. Até a data da tarefa...
– Teremos mães dragões em nidificação. Mil vezes mais perigosas.
– Exatamente.
– Mais alguma coisa?
– Estamos estudando a segunda tarefa, será o sequestro de alguma coisa, mas achamos que você deveria se concentrar no primeira.
Harry também achava. Dobby trouxe um lanche para ele que comeu sozinho pensando em tudo o que estava por vir. Ao final, foi para o escritório do diretor pegar seu projeto inútil na tentativa de copiá-lo.
Quando chegou na Gárgula olhou para ela e respirou fundo. O diretor era um filho da puta idiota, que tinha o dom de irrita-lo, por isso precisava de tempo.
– Posso passar?
– Senha.
– Algum doce idiota. – A Gárgula o olhou e Harry podia jurar que a mesma sorriu, depois disso a escada se mostrou. Harry não bateu na porta, o maldito homem não merecia respeito o suficiente para isso, e o encontrou em sua mesa assinando papéis enquanto seu lindo trabalho jazia um pouco amassado e sem as runas de cópias de movimento que se ativariam assim que fossem erguidas da mesa de anulação.
– A professora Padelick me disse muito educadamente – Fez uma careta. – Sobre o quão tolo eu fui ao retirar seu trabalho da mesa. 
– Poupe suas desculpas para quem acredita nelas. – Harry levitou seu trabalho para impedir que algo mais saísse do local e o levou dessa forma até o estúdio de artes.
No estúdio, Harry preparou a argila a deixando para hidratar enquanto estudava a sequência rúnica. As asas deveriam ter duas sequências de movimento, mas se colocasse um a outra explodia e .... Uma sombra pairou sobre ele o fazendo sair de seus pensamentos.
- Você não está colocando uma runa de anulação. Por isso não consegue faze-lo voar. – Harry levantou a cabeça e viu um garoto mais velho da casa verde que deveria ter acesso a um aparelho dentário. – A professora me mandou. – Disse a guisa de resposta. – Marcus Flint.
Harry continuou o encarando sem falar nada. Passados 4 anos nessa porcaria de escola e as pessoas ainda não entendiam que ele não gostava de falar ou de estranhos. O garoto revirou os olhos com seu silêncio. – Ela me mandou por que eu meio que sou um prodígio em Runas.
- Eu não preciso de ajuda.
- Com base no que eu estou vendo, você precisa. – Sorriu debochado. Harry o encarou por um longo tempo considerando o mandar a merda, e o menino o encarou de volta.
- O que você ganha com isso? – Por fim desistiu. Ele realmente queria ajuda com aquela porcaria.
- Estou apenas analisando a concorrência.
- Concorrência em que?
O senhor dentes sorriu. – A professora de Runas falou de você na última conferência de Runas. – Harry o olhou sem reação. – Então fiquei interessado.
- Deixa eu ver se entendi. Você quer perder seu tempo comigo por que acha que eu sou alguma espécie de concorrência.... e você não me respondeu, concorrência de quê! – Disse irritado.
Ele soltou uma risada. – Eu sou um prodígio em Runas. Peguei meu NIEN com 15 anos e pretendo terminar meu mestrado ainda esse ano. Vamos dizer que não quero perdeu meu título da pessoa mais nova a conseguir isso.
- Quanta idiotice! – Revirou os olhos. – Então você quer – Harry faz aspas com a mão. – Me ajudar pra me impedir de tirar seu título idiota. Você percebe o quão idiota é essa situação? Quer dizer, se quer me impedir de algo, por que diabos eu deixaria você me “ajudar".
O idiota riu novamente. – Eu não quero te impedir de absolutamente nada. Na verdade, adoraria ver alguém quebrar meus Record.
- Você vai começar a fazer sentindo em algum momento nessa vida? – Perguntou irritado para alegria do garoto que riu novamente.
- Oh, querido! Sua falta de conhecimento sobre sua própria vida me surpreende. Eu diria que chega a ser uma forma de suicídio...
Harry então jogou sua caneta no garoto. – Ou fala logo ou vai embora. Esta me irritando. – O garoto revirou os olho e suspirou.
- Eu preciso que você se torne um participante da guilda de Runas. Mesmo que não se torne um mestre. E a forma mais segura de me livrar do meu avô e de quebra Voldemort. – Disse e depois estremeceu. Harry então revirou os olhos. Óbvio que o interesse do garoto era algo maior do que uma simples competição da qual Harry não estava interessado.

- Você continua não fazendo sentido algum. Entendi que você quer me usar de alguma forma, como ou o por que disso ainda me irrita.

- Você realmente deveria conhecer as famílias que apoiaram o lorde das trevas... minha família foi uma. – Harry ergueu uma sobrancelha. – Meu pai e avô eram seguidores dele, Potter. Desde o seu primeiro ano, tem havido um boatos de que o lorde das trevas estava voltando. Esse boato ficou tão forte que alguns dos antigos comensais da morte resolveram fazer um ataque na copa do mundo. Eles estão se unindo novamente, e está cada vez mais perigoso para todos.
- E o que isso tem a ver comigo sendo um prodígio em runas e você?
- Na guilda de Runas, quando você entra, está sobre o juramento deles de nunca atacar outro participante. Por isso poucas pessoas se juntam a ela. Eu preciso – Deu bastante foco na palavra. - Que você se junte, assim eu poderei fazer um juramento de nunca atacar você.

Harry o olhou em silêncio analisando as informações recebidas. – Você não precisa me atacar diretamente. Você pode se juntar ao imbecil perseguidor e nunca teremos um confronto.

- E por isso que estou aqui, Potter. A guilda é apenas uma das formas que posso jurar não te atacar, mas posso pedir a você santuário se as coisas ficarem ruim.

- Deixa eu adivinhar, como um participante da guilda sou obrigado a acatar.

- Sim.

- E por que eu faria isso? – O garoto suspirou.

- Sinceramente, eu não sei. – Disse cocando a cabeça em frustração. - Eu só preciso de uma chance de fugir do meu avô antes que ele me mate. E você é a pessoas mais segura para isso.  – Harry olhou o garoto lembrando-se de sua própria situação. Ele fugia pra biblioteca para se refugiar dos Dursley. Encontrou a segurança no silêncio e na subserviência, não lutar era mais fácil, contudo, quando ele descobriu sua magia, diversos planos e formas de viver passaram... Harry entendia o garoto, mas entender não significa se importar.

- Vamos supor que eu te ajude... – Ele o olhou com esperança. – Isso é só uma suposição. – Ele acenou sorrindo. -  Que tipos de problemas eu estaria me metendo?

- Nenhum. – Disse rapidamente. – Pelo menos não mais do que você já está sendo você.

- E que problemas você estaria se metendo? – Harry não era um tolo. Sabia que se seu envolvimento estivesse na boca de todos, o garoto atrairia os inimigos de Harry para si. Não que ele se importasse muito, mas não queria ser responsável por ninguém.

- Eu sei me cuidar. – Disse com bravura ou estupidez. Harry apostaria no último.

- Idiota. – O garoto ergueu as sobrancelhas e riu. – Agora, o que quis dizer com runa de anulação?

- Você quer que um objeto inanimado voe, por mais que você faça uma asa com a melhor aerodinâmica, não vai conseguir fazê-lo depender da asa, vai precisar de uma runa de vento.

- Que explode com as runas de movimento.

- Ela explode por que você faz uma se movimentar e ao mesmo tempo voar. Você precisar anular um movimento e então começar outro...

Harry ficou horas analisando todos os seus arquivos e verificou seus erros. O garoto que precisava de um dentista urgente era bem inteligente e o fez olhar de formas diferentes para seu trabalho.

- A parte da argila é com você. Sou incapaz de desenhar até bonecos de palitinhos. – Ele se levantou. – Eu vou deixar você fazer seu trabalho. – Começou a sair da sala, .as antes de alcançar a porta, chamou Harry. – Por enquanto, seria melhor manter nosso pequeno acordo em silêncio.

- Pra quem eu iria contar? – O garoto encarou Harry e riu concordando antes de sair.

Os dias se passaram rápido. Quase ninguém viu Harry fora das aulas, a professora Padelick o ajudava com alguns detalhes mais difíceis e o Dentuço com as runas. Harry começou a entender por que o garoto era chamado de prodígio, ele entendia a runa não apenas como sequências que fariam coisas quando ativada, não, o dentuço entendia de runas quase como uma poesia e foi assim que Harry entendeu que não era tão bom quanto ele.

Outra pessoa que Harry recebeu visitas foi sua advogada e Lockhart. O idiota disse que Harry precisava de ajuda com a mídia, principalmente por que no dia seguinte a saída do seu nome no cálice, uma série de reportagens o chamando de mentiroso, saiu quase diariamente.

Uma semana antes da primeira à prova, ele estava na aula de poções, quando um aluno qualquer entrou na sala para chamar Harry. Na verdade, Harry só percebeu aquilo por que o professor que odiava suas entranhas o mandou pegar sua mochila e ir acompanhar o menino.
– Por que eu iria antes de terminar minha poção?
– São ordens do diretor. – Disse o garoto.
– Eu não sei se você sabe, mas teoricamente, ele não é meu diretor. E considerando o fato de que ele está tentando me matar, eu me nego a seguir qualquer ordem idiota dele. – Harry disse isso tudo sem retirar os olhos de sua poção. – Faltam dez minutos, eles que aguardem. – O professor não insistiu e Harry podia jurar que viu um sorriso de satisfação em seu rosto. 
Depois de terminar sua poção, colocar em uma garrafa de vidro, limpar cuidadosamente sua bancada, depois ter certeza que cada um de seus materiais estavam bem colocados em sua mochila, Harry saiu e deu de cara com o professor idiota.
– Você tem talento para irritar a todos, meu jovem. – Disse o escritor mentiroso.
– É um dom. – Deu de ombros e Lockhart sorriu.
– Agora meu querido, estaremos em uma cerimônia de verificação de varinhas. – Disse o guiando pelos corredores. – Mas essa parte não é a importante, o importante é que teremos uma entrevista particular com a encantadora senhorita Skeeter.
– Eu não vou dar entrevista.
– Você vai, se quiser o apoio público contra o diretor Dumbledore. – Disse calmamente e Harry pode perceber que o homem não era tão idiota quanto se parecia. – Agora, o público não quer saber a verdade, eles querem saber o que se passa em seu coração, e o quanto o Diretor Dumbledore não o deixa lamentar a morte de seus pais, o quanto ele tenta usar sua imagem para continuar sendo um herói... acho que me entendeu.
– Alguém vai acreditar nessa porcaria?
Lockhart sorriu. – Com toda a certeza vai. Seja inteligente Harry, você ganha a mídia com um sorriso não com uma maldição. 
– Foi assim que você conseguiu sua fama? Por que ainda te acho bem idiota.
O homem bufou. – Posso não ser o melhor mágico, mas a fama não vem do poder bruto, vêm da capacidade de utilizar aquilo que você tem disponível. Que no meu caso, é o meu sorriso deslumbrante. – O homem fez uma pose ridícula quando pararam em frente a uma porta. – Agora, sorria pra mim.
– Por que? – Perguntou franzindo a testa.
– Por que vai ser seu sorriso que vai conquistar a todos. – Harry sorriu, mas tinha certeza que parecia um maníaco.  A cara de Lockhart também foi uma dica.
– Não está bom, façamos o seguinte, tente algo mais sutil, só um levantar de bochechas. – Harry o fez, levantando o canto de seus lábios. – Isso sim. Parece natural. Vamos com a história trágica. – Disse e abriu as portas.  – Aqui está, o último campeão! – anunciou empolgado.
– Está atrasado meu garoto. – Disse o pedófilo.
– Eu não sou seu garoto, seu velho caduco! – Harry disse e viu uma mulher com uma roupa horrorosa escrevendo alguma coisa. – E sem falar que, diferente de você, eu me importo com a minha educação. Não vou comprometer minha ótima média por esse campeonato feito por incompetentes.
– Podemos nos adiantar, senhor Potter? – Um velho falou mais adiante.
– Claro. – Harry entrou sua varinha a ele que franziu a testa. – Sua varinha parece quase sem uso senhor Potter. Não é de seu agrado?
– Faço magia melhor sem ele. Então só uso quando os professores nos obrigam.
– Magia sem varinha! – A mulher de verde perguntou quase aos berros.
– Sim, o que tem?
– É uma habilidade rara, senhor Potter. – Disse o velho. – Poderia demonstrar algo. – Harry deu de ombros e lançou um incêndio na lareira apontando seu dedo. Depois jogou água na mesma. – Impressionante. – Disse batendo palmas. – Agora, sua varinha está mais do que apta para a sua utilização. 
Harry assentiu e deixou-se levar por Lockhart para sua entrevista particular.
- Ah, Harry! – Disse a mulher quase esfregando os peitos na cara de Harry. - Posso te chamar chamar, não posso.
- Na... – Sua boca foi tampada pelo idiota. Harry então lambeu a mão dele que o olhou com desgosto. – Pode. – Disse entredentes.  Então o que quer saber?

- O que você acha que seus pais estariam pensando sobre sua entrada imprudente nesse torneio?
- Como vou saber! Eles estão mortos. Mortos não tem sentimentos. – Disse revirando os olhos.

- Senti falta deles? – Ela perguntou o olhando como uma pessoa sedenta e Harry fosse um copo de água.

- Não. Pra mim meus pais são apenas dois estranhos. Se não fosse meu padrinho eu nem saberia como eles são.

- Oh! O diretor Dumbledore não...

- Eu odeio Dumbledore. – Disse falando o nome correto do pedófilo. Lockhart sacudiu a cabeça aprovando sua próxima história.

- Você odeia o ícone da  Luz? – Lockhart se mexeu desconfortável e Harry percebeu que precisaria tomar cuidado com suas próximas palavras.

- Dumbledore é um mentiroso. – A mulher sorriu maldosamente o fazendo perceber exatamente o que a mulher queria. – Você sabe o que aconteceu depois daquela noite?
Como um bom garoto, e com um pouco de intervenção do idiota mor, ele fez o que foi necessário para as pessoas sentirem pena dele e mandarem uns berradores para Dumbledore. Harry passou mal de tanto rir, quando o primeiro chegou e Dumbledore só olhava furioso para ele. Pra dizer a verdade, Harry nem leu a entrevista, mas agradeceu a cada palavra dela.

Por fim, em um dia estúpido qualquer, chegou a primeira prova. Todos estavam hiper nervosos e Harry só desenhava tentando ignorar qualquer um. Ele foi o último a ir para a prova, e com um estalar de dedos, entrou na arena. O enorme Dragão não o viu, por isso ele se afastou o máximo possível para fazer seus truques.

Harry pegou uma pedra qualquer fez um círculo e começou a desenhar algumas runas no chão.  Quando terminou, jogou magia na mesma e seu projeto de artes apareceu. O pequeno dragão de cerâmica pesava cerca de 500 kg e era idêntico ao verdadeiro. Harry o encantou para ir até o dragão real, na tentativa de distrai-lo.  Quando o dragão mãe viu o pequeno filhote, imediatamente o puxou para perto e o lambeu.

Enquanto isso Harry convocou um disco metálico que deixou com Sirius, que estava no estádio, enquanto tirava sua blusa mostrando sua pele coberta de símbolos rúnicos. O disco chegou até ele, Harry subiu em cima do mesmo, ativou as runas tanto do disco, quanto de seu próprio corpo.

O disco subia cerca de dez centímetros no ar, e com algumas manobras, Harry o fez andar até o ninho. As runas de seu corpo tinham dois efeitos. O primeiro disfarçava seu cheiro, o segundo o deixava transparente, mas não necessariamente invisível. 

Assim, Harry conseguiu rapidamente pegar o ovo falso. Desativou as runas assim que saiu da arena e desfez seu trabalho de artes que se quebrou com o peso imposto pelo dragão que rugiu irritado. Aquilo não era problema dele mais. Ao sair da arena, Harry voltou para a sala de arte, ele tinha um projeto para refazer.
Algum tempo depois, com algumas partes já refeitas, algumas pessoas entraram na sala de artes.
– Não precisa refazer Sr. Potter. – Disse a professora Padelick. Harry a olhou triste.
– Ele foi quebrado. – Murmurou. – Isso é tudo culpa do diretor estúpido. 

– Eu sei querido, mas seu projeto foi fantástico. – A mulher piscou. – Agora, eu e o professor Vector queremos te apresentar a uma pessoa. – Ela apontou para um Homem que parecia ter cerca de cinquenta anos, longos cabelos escuros e olhos azuis. Ele também era bem alto, atrás dele, Dentuço sorria.

– Senhor Potter, meu nome é August Hugh. Gostaria de lhe fazer umas perguntas, se não se importar. – Harry deu de ombros. – Muito bem. – O homem lhe fez um monte de perguntas sobre runas, perguntou sobre as que utilizou no torneio, por que teve aquela ideia. Também deu situações hipotéticas e o mandou resolver com runas. Harry já estava ficando cansado da quantidade de perguntas quando o homem sorriu. – Muito bem Sr. Potter.  – O homem anotou algo em uma folha e lhe entregou. Harry olhou para aquilo e franziu a testa. 

– Por que aqui diz que já tenho o NIEM’s em Runas?

– Sou o examinador de Runas. Sua professora e  Flint me falaram de seu talento, e vim esperando lhe aprovar para os NOM’s, mas seu talento é maior do que o esperado. – O homem se levantou e despediu.

– Por que fez isso? – Perguntou ao professor Vector que estava no canto da sala.

– Pra você não perder tempo com algo que já sabe. – Deu de ombros. – E você estava ficando entediado nas minhas aulas. – Harry piscou.

– Tá bom. – Os professores saíram, entendendo sua necessidade de ficar sozinho.

- Você já pode entrar na Guilda. – Dentuço disse assustando Harry que não o tinha visto.

- Acho que posso.

- Você vai? – Harry o olhou e viu que o mesmo parecia nervoso. – Você não é obrigado.

- Você tem razão, eu não sou e nem estou interessado. – O menino acenou com a cabeça. -  Eu não vou te negar santuário se precisar. – Dentuço elevou a cabeça tão rápido que provavelmente ficou tonto.

- Por que faria isso?

Harry revirou os olhos. – Por que eu não sou um monstro. Além do mais, sou menor de idade, quem vai te dar abrigo, será Sirius de qualquer forma. – Deu de ombros. – Só não se envolva em uma briga estúpida fique achando que eu vou te resgatar. – O garoto sorriu.

A porta se abriu em um estrondo sua perseguidora que já não era tão obcecada entrou e apontou a sua varinha para Dentuço. – Está tudo bem, Harry? – Questionou sem retirar os olhos de Dentuço que riu e sentou no sofá que tinha ali.

Harry revirou os olhos e começou a pegar o material de desenho. – O que quer?

- Vim te falar da sua pontuação. – Disse baixando sua varinha. – Por que diabos você está trancado com um sonserino.
- Não lembrava que precisava te dar satisfação. – Dentuço riu e a perseguidora revirou os olhos.

- Você está em primeiro lugar. – Disse e sentou-se na cadeira.

- Grandes merdas.

- Você já soube quem colocou seu nome na taça? – Perguntou dentuço.

- Não. – Deu de ombros. – Pelo histórico, provavelmente foi o maluco de defesa.

- Professor Moody? – questionou a garota. - Por que acha isso?

Harry deu de ombros. – Intuição. -  Sirius, Idiota Mor e Julia entraram na sala.
– Você está primeiro lugar.  – Aplaudiu Lockhart.
– Grandes merdas. – Resmungou.
– Agora a segunda tarefa Harry. – Disse Sirius colocando sua blusa em seus ombros e então olhou ao redor. – Por que ele está aqui? – Questionou olhando para Dentuço que a esta altura estava deitado confortavelmente com uma revista de desenho que estava largada ao redor.

- Ele pediu santuário e eu aceitei. – Disse Harry dando de ombros. – Aliais, não tem como ele ficar na pensão, então teríamos que ficar com você.

- O que! Harry, você...!

- Você ia falar sobre a segunda prova.

- Harry! – Sirius o olhou sem saber o que fazer.

- Depois resolvemos isso. – Disse Julia.  -  O ovo dará pista. Pelos nossos estudos, diziam do sequestro de algo valioso seu e você terá uma hora para buscar.

– Eu não posso estar aqui pra te ajudar por ser um juiz. – Disse Lockhart. – Mas tenho um recado. O próximo evento relacionado ao torneio será um baile de gala no Yule. 

– Baile?

– Sim. Você terá que dançar. – Harry olhou seriamente para o idiota e depois para Julia.

– Me diz que isso não é obrigatório? – Perguntou desesperado.

– Infelizmente é. – Harry começou a ofegar. Parecia que todo o ar do mundo tinha sumido e ele não conseguia respirar e então tudo ficou escuro.

Quando acordou, estava na enfermaria com dentuço, Julia, Sirius ao seu lado. – Processa o diretor.

– Nenhum processo haver com esse torneio irá acontecer antes do final dele. Sinto muito

– Então contrata um assassino de aluguel.

– Harry é só um baile. – Disse Sirius. – Vai ser divertido.

– Eu odeio que me toquem Sirius! Como se dança com alguém, quando não consegue nem tocar na pessoa?

– Não exagere Harry.  – Harry olhou para Sirius com raiva.

– Vai embora.

– O que...

– VAI EMBORA! – gritou e começou a jogar seu travesseiro em Sirius. Infelizmente ele tinha apenas um. Sirius saiu da enfermaria rapidamente o deixando.

– Você sabe? Gritar não vai adiantar.

– Ele nunca me pediu desculpa. – Harry disse. – Ele me abandonou e nunca me pediu desculpas.  Ele nunca perguntou sobre mim, e por que eu fugi dos meus tios assim que conseguiu. Sirius nunca vai crescer, e infelizmente sou eu que fico com todas as consequências da estupidez dele.

– Eu entendo. – Júlia disse. – Mas ficar com raiva dele agora não vai adiantar. Você vai precisar convidar uma menina pra ir no baile. Posso te ajudar. Tenho algumas amigas que tem filhas na escola.

– Não precisa. – Harry negou. – Eu não posso te pedir pra fazer tudo por mim.

– Tudo bem, mas no final de semana vamos comprar uma roupa pra você. Talvez possamos entrar no seu cofre e conseguir alguma joia Potter.

– Tudo bem.

- Sabe, não precisa ser uma menina. – Disse Dentuço. – Eu posso ir com você.

- Eu não sou gay.

- Ninguém disse que era.

- Você é gay? – Questionou o olhando e Dentuço revirou os olhos. – Você ainda é muito jovem pra termos essa discussão. Mas saiba que posso ir com você.

- Não me leve a mal, mas não quero que que pensem que eu sou gay.

O garoto revirou os olhos. – Estou um pouco decepcionado com você. Deixando de fazer algo pelo medo do que pensam de você.
Harry sentiu um incômodo. Ele tinha razão. Mas ser gay era errado. – Isso é errado. – Disse ao garoto que ergueu uma sobrancelha. – Ser gay é errado.

- Por que? – Perguntou como se estivesse interessado nos pensamentos de Harry e não no motivo em si.

- Tinha um cara na minha rua... ele era gay. E ele tinha muito interesse...

- Deixa eu adivinhar. Ele tinha muito interesse em garotinhos. 

- Os amigos deles também. – Disse estremecendo.

- Eles fizeram algo com você? – Harry negou. – Não comigo. Com o vizinho da frente. Minha tia falou que ele fez isso por que ele era gay.

Dentuço suspirou e sentou-se ao seu lado da cama. – Ele não fez aquilo por que ele era gay. Ele fez por que ele era uma pessoa ruim. A condição pra alguém ser gay é gostar do mesmo sexo. Ser gay não transforma ninguém em uma pessoa ruim nem uma pessoa boa. Você era uma criança impressionavam, não deveriam ter falado isso.
Harry ficou em silêncio. – Você é gay?

- Se eu falar quem sim, vai se afastar de mim?  – Harry podia dizer que sim, por que estava sentindo desconforto com a proximidade. Dentuço desceu da cama e se afastou de Harry.  – Eu não sou gay. – Sorriu. – Então não se preocupe.  – Harry suspirou aliviado. – Ainda assim, minha proposta está em pé.

Harry assentiu e o menino saiu da enfermaria. Agora ele só precisava de uma menina que aceitasse passar por essa tortura.

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Gente mil perdões por essa demora. Eu mudei de emprego, estou assumindo 2 turmas sendo uma um 5 ano que é considerado o pior da escola. 🥲 eu simplesmente te estou exausta.
Dividi esse capítulo mais um pouco se não iria ficar gigantesco. Eu vou terminar de escrever e postar logo. Comentem please

Harry sem paciência Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora