Descendente das Chamas - Acotar fic

🥀Capítulo - 6

🔥🍁Anala🍁🔥

Acordei lentamente e tranquila, com um pouco de dor nos pés, mas nada insuportável.

Deslizei pelo colchão e desci da cama, ainda meio sonolenta. Meu quarto estava meio escuro então caminhei até as cortinas e as abri.

Logo uma luz rosa-alaranjado adentrou o cômodo.

Amanhecer.

Fazia uns dias que eu não conseguia aprecia-lo com paciência, já que mesmo gostando, odiava levantar cedo. Minha mãe sempre me contou histórias sobre o amanhecer.

O equilíbrio entre dois opostos.

Tão iguais e tão diferentes um do outro.

O encontro do dia e da noite.

Me peguei sorrindo ao horizonte, lembranças felizes e pacíficas invadiram minha mente.

Eu acordando na cama de meus pais, com papai me aninhando em seu peito, dormindo serenamente. Mamãe abraçando nós dois...

Uma lembrança feliz.

Devia ser umas seis da manhã, a reunião seria as dez. Talvez meu pai não se importasse caso eu não comparecesse ao café da manhã.

Corri para o banheiro antes que minha madrinha aparecesse ali, como uma arara psicótica. Fiz minhas higienes e entrei na banheira com água fria.

Seria bom para acordar, mas ainda prefiro água morna.

Mergulhei a cabeça na água acalmando os músculos e os nervos, relaxando até a alma.

Fiquei ali mergulhada pelo que parecia mais do que o normal, tentei levantar a cabeça mas meu corpo não respondia meus membros pareciam pedra, a sensação que minha cabeça pesava toneladas não abandonou meu corpo.

Comecei a entrar em pânico, o ar não fazia falta, mas, a sensação de estar sendo prensada contra a água estava me matando.

Flashbacks passaram rápidos pelos meus olhos.

Todos eram com ela.

Uma memória de quando eu tinha 9 anos, e mamãe deu a ideia de irmos à feira central, não fomos com papai pois ele estava ocupado demais com reuniões. Foi a primeira vez que fui a uma feira de camponeses, e a primeira vez que os vi nos seguindo. Mamãe não tinha percebido a movimentação estranha atrás da gente, mas eu sim, eu os senti. Eles estavam ali para nos pegar.

Para me pegar.

Eu sentia que eles não eram bons, que eram caçadores. Quando chamei a atenção de mamãe e apontei discretamente em direção a eles, ela empalideceu, sua pele bronzeada perdeu o rosa dos lábios e bochechas. O brilho alegre e divertido que tinha nos olhos turquesa, foi substituído por medo.

Preocupação.

Culpa.

Me debati com meu subconsciente tentando sair da água, mas não teve pausa. Logo o flashback foi substituído por outro, uma visão diferente, estava subindo a colina, deveria ser uns quatro meses desde a morte dela, quatro meses desde que vi aqueles olhos turquesa refletindo desespero. Na memória, eu ia em direção a gruta dentro de uma caverna que ela costumava me levar.