CAPÍTULO II - Uma Cidade Abandonada

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        Estamos andando a algumas horas, o grande campo com gramado baixo lentamente foi substituído pelas planícies de areia, nosso caminho está sendo fácil e rápido, pois a nossa casa se localiza perto do deserto. O vento já começa a incomodar, pois está forte e carregado de areia, o calor estranhamente aumenta três vezes mais do que estava minutos atrás, consigo ver as ondulações do calor no ar.

        — Tirando tudo isso que vocês falaram sobre esses Chacais, é um lugar perigoso? Digo... As dunas? — pergunto para quem quiser responder enquanto caminhamos a luz do sol.

        — Existe perigo por todo o reino de Dumbria, nas dunas não é diferente — Ronan começa a me responder.

        "Ronan parece saber de mais coisas que esses dois, ainda bem que ele se ofereceu para nós acompanhar".

        — Chegamos — diz Dan parando e olhando para Ronan como se esperasse algo — pegue nossas barracas, descansaremos aqui. "Descansar? Mas ainda estamos a luz do sol".

        — Podemos continuar a viagem, ainda é dia não seria melhor descansar quando for noite? — digo apontando para o céu claro.

        — Não, este deserto é traiçoeiro Astrid e o sol não vai nos guiar, pelo contrário, ele vai nos trair e nos mostrará alucinações, acabaremos perdidos "conversa fiada". As estrelas e a lua sim nos guiarão por essas areias, se a gente parar a noite e dormir nunca mais vamos acordar, o frio vai nos congelar e morreremos, por isso precisamos descansar de dia e nos movimentar a noite "Faz tão frio a ponto de me matar se eu ficar parada?"

        — Por que não me avisou isso antes? Eu não trouxe mais roupa para me agasalhar — falo indignada.

        — Não se preocupe com isso minha linda, tenho aqui roupas quentes para todos — interrompeu Ronan retirando a bolsa das costas.

        — Minha linda?! — eu e Dan falamos ao mesmo tempo e Ronan da risada passando a mão na cabeça.

        — Aqui está as barracas — fala enquanto coloca a mão na bolsa sem fundo e retira quatro barracas "Não mude de assunto seu safado. Posha ainda não me acostumei com essa tal bolsa sem fundo".

        — Obrigado — Dan pega sua barraca e se afasta para monta-la "É, ele conseguiu mudar o assunto"

        — Quer que eu monte a sua, Astrid? — Ronan me pergunta com uma barraca na mão.

        — Eu sei me virar — pego a barraca da mão dele e me afasto "Ele acha que não consigo montar uma simples barraca?"

        — Ok, tudo bem — diz levantando a mão enquanto arranco a barraca dele — Aqui está a sua Fhenrir — o escuto falar com o guerreiro.

        "Não é possível... Não acredito que não consigo montar uma maldita barraca". Já se passou um tempo, todos conseguiram montar suas barracas menos eu, Dan já se abriga do vento carregado de areia "aquele orelhudo não liga para mim, já deve estar dormindo"

        —  Tente deixar o terreno o mais plano possível — me assusto com a voz grossa atrás de mim, me viro e vejo Fhenrir agachado — Leve em consideração o vendo, a parte mais estreita da barraca "A parte mais estreita é a frente né?", precisa estar de frente a incidência do vento, se a parte mais larga da barraca estiver contra o vento, ela servirá como uma vela de um barco e você vai sair voando junto com o vento e a barraca "Me parece divertido". Finque profundamente as estacas nas extremidades, amarre a corda de forma a envolver todas elas como se fosse um cercado, desta forma as manterá esticadas, fora que a corda se aterrará na areia dando mais sustentação para a barraca, aí é só entrar e descansar — Ele sorri após a explicação, se levanta e entra em sua barraca.

Astrid e o Rito dos caçadores - Volume I: Batismo de TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora