CAPÍTULO VII - A CIDADE DE RIVERCLIFF

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        Caminhamos um bom tempo, a areia dourada que antes voava com o vento desaparece e dá lugar a uma areia firme e avermelhada, não tem mais partículas voando ao vento e incomodando os olhos, a areia é dura e cobre até aonde os olhos podem ver. Andamos por mais uma hora até que eu consigo avistar uma cidade no horizonte.

        — É aquele o nosso destino? — pergunto para quem quiser responder.

        — Sim, aquela é a cidade de Rivercliff — Ronan responde ainda olhando em direção da cidade.

        — É um povo amistoso, adoram visitantes, uma grande cidade comerciante não muito bem localizada, mas ainda assim famosa — diz Dan — Adoram mais ainda as moedas dos visitantes — complementa Ronan — Seja elas de cobre, bronze, prata ou ouro — finaliza Fhenrir e os três sorriem “Qual é a graça? Todo mundo gosta de moedas de troca!”.

        — Vamos logo então, preciso de um lugar para me banhar e descansar — digo iniciando a caminhada.

        — E um lugar para arrumar a sua sandália também — diz Ronan dando risada enquanto me segue, estou andando descalça dês da última batalha contra os chacais, no ataque a minha perna seus dentes afiados estouraram os fios de couro que prendem a sandália a minha perna.

        Andamos por mais alguns minutos, o que antes era um borrão trêmulo no horizonte cria forma, muros altos e por incrível que pareça são feitos da mesma terra firme que o chão naquela área do deserto “Será que esses muros são eficazes? Será que aguentam um ataque inimigo?”, continuamos andando e percebo que os portões estão fechados e há dois homens com lanças a frente.

        —Rivercliff com os portões fechados? Acho que a coisa está mais séria do que imaginávamos — diz Ronan enquanto acena para os guardas.

        — Podem parando por aí — um dos guardas fala em voz alta.

        — Eu me chamo Fhenrir, fui contratado por sua senhora para uma investigação e trago notícias.

        Os dois guardas se olham e falam algo que eu não sou capaz de ouvir, olho para Dan e percebo a ponta de sua orelha se mexendo “O que será que estão falando, também queria poder ouvir”.

        — Me sigam por favor, vou escoltá-los até a pousada gregoriana — fala um dos guardas enquanto se vira e anda em direção aos portões, o outro continua nos observando enquanto passamos.

        — Pensei que eram um povo amistoso — sussurro.

        — É de se entender Astrid, devido ao momento em que estão passando — Dan responde.

        Os portões se abrem e entramos na cidade, as casa e construções são todas feitas com o mesmo material, a mesma terra firme e avermelhada, não parece existir luxo, todas as casas são pequenas e em formato triangular como as cabanas selvagens, no lugar da porta existe apenas um pano fino que impossibilita olhar para dentro, vejo estruturas de madeira nos espaçamentos entre as casas, como balcões para apoiar mercadorias, na ponta de cima das casas a terra muda sua tonalidade, umas azuis, outras amarelas e algumas outras em branco, um tecido grosso une uma casa a outra, fazendo sombra no balcão abaixo, mas estranhamente não vejo nada em cima dos balcões, é como se a cidade inteira fosse uma grande feira comercial, mas sem a mercadoria.

        Sinto os olhares preocupados e até desconfiados em nossa direção enquanto o soldado nos guia até a tal pousada gregoriana, virando um dos caminhos para direita nos deparamos com uma grande bancada, pouca variedade de alimento está em cima dela e alguns moradores pegam de forma muito educada e se afastam, voltando para suas casas ou caminhando pelas ruas enquanto se alimenta “Pelos deuses, parece que a cidade inteira está com poucas provisões”,  passamos pela bancada e logo chegamos na pousada, diferente das outras estruturas ela era maior e em formato quadrado “Já estava imaginando como seria uma pousada com aquele formato triangular, graças aos deuses não é assim”.

Astrid e o Rito dos caçadores - Volume I: Batismo de TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora