— Esse tom de azul está pela misericórdia divina...— Tiffany falou observando uma amostra de laçarote.
— Não achei tão ruim, só tá meio morto, um azul meio morto...— Seulgi disse segurando a mesma amostra, as duas estavam no processo de escolha de cores para os laços que iriam fazer parte da ornamentação do casamento de uma cliente, cliente essa que teve somente uma exigência, azul, nada de rosa ou qualquer outra cor, branco e azul.
Kang acariciava a barriga, sentindo chutes do bebê que ela carregava.
— Ele chuta muito Seul? — Hwang perguntou enquanto fazia anotações em um bloquinho rosa, seu celular, silencioso, insistia em informar os pop-ups de conversas com um certo homem, ela apenas apertava o botão lateral e continuava as anotações.
E voltando ao bebê, o moleque só faltava furar a barriga da própria mãe...
— Só não digo que é jogador de futebol pois é clichê — as duas riram, aquela gravidez estava sendo a única felicidade de Seulgi.
Ela andava bastante preocupada com as reuniões do marido, o trabalho de Lee estava sugando todas as energias do pobre homem, reuniões infindáveis, seu pai basicamente o perturbava 24 horas, era muita tensão e aquilo estava começando a escapar pro seu casamento.
Ele mal conseguia fazer todas as tarefas domésticas em casa como anteriormente, Kang teve que contratar uma doméstica, ainda sim não era suficiente.
Taeyong apenas chegava do trabalho, entrava em casa, afrouxava a gravata e ia direto ao banheiro, várias vezes Seulgi ficou observando-o da sala, o homem tomava banho com a porta entre aberta, o leve vapor saindo, barulho de água caindo, o marido não dava mais o beijo assim quando chegava em casa, isso incomodava Seulgi.
Passado algumas horas de trabalho, as mulheres conseguiram escolher os tons de azul para a decoração, qual seria a decoração, as flores, tudo já estava encaminhado.
— Agora só falta finalizar a lista de convidados, preciso conversar com Sooyoung, ela tem que decidir se vai convidar as primas.
— São primas né, se não convidar vai ficar estranho. — Seulgi falou fechando o notebook.
— As primas da mãe dela, e de terceiro grau. — Tiffany disse com um tom de voz que demonstrava cansaço, ela se levantou de sua cadeira e começou a juntar os materiais, os guardou numa grande caixa, caixa essa que era lotada de amostras de tecidos, diversas cores e tipos de texturas.
O escritório das duas ficava num prédio comercial, bem no coração de Cheongdam. O lugar era bastante vistoso e bonito, nada espalhafatoso, belíssimas pinturas, cafézinho de ótima qualidade, em resumo, um lugar simples, porém perfeito para duas mulheres trabalharem juntas em uma função que tanto amavam, mas como Seulgi estava já com 8 meses de gravidez, alguma das reuniões passaram a ser na casa dela.
— Amanhã tenho consulta, sinceramente, não vejo a hora de ver a carinha do meu filho – Kang acariciou a barriga.
— Nem parece que nos conhecemos há tanto tempo, as coisas acontecem rápido demais...— refletiu a mulher, era verdade.
Tudo estava indo rápido demais.
Nem parecia que as duas já eram amigas há... mais de 10 anos? Tiffany estudou com Seulgi durante o fundamental, logo estudaram juntas no médio, não foi tão difícil as duas estudarem juntas na faculdade.
Seulgi conhecia a amiga de cabo à rabo, esteve ao lado de cada pé na bunda, e vice versa, eram quase gêmeas siamesas.
Quase.
Apesar da amizade intensa e fiel, existiam coisas, segredos, que impediam Tiffany de ser realmente a amiga, aquela que segura a mão e está junto para o que der e vier.
— Sabe Tiff, sou muito feliz por ser sua amiga, aliás, irmã. Obrigada por sempre estar comigo, essas últimas semanas tem sido puxadas pra você e reconheço isso.
Seulgi falou enquanto segurava as mãos de Tiffany com todo o carinho, naquele segundo a Hwang sentiu um frio na barriga, um certo nervoso.
Ué?
Estranho, mas é um nervoso que muita mulher conhece bem.
Tiffany...
— Você será a madrinha do bebê, tentei esconder isso de você e fazer uma surpresa com algum tipo de presente, mas, como já estamos quase na reta final, eu e Tae achamos melhor você se programar a partir de agora!
Seulgi sorria abertamente, passava a mão na própria barriga. A Hwang só conseguiu sorrir amarelo, fingiu
— Meu... Meu Deus amiga, eu já esperava, mas nossa...— Abraçou a mulher que estava em sua frente, como Tiffany amava ser amiga de Seulgi, mas algo estava errado.
Existia um problema.
As duas se abraçaram mais vezes e se despediram, Hwang acompanhou Seul até o estacionamento, foram trocando conversa, falaram sobre o batismo e o nome da criança, também sobre os dias que ela e o padrinho iriam ter que frequentar o curso preparatório em conjunto com o casal, afinal, por incrível que pareça, Seulgi nasceu em família católica e apesar de tudo, tinha suas crenças.
— Dirija com cuidado, agora sou madrinha desse bebê, redobre a atenção okay?! — Disse num tom brincalhão.
— É claro, se dependesse do Taeyeong eu sequer sairia de casa nessa altura, mas você sabe, em casa quem manda nele sou eu.
Claro, com certeza.
Tiffany enrijeceu o corpo com a última frase, e ela não estava compreendendo, na verdade ela estava, mas não entendia o porquê de tanta intensidade.
Fora a notícia de que iria ser madrinha do filho da amiga ou fora a notícia de que quem teria essa honra seria a amante do marido da melhor amiga?
"Isso é loucura" pensou.
Tem sido uma loucura, mas o que fazer? Pra onde correr? Não tem nada, não existe rumo.
Hwang só se arrependia depois que gozava na boca do esposo de Seulgi, depois do gozo a depressão chegava com tudo, a culpa, o caralho todo.
Essa sensação miserável não havia começado à tanto tempo, apesar dos olhares já existirem, ela não sentia nada demais por Taeyeong, nunca sentiu, mas porra, quando ela viu a maneira que o homem tratava Seulgi estando grávida?
No segredo, secretamente, a inveja sempre existiu. Seulgi só estava ocupada demais com seu problema, vulgo Joohyun para perceber, Tiffany sabia.
Tiffany sempre soube o destino de Taeyong quando o mesmo falava para a esposa que não sabia para onde o pai iria leva-lo nas viagens.
Tiffany sempre soube, enquanto Seulgi se fazia de louca e não dava a mínima para o casamento.
Mas agora?
Agora as coisas estavam um tanto, diferentes.
FALA PESSOAL!
Autora aqui, de 2021 pra cá são quantos anos? Não sei fazer conta, mas enfim, voltarei a escrever essa fanfic, apesar de parecer abandonada (sendo que estava) não desistam da fic, agradeço aos comentários e curtidas, leituras, tudo! Imensamente grata com os quase 15mil de visualizações e numero de curtidas, vocês são demais. Só bora! (Comecei essa fic com uns 19/20 e vou fazer 23 esse ano, tô velha e a fic também)
Perdoem possíveis erros, é nóis.
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Shameless - Seulrene
FanfictionBae Joohyun não tinha vergonha nenhuma em ser a mulher que satisfazia verdadeiramente os desejos de Kang Seulgi sempre que o esposo da mesma viajava, afinal, havia deixado claro que sempre estaria lá para ela. //Say it louder, say it louder, yeah ...