Shameless - Seulrene

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As duas haviam chegado no restaurante há um tempo, Jisoo realmente reservou uma mesa no Jungsik, não só como fez questão de deixar claro para a acompanhante que tudo sairia por sua conta, afinal, ela era filha do chefe responsável. 

O clima era agradável, o som ambiente também ajudava e apesar de não parecer, o local estava lotado. Irene não poupou sua expressão assustada ao ver o menu e os preços ao lado de cada palavra requintada.

O garçom estava parado ao lado da mesa, esperando a jovem terminar de fazer o pedido, Bae preferiu fechar o menu e beber sua água com gás e limão.

– Para beber, nós iremos começar por um Tertre Roteboeuf, esse de 89. E para comermos, o que você prefere Joohyun?

Ela fez um malabarismo para não se engasgar com o gole d’água, arregalou os olhos e tentou ser o mais discreta possível, aquele foi o engasgo mais silencioso e engraçado que Kim havia visto, não poupou um leve sorriso.

– Creio que você não seja alérgica a nenhum desses alimentos, sim? – Indicou no menu, “Mar, Tasting Signature Menu” e não, ela não era, mas coisas que não cabem em seu bolso lhe dá certos comichões, mesmo sabendo que não gastaria dinheiro nenhum, isso não diminuía o nervosismo em vivenciar aquela situação, Bae Joohyun não frequentava esses lugares com requinte, a primeira vez é sempre difícil.

– Claro que... não, vou adorar comer o que você achar melhor! – A mais nova sorriu com a expressão da mulher a sua frente, o garçom afrouxou discretamente o nó de sua gravata ao perceber o gerente lá do outro lado do restaurante lhe lançar um olhar nada bom, afinal, estava naquela mesa há quase 3 minutos, tempo demais...

– Traga primeiramente o vinho e peça para Kyungsoo harmoniza-lo com algum acompanhamento, logo, peço um Tasting Signature Menu, o Mar. – Fechou o livreto fino e entregou para o rapaz, que terminava de anotar.

– Sim, senhorita, logo trarei seus pratos, aproveitem a noite.

O rapaz sorriu de maneira simpática e saiu quase que bruscamente pois precisava atender outra mesa, o que aparentava ser uma grande família, havia acabado de chegar.

– Ele é um ótimo garoto, honesto... Nem demonstra me conhecer a quase... três anos, eu acho engraçado quando eles fingem não me conhecer, é sempre assim.

– Chega a ser compreensível, sim? Imagina o medo de ser visto de conversa com a filha do patrão, eu faria o mesmo.

– É, qualquer subalterno temeria chegar perto da filha do patrão, principalmente quando esse é dono de um dos restaurantes mais badalados de Seoul, sexto lugar da lista dos mais bem avaliados, é, não é pouca coisa não.

– Meu pai não acharia nada demais, afinal, ele sabe a filha que tem. Mas não digo o mesmo caso ele passe por nossa mesa agora, você sabe.

– Eu sei? – Joohyun fez uma expressão engraçada ao apontar para sim mesma, logo após fingiu se esconder com as próprias mãos.

Jisoo gargalhou educadamente, seu pai sabia da sexualidade da filha, o homem demorou certo tempo para “entender” mas compreendeu e continuou lhe amando da mesma maneira.

– Esse lugar é maravilhoso, vou ficar te devendo uma.

– Não é como se fosse grande coisa, digo, é grande coisa, mas pra mim... – O tom de voz da Kim mudou um pouco, agora era mais melancólica, séria. Joohyun percebeu a mudança e suas mãos nervosas mexeram na barra de sua saia escura, muitas coisas lhe deixavam nervosa, principalmente conversas íntimas demais, ela não queria sentir como se estivesse invadindo algo.