tarde nos mato

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Izuku estava dobrando alguns lençóis e os pondo no guarda-roupa de madeira que rangia conforme o peso aumentava. Shouto o olhava com um pouco de medo e vergonha.

Ele não queria falar que estava prestes a ir embora, não queria ter que dizer adeus ao seu querido caipira, mas sabia que isso acabaria acontecendo uma hora ou outra, então estava amortecendo a queda.

Todoroki Shouto respirou fundo três vezes e não levantou da cama, ele permaneceu sentado, olhando seu namorado de verão arrumar o quarto.

— Então, anjinho — ele chamou a atenção do esverdrado, que olhou sob seu ombro com uma expressão estranha.

— Eu morri pra tu tá me chamando de anjo?

Shouto sorriu amarelo e coçou seu cabelo.

— Não, desculpe.

— Por que tu num mim ajuda a drobar as roupas? — ele perguntou distraído e o bicolor se pegou rindo daquele sotaque mais uma vez. Pensar que na próxima semana ele não veria mais aquele menino fez com que seu coração apertasse.

— Escute, eu tenho que falar um negócio contigo — Shouto tomou coragem. Midoriya deixou as roupas de lado e virou seu corpo totalmente em direção a Todoroki, que observou o pavor perpassar pelos olhos verdes de seu amado.

— O que é?

— Vou ser direto. Eu preciso ir embora no dia 30, eu conheço minha família, eles não vão me deixar retornar pra cá. Eu quero te levar comigo pra cidade — Shouto falou rapidamente, Izuku abriu seus lábios para responder, mas o bicolor o interrompeu dizendo: — Por favor, eu pago tudo. Tudo.

Izuku pareceu incerto sobre aquilo. Seus olhos brilharam de um jeito estranho e ele juntou suas mãos e cruzou seus dedos. Cada segundo de seu silêncio foi uma tortura para Todoroki Shouto, que definitivamente não sabia o que fazer se seu namorado recusasse a proposta — ele também não saberia o que fazer caso ele aceitasse.

— Ó — o esverdeado suspirou. — Eu Sou matuto. Do sítio. Eu sou filho do mato, num tenho muitos sonhos não, sabe? Tu acha que meu lugar é na cidade grande, com vocês, ricos? Tu acha que eu vou me acostumar lá? Eu sou acostumado a ficar aqui.

— Eu sei, desculpe.

— Mas é que eu gosto de tu. Gosto mesmo. Mas eu não saberia como viver lá, não. Eu nem sei ler direito! Eu vou é passar vergonha nesses lugar chique — Midoriya tentou se justificar, mas tudo o que Todoroki conseguiu sentir foi pena. Ele só queria proteger aquele cara de todo o mal do mundo. — Desculpa.

— Eu só... Não queria te perde. — Shouto respondeu e sentiu como se seu coração houvesse rachado.

Izuku se aproximou sutilmente e se agachou no frente do bicolor, que observou aquelas íris verdes que tanto amava apreciar. Ele obdrvou as sardas, os cílios grandes, o cabelo cacheado e os lábios rosadinhos de seu Izuku.

— Tu vai se esquecer de mim? Quando for?

Shouto deu um sorriso doloroso. Como ele esqueceria de Midoriya Izuku? Como ele esqueceria daquele maldito garoto?

— Não quero te esquecer.

— Pois destá que eu vou te dar os melhores dias aqui, visse? — ele deu um sorriso caloroso. — Eu gosto de tu. Não se esqueça disso quando for simbora.

— Eu amo você, seu animal — o bicolor tentou soar engraçado, mas seu peito estava rachando feito uma barragem, se ele pressionasse um pouco mais acabaria explodindo.

O que era irônico. Todoroki Shouto, o play boy pegador que não queria compromisso com ninguém e que agora estava prestes a chorar porque havia se apaixonado por um homem que não poderia ter.

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