meu lugar secreto

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Shouto desejou ter super poderes. Ele desejou fazer parte dos vingadores, do quarteto fantástico, dos jovens titãs. Ele só queria ter o super poder de sumir ou voar, pois poderia se safar daquela situação facilmente. Mas ele não tinha, então precisou criar coragem e encarar a sua Tia.

— Titia... — ele riu nervoso — Que surpresa! Você chegou cedo!

— O que diabos você pensa que está fazendo com ele?! Você quer deixar meu sobrinho afeminado feito você, seu porra?! — a mais velha levantou a voz e caminhou em direção a Izuku, que rapidamente se escondeu atrás do bicolor e não ousou responder.

— Ei! Não grite com o meu namorado! — Todoroki retrucou com um blefe e viu o sangue do rosto de sua tia se esvair, ela arregalou os olhos e cambaleou assustada para trás — É isso mesmo que você ouviu! Ele é o meu namorado! Izuku e eu estamos namorando!

— O quê?

— Por isso você não deve brigar com ele! Entendido? Você vai deixar com que ele coma conosco, ele vai dormir comigo e ficar nessa casa até que meu pai tome controle da situação. — Shouto falou enquanto projetava seu queixo para frente, numa forma de tentar parecer mais autoritário.

— Eu não acredito nessa blasfêmia. Preciso dos meus remédios — ela levou uma de suas mãos até a sua têmpora e a massageou, com pressa, saiu da sala e subiu as escadas.

— Menino do céu, o que peste foi isso? Tás doido é infeliz das costa oca?! Tu num pensa nas coisas não?! Tu tem uma cabeça tão grande e não usa — Midoriya o repreendeu baixinho e lançou um olhar irritado.

— Foi a única coisa que consegui pensar! Eu estava tentando salvar a sua pele! — Shouto sussurrou.

— Pois obrigado por nada, cachorro.

— Eu salvo sua vida e é assim que você me agradece? — o bicolor retrucou enquanto se inclinava para frente e perpassava um olhar intimidador.

Izuku revirou seus olhos e de um jeito rude agarrou o queixo do maior, ele pressionou seus lábios contra os dele em um selinho rápido e depois separou, suas bochechas estavam rubras e seus olhos verdes brilhavam.

— Obrigado, cu de peteca.

Shouto Todoroki não discutiu, até porque sua tia havia retornado a cozinha e os olhava como se eles fossem a própria reencarnação de Lúcifer. E como o "combinado", eles almoçaram juntos e tentaram parecer felizes, mesmo que uma sensação mista de ódio e perigo eminente cripitassem no ar.

Após o almoço, ninguém conversou ou se deu ao trabalho de puxar assunto. Eles ficaram ali, sentados, fitando a mesa de madeira.

— Eu preciso ir agora. — Midoriya falou enquanto levantava da cadeira, ele recolheu o prato de todos e pôs na pia — Eu volto mais tarde para te ajudar, viu dona Va...

— Não precisa. Não quero sua ajuda. — ela retrucou irritada e levantou da cadeira, caminhou até uma gaveta e pegou um maço de cigarro.

Shouto fez uma careta. Ele odiava fumantes.

— Midoriya, aonde você está indo? — o meio a meio olhou de relance para o esverdeado que limpava suas mãos e seu rosto.

— Eu? Eu vou ali, quer vir? — o sardento questionou.

— Quero. — Shoto levantou da cadeira — Tia, volto mais tarde, okay?

A mais velha deu de ombros e soltou a fumaça do cigarro. Todoroki suspirou e foi até a pia, ele limpou suas mãos e seguiu Izuku até o quintal da casa, que era enfeitado com várias galinhas, pés de árvore de diversos tipo e até algumas crianças — que curiosamente estavam roubando as mangas das árvores.

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