Oxossi é feito rei de Queto por Oxum

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Era uma tarde qualquer de quinta-feira. Marco aproveitava aquele momento em silêncio na sala, encarando a tela desligada da TV com incisividade, como se a qualquer momento ela fosse ligar magicamente. 

Estava visivelmente mais tranquilo em relação ao seu pai, já que o mais velho havia se recuperado realmente bem da cirurgia e seu apetite tinha retomado quase por completo com o passar dos dias. 

A conversa com o erê vez ou outra rodeava a sua mente. Lembrava que ele lhe dissera que o resto estava encaminhado, do olhar dele para Ace quando falou sobre seu coração e aquela memória o deixava estranho, em um bom sentido da palavra. 

Estava começando a sentir um apreço genuíno pelo menor e se fosse ele a quem entregaria mais uma vez seu coração não iria reclamar. O moreno era charmoso mesmo que nem ao menos se esforçasse para o ser, como se fosse algo tão inato quanto respirar e o coração pulsar. 

Ele era extremamente atraente de diversas maneiras, até mesmo por mensagem ele conseguia transparecer aquela aura tão envolvente e cativante. 

Sua mente divagava mais e mais ao pensar no menor, naquele jeito tão singular de levar a vida, no sorriso tão belo que era impossível não sorrir por estímulo. 

Seu peito se aquecia docemente só de lembrar do sardento e o canto de seus lábios se erguia inconscientemente. Como um arco-íris, Ace havia surgido em meio a tempestade, estancando a chuva e colorindo seus dias. 

Em cada conversa que tinham por mensagem, a cada ligação, se via mais e mais cativado pelo sardento. A maneira como ele sempre conseguia lhe acalentar e lhe fazer sorrir com pouca coisa era uma raridade incrível. 

Não que Marco fosse alguém chato ou de poucos sorrisos, mas era levemente difícil fazê-lo baixar tanto a guarda e a seriedade serena a ponto de deixar uma risada escapar. E Ace conseguia tal façanha com uma facilidade absurda. 

Era como se soubesse de cada detalhe seu e compreendesse o que o fazia sorrir, seus gostos peculiares para a comédia, era como se fosse um mapa aberto nas mãos do sardento.

Marco ouviu seu celular tocar e encarou a tela, verificando que era o despertador para que lembrasse seu pai dos medicamentos que tinha que tomar após a cirurgia. 

O loiro seguiu para o quarto do mais velho e deu leves toques contra a madeira antes de entrar. Ao adentrar o cômodo pode ver o pai lendo um livro qualquer de forma entretida, absorto pela leitura.

— Pai, está na hora do seu remédio — anunciou o loiro em um tom calmo, atraindo o olhar e a atenção do outro para si. 

— Ah, é verdade, estava tão imerso que havia esquecido completamente. — O homem de bigode fechou o livro e o deixou sobre a cama, vasculhando em sua gaveta pelo remédio. — O que eu faria sem você para me lembrar dessas coisas? 

O loiro balançou a cabeça negativamente, deixando um pequeno sorriso aparentar em sua face. 

— Vou buscar um copo de água para você... Quer algo mais? 

— Não, obrigado, meu filho. 

Marco deixou o quarto e seguiu para a cozinha, enchendo o copo de água e retornando em pouco tempo. Logo o mais velho tomou seu remédio e apoiou suas costas na cabeceira da cama, um longo suspiro deixou seus lábios e o loiro voltou sua atenção para o outro, vendo-o sorrir contente. 

— O que está pensando? — questionou o menor, se aproximando e sentando na beirada da cama. 

— Tenho refletido bastante sobre a vida que levei nos últimos tempos... Acho que realizei todos os sonhos que poderia ter.

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