Akai Ito 3 - Fio Vermelho (Romance Gay)

Capítulo 3

Nanami

Shou chegou a sua casa todo descabelado e ofegante. Nanami nunca o tinha visto daquela forma, pois o ninshin sempre pareceu composto e bem comportado. No entanto, o fato do Alfa ter acordado de seu sono profundo de uma semana, o fez vir correndo para sua casa.

— Graças ao deus dos lobos! — Ele suspirou com alívio, entrando no quarto deles. Kensuke estava sentado sobre o futon com as pernas cruzadas, esperando pacientemente como um cachorrinho. — Você não sabe como todos estão preocupados! Os anciões já estavam falando sobre encontrar um novo Alfa! Acho que deve demitir aqueles velhos rabugentos.

— Er... Shou. — Nanami sentou ao lado de Kensuke enquanto o curandeiro tirava seu equipamento de exame da mala.

— Hã?

— Ken-chan perdeu a memória.

Shou olhou entre ele e o Alfa, então se acalmou, se sentando tranquilamente.

— Sério?

— Sim. Não se lembrava nem seu próprio nome e que era um lobo.

— Hum. Isso é... — Shou cruzou os braços, pensativo. Ao menos seu cabelo tinha voltado ao normal. — Um pouco preocupante, mas creio que seja temporário. Afinal ele teve uma concussão na cabeça, mas seus genes de lobo serão capazes de reverter o quadro aos poucos.

Depois que ele o examinou e foi embora, Nanami suspirou antes de começar a explicar outras coisas a Kensuke, como sua história de vida, que era o Alfa de Akai Ito e tinha uma enorme responsabilidade nas costas. Que todos o amavam e que costumava ser firme e corajoso. Explicou seu papel, sua rotina dando aulas na escolinha e depois trabalhando no onsen pelas tardes... até que de repente foi interrompido.

— Você está grávido? — O olhar de Kensuke estava fixado em seu ventre. Mesmo com as roupas meio soltinhas, desde que já tinha vestido algo decente antes de Shou chegar, ainda era possível ver a curvatura mínima de sua barriga. Já não dava mais para esconder.

— Sim. — Mordeu o lábio inferior, nervoso. — Algum problema?

Kensuke balançou a cabeça, ainda pasmo.

— Serei pai?

— Sim. — Desta vez teve que rir. — É nosso filho.

— Céus... — Ele sorriu amplamente, como se tivesse descoberto pela primeira vez.. Nanami abriu os braços, recebendo-o neles. Era tão bom poder abraçá-lo, senti-lo tão pertinho. Teve saudades.

Tinha que valorizar mais Kensuke... pois ele era o que tinha de mais importante e, de alguma forma, sentiu que não deu valor a ele tanto como pensou que fazia.

Eles se afastaram, um pouco envergonhados, mas os sorrisos não tinham se desvanecido.

— Vem, vou te mostrar toda a casa! Quem sabe te ajuda a ir lembrando das coisas. — Pegou na mão dele e o puxou.

O dia estava tão lindo e ensolarado que a luz adentrava todas as janelas, assim como as paredes de tela e iluminavam todo o ambiente.

Kensuke parecia um menino descobrindo coisas novas. Seu olhar era brilhante e curioso.

Podia se apaixonar mais?

Esse lado dele era tão fofo.

— E aqui é o nosso lugar sagrado, que você já conhece. A cozinha. — Começou a tirar dos armários alguns ingredientes. — Se não se importa, vou fazer o almoço.