Capítulo 5

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Nanami


O mau-humor vespertino era decorrente do bebê. Só podia ser, pois não havia outro motivo para acordar assim todas as manhãs nos últimos dias.

Não conseguia evitar o beicinho ou andar meio curvado para o banheiro com sua bexiga lhe matando. Escovava os dentes fazendo cara feia e retornava para o quarto do mesmo jeito. Nem mesmo o banho era capaz de melhorar isso.

No entanto, havia uma única solução capaz de mudar tudo o que sentia. Seu remédio ideal para transformar seu tempo em dias melhores. Esse era Kensuke.

— Bom dia, Nana-chan. — Kensuke apareceu com uma bandeja repleta com o café da manhã. Cheirava a pão fresco da padaria, suco de frutas vermelhas, geleia de cereja e biscoitos. Kensuke colocou sobre o futon e sentou lá, esperando pacientemente.

Nanami tinha acabado de se trocar, estava terminando de amarrar o laço do obi. Quer dizer, tentando. Seu companheiro deve ter notado, porque se levantou e foi até ele.

— Deixe-me ajudá-lo.

— O-Okay.

Kensuke terminou de amarrar. Era uma faixa usada por ninshins grávidos, não muito apertada. Quando se virou, Kensuke tinha um sorriso gentil e genuíno. Ele era tão lindo que fazia Nanami esquecer na hora todos os seus problemas. Foi incapaz de não sorrir de volta.

— Obrigado pelo café da manhã, cheira delicioso.

— Coma tudinho, vai te fazer bem. — Ele foi mexer em algo no guarda-roupa. — Tenho uma leve sensação de que antes você não estava se alimentando direito, mas que agora pode comer normalmente.

Nanami aquiesceu repetidamente.

— Talvez isso seja sinal de que logo suas lembranças retornarão.

— Sim, tomara. — Kensuke deslizou o obi de seu próprio kimono fora da vestimenta e em seguida se desnudou ali mesmo de costas para Nanami.

Se antes estava comendo um biscoito, quase engasgou com ele. Estava de queixo caído, literalmente sentindo falta daquele corpo.

Kensuke vestiu uma yukata mais leve para usar no calor.

— Estou pensando em... o que foi? — Perguntou ao se virar. Nanami fechou a boca antes que baba escorresse.

— Nada. Nadinha mesmo. O que ia dizer?

— Ah, estava pensando que podíamos tomar o dia para fazer todas as coisas que você gosta. Porque eu gostaria de descobrir tudo de novo, sabe? Quero conhecê-lo melhor.

Uma euforia descontrolada sacudiu o interior de Nanami e ele deu um gritinho muito feliz.

— Sério? Um dia só para mim?! — Estava quase pulando no lugar.

— Claro, por que não? — Kensuke era todo sorrisos. Ele voltou a sentar no futon. — Mas é melhor se alimentar primeiro para que tenha bastante energia.

Nanami sugou toda a comida para fora da bandeja, desacelerando apenas para saborear o pãozinho com geleia de cereja. Aquilo lhe fez revirar os olhos de prazer, que belezinha.

— Tenho que vestir algo novo?

— Não precisa, está ótimo assim. Qual é a primeira coisa que gostaria de fazer?

Nanami mordeu o lábio inferior, segurando-se para não chorar. Hormônios ridículos, estava emocionado por poder passar um dia inteiro com Kensuke, qual era o seu problema?

Akai Ito 3 - Fio Vermelho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora